Mandioca

Nome científico: 
Manihot esculenta Crantz
Família: 
Euphorbiaceae
Sinonímia científica: 
Jatropha manihot L.
Partes usadas: 
Raiz, folha
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Rica em carboidratos (principalmente na forma de amido), fibras alimentares, vitaminas do complexo B (especialmente ácido fólico e tiamina), minerais (K, Mg), flavonoides, taninos.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória, antioxidante, imunomoduladora, anti-hipertensiva.
Indicação terapêutica: 
Infecções, doenças, estresse oxidativo.

Origem, distribuição
Plantas do gênero Manihot são de origem americana, sendo a região Amazônica o provável centro de origem, de onde irradiou-se para o norte, Antilhas, América Central e sul da América do Norte. 

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: cassava
  • Francês: manioc
  • Espanhol: yuca, mandioca
  • Italiano: manioca

Cada um desses nomes é usado para se referir à raiz da mandioca, que é amplamente utilizada em diversas cozinhas ao redor do mundo.

Descrição

A mandioca é considerada a 4a mais importante fonte de alimento para milhões de pessoas, depois do trigo, arroz e milho. Duas espécies são utilizadas na alimentação humana: a mandioca-brava Manihot esculenta, cujas raízes venenosas podem ser convertidas em farinha comestível, e a mandioca-doce Manihot utilissima, cujas raízes podem ser consumidas fritas ou cozidas, e as folhas cozidas. [6] 

Planta perene, monoica, tendo flores masculinas e femininas separadas na mesma planta.

Raiz tuberosa e rica em amido, variando em comprimento de 30 a 80 cm. As raízes são geralmente grossas, com casca marrom-acinzentada e polpa branca ou amarela. O caule é ereto e lenhoso, podendo atingir até 3 metros de altura, segmentado e de coloração verde a marrom  As folhas são palmadas e profundamente lobadas, com 5 a 9 lóbulos por folha. São verdes e dispostas alternadamente ao longo do caule. As flores são pequenas e discretas, geralmente amarelas ou verdes. O fruto é uma cápsula pequena e globosa, contendo geralmente três sementes. O fruto não é comestível e não é a principal forma de propagação da planta, que é geralmente propagada por estacas do caule.

A mandioca é uma planta de grande importância econômica e alimentar, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, devido à sua capacidade de crescer em solos pobres e sua alta produtividade de raízes ricas em amido.

A mandioca nos ditos populares

"Farinha pouca, meu pirão primeiro",

"Sem pirão, não há eleição",

"Aquilo é farinha ruim",

"Farinha do mesmo saco",

"Debaixo da farinha, tem carne'...

Uso popular e medicinal
Além de seu valor como alimento básico, a mandioca possui diversas propriedades medicinais e nutricionais que contribuem para a saúde humana.

Anti-inflamatória: Estudos têm demonstrado que extratos de folhas de mandioca possuem atividade anti-inflamatória, atribuída à presença de compostos como flavonoides e taninos [2].

Antioxidante: Diversos compostos presentes na mandioca, incluindo vitamina C e compostos fenólicos, exibem atividade antioxidante, ajudando a combater o estresse oxidativo no organismo [3].

Imunomoduladora: Algumas pesquisas sugerem que certos componentes da mandioca podem modular o sistema imunológico, ajudando a fortalecer as defesas do corpo contra infecções e doenças [4].

Anti-hipertensiva: Estudos em animais indicam que extratos de raízes de mandioca podem ter efeitos hipotensores, potencialmente úteis no controle da pressão arterial elevada [5].

 Culinária

Pratos saborosos e bem populares são feitos à base de mandioca:

  • Aipim frito: similar às batatas fritas, a mandioca é cortada em pedaços e frita até ficar crocante.
  • Bobó de camarão: prato cremoso feito com purê de mandioca e camarões, geralmente temperado com leite de coco, dendê e pimentões.
  • Escondidinho: prato gratinado feito normalmente com carne seca, frango ou camarão, coberto com purê de mandioca.
  • Pão de queijo: embora tradicionalmente feito com polvilho (derivado da mandioca), muitas receitas utilizam mandioca cozida na massa.
  • Bolo de mandioca: bolo úmido feito com mandioca ralada, leite de coco e açúcar.
  • Farofa: farinha de mandioca torrada, usada como acompanhamento de pratos diversos.
  • Tapioca: feita com goma de mandioca, pode ser recheada com ingredientes doces ou salgados.
  • Pirão: creme feito com farinha de mandioca e caldo de peixe ou carne, geralmente servido como acompanhamento.
  • Mané pelado: sobremesa típica de algumas regiões do Brasil, especialmente em Goiás. Trata-se de um bolo de mandioca ralado que leva coco, queijo e outros ingredientes que variam conforme a receita. O nome curioso "Mané pelado" tem origem incerta, mas acredita-se que faça referência à simplicidade dos ingredientes e da preparação.

Receita: escondidinho de mandioca com carne-seca [6]

Ingredientes

Modo de preparo

  • 1 kg de mandioca cozida 
Amasse a mandioca com um espremedor de batatas e retire os talos.
  • 250 ml de leite integral
Junte o leite aos poucos até obter um purê firme.
  • 100g de manteiga sem sal
Finalize com a manteiga, pimenta e sal. Reserve.
  • 350 g de requeijão cremoso
Puxe a carne-seca com a manteiga, junte a cebola e finalize com cheiro-verde. Reserve.
  • 500 g de carne-seca cozida e desfiada
Espalhe uma camada fina de purê no fundo de uma assadeira.
  • 2 cebolas roxas cortada em rodelas finas
Distribua o recheio de carne-seca uniformemente.
  • 50 g de manteiga de garrafa
Cubra com requeijão e por cima o restante do purê.
  • 100 g de quijo coalho ralado
Finalize com o queijo coalho e asse a 200o C até dourar.
  • Sal e pimenta branca a gosto
Sirva com uma salada simples de folhas, tomate e cheiro-verde.
  • Cheiro-verde a gosto 
Rende 6 porções.

Valor nutricional da mandioca cozida (mg em 100 g) [7]

 Colaboração

  • Luciano Lourenço Nass, pesquisador da EMBRAPA Meio Ambiente.
  • Post elaborado com auxílio de ferramenta de inteligência artificial (IA) em 17/05/2024.

 Referências

  1. Fasoyiro, S.B., Ajibade, S.R., & Omole, A.J. (2014). Nutritional composition of processed cassava leaves from different cultivars and harvesting periods. Journal of Food Science and Technology, 51(12), 3844-3849.
  2. Alabi, D.A., Amusa, N.A., Olorunnisola, S.K., & Afolayan, A.J. (2017). Anti-inflammatory activity of Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae) leaf extract in rats. BMC Complementary and Alternative Medicine, 17(1), 1-7.
  3. Shahidi, F., & Yeo, J. (2016). Bioactivities of phenolics by focusing on suppression of chronic diseases: A review. International Journal of Molecular Sciences, 17(2), 1-32.
  4. Oliveira, G.C., Nascimento, A.F., Madeira, S.V.F., Matos, M.S., Araújo, A.J., & Oliveira, L.D. (2017). Modulatory effect of Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae) on cytokines profile. Inflammopharmacology, 25(1), 69-74.
  5. Ajiboye, T.O., Salau, A.K., Yakubu, M.T., Oladiji, A.T., & Akanji, M.A. (2012). Antihypertensive potential of aqueous root extract of Landolphia owariensis in salt-loaded rats. Journal of Basic and Clinical Physiology and Pharmacology, 23(4), 141-147.
  6. REIFSCHNEIDER, F. J. B. et al. Uma pitada de biodiversidade na mesa dos brasileiros. Brasília, DF. 2015. 156p
  7. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Acesso em 19/062024 
  8. WFO (2024): Manihot esculenta Crantz. Published on the Internet. Accessed on: 02 May 2024
  9. Image attribution: Tu7uh, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons