Origem, distribuição
Espécie endêmica do Brasil, ocorre nos Estados de Tocantins, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia e região Centro-Oeste.
Descrição [1,3,4]
Desenvolve-se como arbusto ou arvoreta, com altura de 2 a 4 m. O caule tem coloração marrom-escura, é muito denso, durável e rígido.
Folhas compostas, bipinadas, quando maduras atingem 5 cm de comprimento. Cada folha contém cerca de 15 a 33 pares de folíolos. Quando maduros e saudáveis apresentam coloração verde brilhante.
Inflorescência reunidas em espigas formada por flores brancas, pequenas, perfumadas, que fornecem pólen e néctar para abelhas e outros insetos.
Os frutos apresentam formato de vagem (cápsulas) com cerca de 3 a 5 cm de comprimento, contendo até 6 sementes planas e formato oval.
A madeira é muito utilizada para a produção de mourões, estacas, peças de resistência, móveis rústicos, lenha e carvão de alto poder de combustão.
Apresenta grande potencial de produção de forragem constituindo, na maioria das vezes, a principal fonte de alimentação animal em diversas áreas da Caatinga.
Uso popular e medicinal
Na medicina popular, a casca da planta é utilizada em queimaduras, acne e problemas da pele devido às propriedades antimicrobiana, analgésica, regeneradora de células, febrífuga e adstringente peitoral [1].
A ação antimicrobiana de M. tenuiflora foi demonstrada em estudo com 25 cepas de S. aureus de amostras de leite de vacas com histórico de mastite clínica e subclínica. Autores afirmam que a abundância de taninos e flavonoides detectados no extrato acetato de etila são os prováveis responsáveis pela atividade antimicrobiana [3].
Um estudo coletou informações relativas ao conhecimento e uso de M. tenuiflora em três comunidades rurais nas cidades de Itaporanga, Lagoa e São Mamede (Paraíba, Brasil). Os autores destacam que a madeira deste vegetal é muito resistente e tem um alto valor energético, é amplamente utilizada para lenha e carvão vegetal, produção de estacas para construção e ampla utilização como forragens e para medicamentos no tratamento de inflamações e infecções. A casca do tronco serve no tratamento de queimadura e inflamações internas, provavelmente devido a seu alto nível de tanino.
Estudos realizados no México avaliaram a propriedade antimicrobiana do tronco de M. tenuiflora, a qual têm demonstrado ampla ação inibitória de extratos aquosos e etanol contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e fungos dermatófitos.
Dados obtidos de testes de laboratório de extratos de M. tenuiflora confirmaram as propriedades farmacológicas e mostraram excepcional atividade do extrato hidroalcoólico contra as bactérias Escherichia coli (pode provocar infecções urinárias, diarreia, colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica), Streptococcus pyogenes (causa uma variedade de doenças desde faringite ou mais graves como a escarlatina), Proteus mirabilis (causa infecção urinária alcalina), Shigella sonnei (agente causador de diarreia e disenteria em todo o mundo), Staphylococcus aureus (causa infecções cutâneas, pneumonia, endocardite, osteomielite, artrite infecciosa - ou séptica), Staphylococcus spp [2].
Dedicado a Antonio dos Santos (Manaus, AM)
Referências
- Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2020): jurema-preta - Acesso em 13 de dezembro de 2020
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Gaia Scientia (2014): Traditional knowledge and use of Mimosa tenuiflora in the semi-arid region from Northeastern Brazil - Acesso em 13 de dezembro de 2020
- Revista Brasileira de Farmacognosia (2009): Atividade biológica da jurema-preta sobre Staphylococcus aureus isolado de casos de mastite bovina - Acesso em 13 de dezembro de 2020
- BlastingNews (2015). Conhecendo as espécies da Caatinga: Mimosa tenuiflora - Acesso em 13 de dezembro de 2020
- Image: Wikimedia Commons (Author: Antonio Josian) - Acesso em 13 de dezembro de 2020
- The Plant List: Mimosa tenuiflora - Acesso em 13 de dezembro de 2020
GOOGLE IMAGES de Mimosa tenuiflora - Acesso em 13 de dezembro de 2020