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Jabuticabeira [1]

Enviado por Sergio Sigrist em ter, 22/01/2013 - 9:16am
Nome científico: 
Plinia cauliflora (Mart.) Kausel
Família: 
Myrtaceae
Sinonímia popular: 
Jabuticaba-açu, jabuticaba-paulista.
Sinonímia científica: 
Myrciaria jaboticaba (Vell.) O.Berg
Partes usadas: 
Fruto
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Altos teores de carboidratos, fibras, vitaminas, flavonoides, carotenoides e sais minerais. A casca é rica em antocianinas (cianidina-3-glicosídeo e delfinidina-3-glicosídeo).
Propriedade terapêutica: 
Antioxidante, antialérgico.
Indicação terapêutica: 
Problemas cardíacos, estabilizador do açúcar no sangue de diabéticos, prisão de ventre, asma.
tags: 
Diabetes [2]
Prisão de ventre - constipação - obstipação [3]
Asma [4]
Desordem cardiovascular [5]

Nome em outros idiomas

  • Inglês: brazilian grapetree, jaboticaba cherry, 
  • Espanhol: guapuru 

Origem, distribuição
Árvore frutífera brasileira nativa da Mata Atlântica. Outra espécie, a jabuticaba-sabará (Myrciaria jaboticaba) é encontrada com mais frequência nos Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.


 

Curiosidade
O nome jabuticaba deriva do tupi jabuti (tartaruga) e caba (local), ou seja, o lugar onde se encontram tartarugas. Na grafia em guarani deriva de yvapuru, onde yva significa fruto e puru é o nome criado para o som produzido quando se esmaga o fruto ao mordê-lo (onomatopeia).

Descrição [2,3]
A árvore (jabuticabeira) pode alcançar de 10 a 15 m de altura, tem porte piramidal, muito ramificada, copa alongada e densa, tronco liso com diâmetro entre 30 a 40 cm. Suas folhas são simples, opostas, lanceoladas, não caem durante o ano.

As flores são brancas, pediceladas e quase sésseis, localizadas ao longo do tronco. São hermafroditas com potencial para autopolinização. O florescimento ocorre geralmente duas vezes ao ano.

Os frutos (jabuticaba) são bagas globosas, comestíveis, saborosos, com aproximadamente 3 cm de diâmetro, aparecem fixados ao caule, com 1 a 4 sementes e alta frequência de poliembrionia. São consumidos crus ou em doces, licores e aguardentes. É uma das fruteiras mais cultivadas em pomares domésticos em todo o Brasil.

Além da P. cauliflora (conhecida como jabuticaba-paulista ou jabuticaba-açu) são conhecidas outras espécies de jabuticabeira destacando-se a P. trunciflora e P. jaboticaba (a jabuticaba-sabará).

Uso popular e medicinal
Este fruto tropical é muito apreciado por apresentar características sensoriais interessantes para o consumo in natura, além de ser utilizado na fabricação de geleias, bebidas fermentadas, vinagre e licores, tendo um grande potencial econômico. 

Possui elevado valor nutricional por conter teores de carboidratos, fibras, vitaminas, flavonoides, carotenoides e sais minerais em quantidades relevantes quando comparado a outros frutos semelhantes. 

A casca do fruto de jabuticaba é rica em antocianinas, uma subclasse de flavonoides. Substância que protege o coração, antocianinas são pigmentos responsáveis por uma variedade de cores atrativas e brilhantes de frutas, flores e folhas que variam do vermelho vivo ao violeta e azul. Daniela Brotto Terci, pesquisadora do Instituto de Química da UNICAMP, mediu a dosagem de antocianinas da jabuticaba, amora e  uva. Os números representam a quantidade de miligramas das antocianinas por grama da fruta: jabuticaba 314, amora 290, uva 227 [5].

Atualmente observa-se crescente interesse no uso de antocianinas nas indústrias alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. A indústria de alimentos gera grande quantidade de resíduos, sendo os principais as cascas, caroços e sementes de frutos. Estes podem ser utilizados como matéria-prima, agregando assim valor ao material que seria descartado. 

Um trabalho científico identificou e quantificou as antocianinas presentes na casca de jabuticaba liofilizada. A liofilização é uma técnica que viabiliza o reaproveitamento desses resíduos, uma vez que o material é desidratado tornando-se mais estável e seguro, com maior concentração dos nutrientes por unidade de peso. A técnica utilizada foi Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Os autores concluiram que a farinha obtida a partir da casca de jabuticaba liofilizada apresentou um expressivo teor de antocianinas (cianidina-3-glicosídeo e delfinidina-3-glicosídeo) [1].

A planta apresenta propriedades adstringentes. Existem relatos de que o chá obtido com o cozimento de suas cascas é utilizado em diarreia, disenteria. E em gargarejos contra as inflamações crônicas das amígdalas [2].

Composição de alimentos por 100 g de parte comestível [4].

Jabuticaba crua
Principais Minerais Vitaminas
Umidade % 83,6 Cálcio mg 8 Retinol µg NA
Energia 58 kcal; 243 kJ Magnésio mg 18 RE µg  
Proteína g 0,6 Manganês mg 0,30 RAE µg  
Lipídeos g 0,1 Fósforo mg 15 Tiamina mg 0,06
Colesterol mg NA Ferro mg 0,1 Riboflavina mg Tr
Carboidrato g 15,3 Sódio mg Tr Piridoxina mg Tr
Fibra alimentar g 2,3 Potássio mg 130 Niacina mg Tr
Cinzas g 0,4 Cobre mg 0,07 Vitamina C mg 16,2
    Zinco mg 0,3    

NA: Não Aplicável Tr: Traços

Outros usos
A árvore é considerada ornamental, sendo indicada em paisagismo apesar da sujeira provocada pela queda dos frutos. Na ecologia, a planta atrai a avifauna.

A madeira é moderadamente pesada, compacta, elástica, dura e de longa durabilidade quando protegida das intempéries, sendo utilizada na fabricação de tábuas, móveis, construção civil e lenha.

 Colaboração

  • Lelington Lobo Franco, escritor, pesquisador, químico-fitologista (Curitiba, PR). Janeiro de 2009.

 Referências

  1. XVIII Encontro Nacional de Analistas de Alimentos (ENAAL, 2013): Identificação e quantificação de antocianinas na casca de jabuticaba liofilizada [6] - Acesso em 10 de janeiro de 2016
  2. Agência Paulista de Pesquisa dos Agronegócios (APTA Regional, 2012): [6]A cultura da jabuticabeira [7] - Acesso em 10 de janeiro de 2016
  3. Revista Brasileira de Fruticultura (2011): Modo de reprodução e viabilidade de pólen de três espécies de jabuticabeira [8] - Acesso em 10 de janeiro de 2016
  4. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 4a ed. 2011.
  5. Jornal da UNICAMP (2005): Tese lança luz sobre pigmentos naturais [9] - Acesso em 10 de janeiro de 2016
  6. The Plant List: Plinia cauliflora [10] - Acesso em 10 de janeiro de 2016

GOOGLE IMAGES de Plinia cauliflora [11] - Acesso em 10 de janeiro de 2016

 

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