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Cálamo-aromático [1]

Enviado por Sergio Sigrist em seg, 08/10/2012 - 12:13pm
Nome científico: 
Acorus calamus L.
Família: 
Acoraceae
Sinonímia popular: 
Acorina, lírio-dos-charcos, cana-cheiro, cana-cheirosa.
Sinonímia científica: 
Acorus angustatus Raf.
Partes usadas: 
Raiz, folha, haste.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleo essencial (1,5-3,5%) formado por sesquiterpenos, fenóis-metileteres, aldeídos, glicosídeo amargo, taninos, resina (acoretina), mucilagens, traços de alcaloides (calamina).
Propriedade terapêutica: 
Antiespasmódico, aperiente, eupéptico, carminativo, abortivo, anódino, antirreumático, afrodisíaco, aromático, diaforético, emenagogo, febrífugo, alucinógeno, homeopático, odontológico.
Indicação terapêutica: 
Tosse, bronquite, catarro, problemas digestivos, relaxante muscular, dores reumáticas, neuralgia, conciliador do sono, pruridos da pele (erupção, urticária), artrite.
tags: 
Bronquite [2]
Catarro [3]
Distúrbio digestivo [4]
Coceira - comichão - prurido [5]
Tabagismo [6]
Relaxante muscular [7]
Neuralgia [8]
Afrodisíaco [9]
Reumatismo - artrite - artrose - dor articular [10]
Gás no trato digestivo - arroto - flatulência - pum - peido [11]

Nome em outros idiomas

  • Inglês: sweet flag, calamus, beewort, bitter pepper root, calamus root, flag root, gladdon, myrtle flag.
  • Espanhol: cálamo aromático, ácoro aromático, cálamo acuático, ácoro verdadero.
  • Francês: acore adornat
  • Italiano: càlamo aromático

Origem, distribuição
Proveniente da Índia e introduzida no ocidente no século XIII. Vegeta na maior parte do mundo.

Descrição
Cálamo assemelha-se à cana, tem folhas lineares longas de bordas afiadas, bem agudas, de cerca de 25 mm de largura. As folhas são estreitas e lanceoladas, bordas serrilhadas ou onduladas. As flores permanecem de maio a julho e as sementes amadurecem a partir de julho-agosto. As flores são hermafroditas (possuem órgãos masculinos e femininos) e são polinizadas por insetos. 

As flores são pequenas (atingem 4 mm) e estéreis, verde-amareladas, apresentadas em espádice cuja espada sobressai por cima. Espádice é um tipo especial de racemo, uma inflorescência com flores pequenas apinhadas sobre uma raque (eixo central) espessada e carnuda, tomando o aspecto de uma espiga, o que é comum nas espécies da família Acoraceae, razão pela qual eram antigamente chamadas "espadicifloras".

A haste se prolonga sob a terra em forma de rizomas de raizes largas adventícias, carnosas e fortemente aromáticas.

É uma planta alta (60 a 150 cm de altura.) e perenifólia (mantém as suas folhas durante todo o ano). A nervura central é proeminente e facilmente distinguível das nervuras secundárias. 

O ovário é vestigial (sem função).

Esta planta é triploide (células têm três grupos de cromossomos em lugar de dois) e não produz qualquer fruto. Muitas variedades já foram identificadas. 

O cálamo prefere solo úmido ou água rasa e tropical. Cresce nas margens de rios, charcos, pântanos, bancos de areia, orla de cascatas ou sob a forma imersa em águas de fluxo não muito rápido, em solos ricos em nutrientes.

São utilizados o rizoma e as raízes secas do cálamo. Em locais populares, é comum encontrar rizomas secos, seco em pó, extrato líquido e tintura.

Uso popular e medicinal
Fitoterapeutas em geral recomendam o cálamo como antiespasmódico, usar com moderação e procurar orientação de especialista.

A planta é bem utilizada na medicina herbal moderna como estimulante aromático e tônico suave. 

Na Ayurveda (sistema medicinal da Índia) é altamente valorizada como rejuvenescedora do cérebro e sistema nervoso e remédio para distúrbios digestivos. No entanto, cuidados devem ser tomados na sua utilização uma vez que algumas formas da planta podem ser cancerígenas.

A raiz é anódina (medicamento que acaba com a dor), um paliativo, porém mais suave que os analgésicos. É aromática, carminativa (reduz flatulência e elimina gases do intestino), sudorífico (faz suar), emenagogo (provoca menstruação), expectorante (promove a expulsão do catarro), febrífugo (baixa a febre), alucinógena, hipotensora, sedativa, estimulante, estomacal, levemente tônica e vermífuga. É usada internamente para o tratamento de distúrbios digestivos, bronquite, sinusite etc.. 

Nos países árabes utilizam-se a sua essência como afrodisíaco (aumento do apetite sexual).

É um tônico estimulante e normalizador do apetite. Em pequenas doses reduz a acidez do estômago, enquanto em doses maiores aumenta as secreções do estômago, sendo portanto recomendada no tratamento da anorexia nervosa. No entanto, se a dose for muito grande poderá causar náuseas e vômitos. 

Cálamo é usado externamente para tratar erupções cutâneas, dores reumáticas e neuralgia (dor aguda sentida no trajeto de um nervo). A infusão da raiz pode provocar aborto. Mastigar a raiz pode aliviar a dor de dente. Diz-se que mastigar a raiz reduz o gosto pelo tabaco, logo é indicada contra o hábito de fumar.

É um remédio popular para artrite, câncer, convulsões, diarreia, dispepsia, epilepsia etc..  

As raízes novas (2 a 3 anos de idade) são preferidas pois as mais velhas tendem a ficar duras e ocas. São colhidas no final do outono ou início da primavera e secas para uso posterior. A raiz seca perde 70% de seu peso mas tem uma melhora no cheiro e no sabor, que se deterioram se for armazenada por muito tempo. Aconselha-se cuidado na utilização desta raiz, especialmente sob a forma de óleo essencial destilado, uma vez que grandes doses podem causar leves alucinações.

Existem relatos de que óleos de banho contendo cálamo causam vermelhidão da pele (eritema) e dermatite, em particular em indivíduos hipersensíveis.

Índios norteamericanos da tribo Cree costumam mascar a raiz absorvendo seus efeitos estimulante, eufórico e alucinógeno. Utilizam também o óleo de cálamo para unção em cerimônias religiosas.

 Dosagem indicada
Preparado como chá (chá de cálamo) é estomáquico e tônico, pode ser usado contra flatulências, vômitos, raquitismo, digestão pesada, escassez de suco gástrico (hipocloridria) e gastrite crônica, pois elimina os gases do tubo digestivo. É um relaxante muscular e sedativo suave do sistema nervoso contra gastrite, halitose, hiperazotemia, inchações e icterícia.

Receita: colocar 2 colheres (sopa) em 1 litro de água. A parte usada parece ser o rizoma colhido e seco ou então encontrado pronto em saquinho. Deixe cozinhar por cerca de 10 minutos a partir do momento de inicio da ebulição. Após esse tempo, retire do fogo e deixe repousando tampado por 10 minutos. Coe e está pronto para o uso. 

 Culinária
O rizoma pode ser cristalizado e transformado em doce. Pode ser descascado e lavado para remover o sabor amargo e então ingerido cru, como uma fruta. Fica palatável ​​quando torrado e pode também ser usado como um aromatizante. Rico em amido, a raiz contém cerca de 1% de um óleo essencial utilizado como um condimento alimentar. A raiz contém um glicosídeo amargo. 

O rizoma seco e em pó tem um sabor picante e é utilizado como um substituto do gengibre, canela e noz-moscada. Uma pitada do rizoma em pó serve como um aromatizante no chá. A inflorescência jovem e tenra é consumida por crianças devido ao sabor adocicado. 

As folhas frescas contêm 0,078% de ácido oxálico. As folhas podem ser utilizadas para aromatizar cremes de ovos como se fosse baunilha. A parte interna dos caules jovens pode ser consumido cru e em salada fica muito saboroso.

Toxicidade
Um dos componentes do óleo essencial é a cis-isoasarona que causa efeitos tóxicos com o uso prolongado (mais de um mês). Há óleos preparados isentos deste componente. Nos EUA é proibido seu uso como aditivo e suplemento alimentar em virtude de seu potencial mutagênico.

Reações adversas
Existem relatos diversos de sintomas reacionais desta planta, alucinações, confusão mental, desorientação, efeitos mutagênicos, náuseas e 
vômitos. Em diversas publicações são encontradas indicações para não uso acima de 30 dias, além de contraindicações em mulheres grávidas e pessoas com distúrbios psiquiátricos.

Cuidado
Sugere-se não usar concomitantemente com produtos que contenham álcool, sedativos e outros depressores do SNC (sistema nervoso central). Estudos indicam efeitos antagônicos. Com agentes psicoativos, sedativos ou estimulantes pode ocorrer intensificação dos efeitos desses agentes. Preconiza-se o uso com cautela nas interações com outros medicamentos.

Outros usos
Cálamo é usado em ornamentação de aquários e cultivado na orla de lagos. Neste caso requer um substrato rico, grande quantidade de luz e temperatura moderada. 

 Colaboração

  • Luís Carlos Leme Franco, Médico Fitoterapeuta (Curitiba, PR). Memória.
  • Martha Batista de Lima, Pedagoga, Terapeuta Naturalista (Florianópolis, SC)

 Referências

  1. FELTRON, C. W.; AVILA, J.R. Manual de Medicina Alternativa para o Profissional. Editora Guanabara, 2000. Trad. Patricia J. Voeux.
  2. Plants for a Future: Acorus calamus [12] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  3. Emagrecer: Chá de Cálamo [13] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  4. Plantas de Aquário: Acorus calamus [14] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  5. Wikipedia: Açoro [15] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  6. Wikipedia: Acorus calamus [16] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  7. Ervas e Insumos: Cálamo aromático [17] - Acesso em 23 de agosto de 2015
  8. The Plant List: Acorus calamus [18] - Acesso em 23 de agosto de 2015

GOOGLE IMAGES de Acorus calamus [19] - Acesso em 23 de agosto de 2015
 

 

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