Origem, distribuição
Distribui-se por todo o mundo, sendo a região Neotropical e o Brasil Central considerado um dos maiores centros de diversidade. Nativa do bioma caatinga (Brasil).
Descrição [1,4,5]
Planta arbustiva usada com frequência como cerca viva por mostrar-se resistente, com fechamento total após 2 anos e longa vida útil. Possu um sistema radicular bem desenvolvido, apropriado para absorver e reciclar nutrientes de horizontes mais profundos do solo.
Quando desenvolvida apresentam flores brancas durante 8 meses do ano e espinhos abundantes. Pode atingir até 10 m de altura e assim servir também como quebra-vento. Resistente à poda e ao fogo, rebrota com facilidade.
Os frutos são do tipo legumes articulados, planos, de até 10 cm de comprimento por 13 mm de espessura. As sementes possuem dormência tegumentar, são lisas e duras medindo de 5 a 8 mm de diâmetro.
Multiplica-se por sementes.
Uso popular e medicinal
Usada na medicina popular em tratamentos de doenças respiratórias crônicas, circulatórias e em processos inflamatórios. As folhas verdes ou secas são forrageiras, possuem alto valor nutricional (17% de proteína) e servem como fonte de alimento para ruminantes. A presença de tricomas tectores
é marcante nesta espécie que são importantes na adaptação a ambientes com baixa umida, pois eles mantêm uma superfície saturada em vapor d’água sobre a folha, o que ajuda na diminuição da temperatura e transpiração foliar [2].
Um estudo analisou folhas, galhos finos e casca desta espécie quanto às características de produtora de taninos vegetais. Todas as partes apresentaram taninos, com maior concentração na casca de taninos condensados (8,38%) e menor quantidade de não taninos (1,22%), indicando a existência de considerável quantidade desta substância.
Dentre diferentes formas de utilização de taninos vegetais destacam-se a produção de adesivo de madeira, indústria de petróleo como agentes de suspensão, dispersantes fluidificantes em lama de perfuração, controle da viscosidade de argilas na perfuração de poços, fabricação de tintas e adesivos especiais para madeira e derivados, além da importância no curtimento de couros e peles, bastante empregado no Nordeste do Brasil.
Comprovou-se a eficiência dos taninos vegetais como ação inibitória contra diferentes espécies de microrganismos cariogênicos, sem causar oxicidade sobre células eucarióticas ou atividade mutagênica [3].
M. caesalpiniifolia pode ser indicada como potencial fitorremediador em solo contaminado com óleo diesel em pequenas concentrações, sobretudo quando inoculada com o fungo micorrízico arbuscular (FMA) Claroideoglomus etunicatum.
A biorremediação constitui alternativa para descontaminação de solos contaminados com óleo diesel decorrentes de acidentes durante o transporte do produto e vazamentos diários em postos de combustíveis. Apresenta baixo custo e menor risco ambiental quando comparado às técnicas de descontaminação tradicionais. A fitorremediação pode ser utilizada como uma estratégia posterior visando à estabilidade do ecossistema, especialmente quanto aos ciclos de carbono (C) e nitrogênio (N), propiciando assim melhores condições para o reestabelecimento da biota do solo [4].
Nas referências consultadas, não foram encontrados detalhes do uso medicinal em humanos, formas de uso, se interno ou externo e contraindicação.
Referências
- Associação Caatinga (2011): Conhecendo e produzindo sementes e mudas - Acesso em 19 de julho de 2020
- Repositório Digital UNESP (2016): Estudo fitoquímico e biológico dos extratos das folhas de Mimosa caesalpiniifolia - Acesso em 19 de julho de 2020
- Revista Agroecossistemas (Núcleo de Meio Ambiente, 2017): Substâncias tânicas presentes em partes da árvore sabiá (M. caesalpiniifolia) em plantio comercial de 5 anos - Acesso em 19 de julho de 2020
- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2016): Potencial fitorremediador de sabiá (M. caesalpiniifolia) associada a fungo micorrízico arbuscular em solo contaminado com óleo diesel - Acesso em 19 de julho de 2020
- SOUZA, J. S. I; PEIXOTO A. M.; TOLEDO, F. F. Enciclopedia Agrícola Brasileira. Editora da USP (EDUSP), São Paulo. 1995.
- Imagem: Associação Caatinga (Fortaleza, CE)
- The Plant List: Mimosa caesalpiniifolia - Acesso em 19 de julho de 2020
GOOGLE IMAGES de Mimosa caesalpiniifolia - Acesso em 19 de julho de 2020