
Nome em outros idiomas
- Inglês: hemlock anon
- Espanhol: malagueto, malagueto macho, malagueto hembra, flor de burro, pimienta de los negros
- Francês: maniguette (Guiana Francesa), xylopie aromatique
Origem, distribuição
Árvore brasileira nativa do cerrado mineiro e territórios cercãos.
Descrição [2]
Arvoreta de 4-6 m de altura, de ramos pendentes, estriados e acinzentados, dotados de numerosas lenticelas. Flores solitárias vistosas, hermafroditas.
Frutículos indeiscentes, glabros, vermelho-brilhantes na maturação, não comestíveis ao natural, mas conservados em vinagre ou cachaça e utilizados como condimento, empresta aos pratos agradável sabor de pimenta.
Uso popular e medicinal [1]
Frutos da X. aromatica são usados na medicina popular pelas propriedades carminativa, estimulante e afrodisíaca; e como condimento principalmente no tempero de carnes no lugar da pimenta-do-reino, por apresentarem odor semelhante porém mais suave.
Estudos químicos com os frutos desta planta avaliaram a presença de terpenos incluindo monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos e esterois .
No gênero Xylopia foram identificados alcaloides do tipo isoquinolinícos em folhas, cascas e frutos. Esteroides também foram identificados em frutos de X. aromatica, além de estigmasterol.
Nos frutos e folhas deste gênero foram identificadas substâncias fenólicos, incluindo flavonoides do tipo quercetina, responsáveis pela ação antioxidante evidenciada em alguns estudos. Apesar da grande variedade de substâncias bioativas descritas, os constituintes químicos predominantes e mais investigados nos frutos desta espécie são os óleos essenciais.
Análises químicas do óleo essencial de X. aromatica originária do Brasil identificaram a presença de a-pineno, ß-pineno, mirceno, ocimeno, limoneno, citronelol e carvona, sendo o limoneno, o citronelol, alfa e beta pineno os componentes majoritários. O perfil lipídio da espécie na Nigéria apresenta maiores proporções do ácido mirístico e palmítico, seguido do monoinsaturado oleico e dos poli-insaturados da série w-6 e w-3.
A ausência de estudos sobre o efeito dos seus frutos no organismo e potencial fonte de substâncias bioativas despertaram o interesse de uma aluna de mestrado da UFMG em avaliar o fruto em um modelo experimental de animais que apresentam aumento de adiposidade e alterações metabólicas. Em sua dissertação a autora aponta que os frutos de X. aromatica contém substâncias capazes de modular alterações metabólicas associadas à obesidade, em especial as relacionadas ao metabolismo da glicose.
O efeito positivo na tolerância oral à glicose e na sensibilidade à insulina dos animais que receberam dieta HC sugere o potencial da planta na atenuação da resistência à insulina, comumente presente na obesidade. Esse efeito pode ser atribuído, pelo menos em parte, a redução de células imunes circulantes e a menor concentração de citocinas de perfil inflamatório no fígado. Os resultados sugerem que o extrato dos frutos deste vegetal pode se tornar um recurso terapêutico para o tratamento da intolerância à glicose induzida por dieta.

Referências
- Faculdade de Farmácia da UFMG (2012): Potencial dos frutos de Xylopia aromatica no tratamento de alterações metabólicas induzidas por dieta em camundongos Balb/c - Acesso em 30 de julho de 2017
- FERREIRA, M. B. Frutos comestíveis nativos do cerrado em Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 6(61):9-18, 1980.
- Imagem: Cortesia de © Mauro Cruz (Pirenópolis, GO) - Herbário Digital de Pirenópolis
- The Plant List: Xylopia aromatica - Acesso em 30 de julho de 2017
GOOGLE IMAGES de Xylopia aromatica - Acesso em 30 de julho de 2017