Nome em outros idiomas
- Inglês: common sow-thistle, sowthistle
- Espanhol: cerrajilla, nilhue caballuno, soncho, kanapaco, chicoria (Paraguai).
Origem, distribuição
Originária do norte da África, Ásia Menor e Europa. Naturalizada no Brasil, disseminou-se por regiões de temperatura amena (centro e sul do país), onde vegeta de setembro a março.
Descrição [3]
Espécie herbácea, anual ou bianual, desenvolve-se espontaneamente em todo o País em locais de cultivo de grandes culturas e áreas hortícolas.
Caule cilíndrico, canaliculado, lactescente, verde e ceríceo, pouco ramificado. Folhas alternadas, limbo das folhas basais altamente recortado, margens onduladas, serreadas ou denteadas irregularmente. Inflorescência terminal em cacho de capítulos. Fruto seco do tipo aquênio, coroado por pelos brancos, longos e sedosos. Propaga-se por meio de sementes.
Uso popular e medicinal
Serralha e mais 4 outras plantas (Ammi majus, erva-do-bispo; Ammi visnaga, khella, erva-palito; Brosimum gaudichaudii, mama-cadela; Citrus bergamia, bergamota; Dorstenia brasiliensis), são reconhecidas para o tratamento de vitiligo.
Estas plantas apresentam substâncias fotossensibilizantes derivadas dos psoralenos pertencentes à classe de compostos das furanocumarinas, absorvem fortemente energia na radiação ultravioleta e por isso são altamente reativas sob incidência de luz, apresentando assim efeito de repigmentação da pele.
No tratamento do vitiligo o uso tópico ou oral dessas substâncias acompanhado de exposição controlada da radiação UVA (luz solar) é utilizado como forma de induzir a repigmentação [1].
S. oleraceus é utilizada na medicina popular em várias regiões do Brasil, sendo considerada diurética e empregada contra anemia, astenia e auxiliar no tratamento de problemas hepáticos. O decocto das folhas é antidesintérico e antidiarreico. O seu látex, em uso externo, cura terçóis. Na última década a serralha tem sido usada no combate ao vitiligo, sendo bastante difundida na região leste de Minas Gerais (Brasil). Na sua composição destacam-se óleos essenciais, esteroides, resinas, glicídios, fitosterina, taninos, derivados terpênicos, pigmentos flavonoides e sais minerais.
Um trabalho realizou a prospecção fitoquímica dessa espécie com extratos em etanol, água e diclorometano, e testes de toxicidade sobre o microcrustáceo Artemia salina. O extrato aquoso apresentou em sua composição açúcares redutores, compostos fenólicos, taninos, flavonoides e cumarinas. No extrato etanólico foram observados os mesmos compostos qualificados no extrato aquoso, com exceção de cumarinas. Em diclorometano, verificou-se a presença de saponinas, derivados triterpênicos e esteroides. No teste de toxicidade sobre Artemia salina, os dados convergiram para frações de extrato aquoso de 5.117,2 ppm, indicando ser um extrato de baixa toxicidade [4].
Culinária [2]
Consome-se toda a parte aérea de plantas jovens (folha, talo, flor). Flores e botões podem ser feitos à milanesa ou dorê. O caule pode ser feito para conserva (picles) tipo aspargo.
Receita - Serralha cozida no arroz
Selecione folhas e talos tenros (brotos). Lave e corte fininho, similar a couve. Cozinhe o arroz de forma usual. Quando a água começar a secar, acrescente as folhas picadas. Misture, deixe terminar de cozinhar e secar em fogo baixo. Sirva quente.
A serralha pode também ser refogada, usada para bolinho, cozida com massa ou angu, suflê, omeletes e suco verde.
Composição de alimentos por 100 g de parte comestível - Folha crua [2]
Principais | Minerais (mg) | Carotenoides (µg/g) | |||
---|---|---|---|---|---|
Umidade % | 90 | Cálcio | 126 | Betacaroteno | 68 |
Energia kcal | 30 | Magnésio | 30 | Luteína | 87 |
Proteína g | 3 | Manganês | 0,2 | Violaxantina | 53 |
Lipídeos g | 1 | Fósforo | 48 | ||
Cinzas g | 1,4 | Ferro | 1,3 | ||
Carboidrato g | 5 | Sódio | 19 | ||
Fibra alimentar g | 3,5 | Potássio | 265 | ||
Cinzas g | 1,4 | Cobre | 0,2 | ||
Zinco mg | 1,3 |
Referências
- X Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (FCRS Católica Quixadá): Vitiligo e o uso de plantas medicinas para o seu tratamento - Acesso em 8 de julho de 2018
- KINUPP, V. F; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa (SP), 2014.
- MOREIRA, H.J.C; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de Identificação de Plantas Infestantes. FMC Agricultural Products, São Paulo (SP). 2011.
- Planta Daninha (Universidade Federal de Viçosa, 2009): Prospecção fitoquímica de Sonchus oleraceus e sua toxicidade sobre o microcrustáceo Artemia salina - Acesso em 8 de julho de 2018
- RBFAR (1989): Identificação de Sonchus oleraceus, principais características estruturais e químicas - Acesso em 8 de julho de 2018
- Imagem: FMC Agricultural Products
- The Plant List: Sonchus oleraceus - Acesso em 8 de julho de 2018
GOOGLE IMAGES de Sonchus oleraceus - Acesso em 8 de julho de 2018