Origem, distribuição
América tropical. Nativa da região Amazônica (Norte do Brasil) onde é muito cultivada em jardins e hortas domésticas para fins ornamentais e medicinais.
Nome em outros idiomas
- Inglês: princes vine, possum grape vine, season vine, monkey liana
- Francês: liane-molle, liane-à-eau, liane-à-chasseur, liane-brûlante, liane-douce, liane-corde.
Descrição [1,2]
C. verticillata é uma liana encontrada geralmente sob arbustos e arvoretas em ambiente aberto poluído e próximo a cursos de água.
A raiz é adventícia, caule na forma de cilindro elíptico de cor verde e verde-acinzentado, gavinha de formato cilindrico e coloração verde localizada no lado oposto ao das folhas.
Folha peciolada, simples, inteira, limbo ovada, margem dentada e base cordada.
Inflorescências corimbiformes, flôres brancacentas ou amarelo-esverdeadas, dispostas em cimeiras numerosas ou em umbelas pequenas. Fruto glaba preta com uma semente ou raramente duas. Propaga-se por estacas dos ramos.
Uso popular e medicinal
Seu uso popular principal é o tratamento de diabetes. O chá feito dos ramos e folhas é considerado sudorífico e hipotensor, sendo por isso usado nas doenças do coração como taquicardia e hidropsia.
Indicada para problemas respiratórios, hepáticos, renais, ovários e para a epilepsia. As folhas amassadas servem para furúnculos, enquanto que as folhas aquecidas são utilizadas em abcessos e gânglios inflamados.
Constituintes químicos principais: esteróis, quinonas e compostos fenólicos nas folhas e antocianinas nos frutos, aminoácidos, alcaloides, saponinas, taninos, açúcares, esteróis, lactonas sesquiterpênicas e flavonoides. Dentre os minerais destacam-se magnésio, manganês, silício, cálcio, fósforo e potássio [1].
De suas folhas é feito o chá usado no tratamento de doenças do coração, taquicardia, hidropsia, tremores e para baixar a pressão arterial. Diversos estudos são realizados nas áreas da farmacologia, ciências da saúde e fitoquímica devido a sua utilização eficaz como anti-inflamatório, antiepiléptico, anti-hipertensivo, antitérmico, antireumático e antidiabético.
Foi detectada nas folhas de C. verticillata a presença de compostos como taninos, compostos redutores, triterpenos esteróides, aminoácidos, compostos graxos e flavonoides.
A planta é bem usada na região de Manaus (AM) na forma de chá das folhas para diabetes, colesterol, hemorragias e inflamações. E o chá das folhas, gavinhas e caules para diabetes, colesterol, inflamações e pedras nos rins [2].
O sumo de C. verticillata é usado na medicina tradicional paraense em associação com o de outras espécies para o tratamento das sequelas do acidente vascular cerebral.
Em Lavras (MG) menciona-se o uso como antidiabético na forma de chá a ser ingerido continuamente, daí a denominação “insulina vegetal”. Admite-se que ela esteja baseada na ocorrência de certos flavonoides no chá preparado com o vegetal. Foram realizados testes administrando-se extrato aquoso das folhas de C. verticillata a ratos normoglicêmicos. O preparado apresentou ação hipoglicemiante nos animais [3].
Dosagem indicada
- Infuso ou decocto a 2%: 50 a 200 ml por dia. Extrato fluido: tomar 1 a 4 ml por dia. Tintura: tomar 5 a 20 ml por dia [1].
- Chá: prepara-se a partir da trituração das folhas, gavinhas e caules, colocar em água e ferver por 5 a 10 minutos. Para obter 1 litro de chá usam de 5 a 8 folhas. Tomar 1 chícara (chá) 3 vezes ao dia [2].
Referências
- LAMEIRA, O. A.; PINTO, J. E. B. P.; Ed. Plantas Medicinais: Do cultivo, manipulação e uso à recomendação popular. Belém, Pará: EMBRAPA Amazônia Oriental, 2008.
- Universidade Federal de Viçosa (2006). Cissus verticillata: informações etnofarmacológicas e anatomia dos órgãos vegetativos - Acesso em 21 de maio de 2017
- Revista Brasileira de Farmacognosia (2002). Flavonoides de Cissus verticillata e a atividade hipoglicemiante do chá de suas folhas - Acesso em 21 de maio de 2017
- Image: Courtesy of Forest & Kim Starr
- The Plant List: Cissus verticillata - Acesso em 21 de maio de 2017
GOOGLE IMAGES de Cissus verticillata - Acesso em 21 de maio de 2017