Patchouli

Nome científico: 
Pogostemon cablin (Blanco) Benth.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Pogostemon patchouli, Pogostemon heyneanus, Pogostemon cablin var. suavis, Mentha auricularia
Partes usadas: 
Óleo essencial
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Álcool de patchouli (patchoulol), α-patchouleno, β-patchouleno, α-bulneseno, seychelleseno, norpatchoulenol, pogostona, eugenol e pogostol.
Propriedade terapêutica: 
Antimicrobiana, antioxidante, analgésica, anti-inflamatória, afrodisíaca, antidepressiva.
Indicação terapêutica: 
Náusea, vômito, alívio de dor de cabeça, diarreia, dor abdominal, tratamento de picada de insetos e de cobras, aliviar a depressão, estresse, acalmar os nervos, melhorar o interesse sexual.

Origem, distribuição
Patchouli é originária do sudeste asiático. No Brasil, é conhecida também conhecida como oriza e cultivada no Pará e Maranhão. Seu óleo essencial, extraído das folhas secas, é muito usado em perfumes e cosméticos.

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: Patchouli, Patchouly, Patchouli herb, Indian Patchouli
  • Francês: Patchouli, Herbe de patchouli
  • Alemão: Patchouli, Patschuli, Pogostemonöl (quando se refere ao óleo essencial)
  • Espanhol: Pachuli, Patchouli, Hierba de pachuli
  • Italiano: Patchouli, Erba di patchouli

Descrição

O patchouli é uma planta perene arbustiva, cresce até 1 metro de altura. As folhas são grandes, aromáticas, têm formato aproximadamente oval e bordas irregulares, sendo dispostas de forma oposta ao longo dos caules ramificados.

Tanto os caules quanto as folhas são densamente pilosos. As flores são pequenas, de coloração lilás-clara a branca, estão dispostas em espigas densas e lanosas e possuem estames longos. A planta é comumente propagada por estaquia (corte de ramos).

O nome patchouli é de origem tâmil (do sul da Índia), significando literalmente folha verde (patchai = verde, ellai = folha). Por isso, em praticamente todos os idiomas o termo foi incorporado quase sem mudanças.

Uso popular e medicinal

O patchouli possui diversos usos na medicina tradicional, sendo empregado principalmente no tratamento de náuseas e vômitos. No entanto, em vários países asiáticos como China, Japão e Malásia, a planta é utilizada em diferentes contextos, incluindo o alívio de dores de cabeça, diarreia, dor abdominal, bem como no tratamento de picadas de insetos e de cobras.

Atualmente o maior interesse pelo patchouli está relacionado ao seu óleo essencial, que apresenta fragrância doce, herbácea, aromática e levemente picante. Esse óleo é rico em sesquiterpenos, compostos presentes em plantas e conhecidos por suas propriedades terapêuticas e é amplamente utilizado na fabricação de sabonetes e loções corporais.

Entre suas propriedades destacam-se:

  • Atividade antimicrobiana, com efeito inibitório sobre fungos e bactérias
  • Ação antioxidante, pela neutralização de radicais livres
  • Efeitos analgésico, anti-inflamatório, afrodisíaco e antidepressivo

O óleo essencial de patchouli também se mostra eficaz no tratamento de infecções cutâneas e odores associados a úlceras e feridas, contribuindo para a redução do tempo de cicatrização.

Adicionalmente, auxilia na prevenção do envelhecimento causado pela radiação solar, no combate à acne e na proteção contra o ressecamento da pele.

Constituintes químicos

Um trabalho publicado em 2015 identificou mais de 140 compostos diferentes no patchouli. Esses compostos pertencem a vários grupos de substâncias naturais:

  • Terpenoides: conhecidos pelo aroma característico e por ações anti-inflamatórias e antimicrobianas
  • Fitoesteróis: relacionados ao equilíbrio do colesterol e à saúde celular
  • Flavonoides: antioxidantes importantes, que ajudam a proteger o corpo contra danos dos radicais livres
  • Ácidos orgânicos: participam de processos metabólicos e podem ter efeito antimicrobiano
  • Ligninas: atuam na estrutura das plantas e possuem propriedades antioxidantes
  • Alcaloides: apresentam geralmente efeitos farmacológicos marcantes (alguns estimulantes ou calmantes)
  • Glicosídeos: moléculas que podem liberar açúcares e compostos bioativos
  • Álcoois e aldeídos: responsáveis por aromas e ações antimicrobianas

A tabela a seguir apresenta uma visão mais detalhada dos principais componentes do patchouli.

Aromaterapia

O óleo de patchouli é utilizado para reduzir tensão, insônia e ansiedade. De aroma semelhante ao do vinho, atua como afrodisíaco, estimula a concentração, aguça a mente e promove discernimento. Quando empregado em incensos, cria uma atmosfera calmante e espiritual.

Estudos mostram que a inalação do óleo de patchouli diminui a atividade simpática, reduzindo pressão arterial e frequência cardíaca, o que contribui para relaxamento físico e emocional. Em instituições de longa permanência, a aplicação de cremes com patchouli e outros óleos essenciais reduziu comportamentos associados à demência, melhorando o estado de alerta e a consciência dos pacientes.

Os óleos essenciais de patchouli, lavanda, vetiver, entre outros, ajudam no alívio do stress, estimulam o equilíbrio hormonal e podem ser usados para tratar sintomas da menopausa, como ondas de calor e suores. Combinações aromáticas com patchouli, jasmim, ylang-ylang, sândalo, rosa e vetiver favorecem clareza mental, harmonia energética e equilíbrio das glândulas.

Além de aliviar ansiedade, exaustão e estresse, o óleo de patchouli exerce efeitos calmantes, sedativos e elevadores do humor, sendo útil em distúrbios psiquiátricos leves. Misturas vaporizadas contendo patchouli e outros óleos reduziram comportamentos agitados em pacientes com demência.

A inalação de sua fragrância, rica em álcool de patchouli, influencia respostas fisiológicas, reduzindo índices de estresse, pressão arterial e frequência cardíaca. Assim, a aromaterapia com patchouli contribui para relaxamento, melhora do humor e bem-estar, além de auxiliar no controle da dor crônica.

 Colaboração

  • Matheus Rios Rosa, graduando em Engenharia Agronômica (USP/ESALQ, 2025).
  • Sara Teixeira Simões, graduanda em Engenharia Agronômica (USP/ESALQ, 2025).

 Referências

  1. V Simpósio de Estudos e Pesquisas em Ciências Ambientais na Amazônia (2016). Efeito do ácido indolbutirico no enraizamento de estacas de oriza - Acesso em 21 de agosto de 2025
  2. National Libray of Medicine (2015). A Comprehensive Review on the Phytochemical Constituents and Pharmacological Activities of Pogostemon cablin Benth.: An Aromatic Medicinal Plant of Industrial Importance - Acesso em 21 de agosto de 2025 
  3. Dr. Saúde (2021). Patchouli é bom para quê? - Acesso em 21 de agosto de 2025
  4. Ervas e Plantas. Patchouli - Acesso em 21 de agosto de 2025
  5. World Flora Online. Pogostemon cablin (Blanco) Benth. - Acesso em 21 de agosto de 2025
  6. Image: Forest & Kim Starr - Licenced under Creative Commons Attribution

GOOGLE IMAGES de Pogostemon cablin