Origem, distribuição
Dependendo da literatura consultada, a planta é considerada endêmica do Cerrado brasileiro [1]; e nativa da América Central [2].
Nota. Esta espécie é citada em várias referências como "infalível", nome científico Mandevilla velutina e família Apocynaceae. No sistema de classificação APG III, Mandevilla velutina é registrado como sinônimo de Fernaldia pandurata (Apocynaceae). Na web, a busca por Mandevilla velutina retorna resultados como planta "medicinal endêmica do Cerrado brasileiro"; e a busca por Fernaldia pandurata retorna resultados como planta de nome "loroco", nativa da América Central e conhecida pelas flores comestíveis. |
Descrição [3]
A raiz é fibrosa e profunda, contém alcaloides lorocina e loroquina que são tóxicos ao ser humano.
O talo é fraco e pubescente (tipo liana), de cor café, apresenta fissuras e muitas lenticelas.
As folhas são oblongas, elípticas, opostas, acuminadas, com bordas externas ligeiramente onduladas. Existem diferentes formas de folha, dependendo da variedade.
A flor é a parte aproveitável na alimentação humana. A inflorescência se dá em racimos, cada um contando de 1 a 32 flores, dando em média 25 flores por racimo.
A infrutescência é composta por 1, 2 ou mais folículos deiscentes, que estão aderidos a um pedúnculo de diferentes formas: cilíndrico, alargado reto ou curvado para dentro.
Dentro dos folículos encontram-se de 25 a 150 sementes, medem de 1,4 a 1,6 cm de comprimento por 2 a 3 mm de largura, com grande quantidade de pelos algodonosos no extremo, o que facilita a dispersão pelo vento.
Uso popular e medicinal
Mandevilla velutina é uma planta medicinal endêmica do Cerrado brasileiro conhecida popularmente como "infalível", utilizada pela população em tratamentos de processos inflamatórios e mordidas de serpentes através de extratos alcoólicos ou infusões do sistema subterrâneo, composto pelo tubérculo e xilopódio. Essas atividades foram cientificamente comprovadas segundo a literatura científica. Atualmente esta espécie encontra-se em risco de extinção devido à coleta extrativista [1].
Um grupo de pesquisadores do Departamento de Farmacologia e Química Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC) estudou extratos dos rizomas dessa planta cultivada em Minas Gerais (Brasil). Consideraram como um tratamento eficaz contra mordida de cobra venenosa. Eles descobriram que o extrato bruto inibe a ação da bradicinina no útero isolado de rato, devido a 3 compostos diferentes (possivelmente terpenos), o que dá credibilidade à prática local [4].
Culinária
A planta é muito reconhecida na culinária da Guatemala e El Salvador. Já foi chamada por "quilite", cujo significado na linguagem indígena é "erva comestível".
As flores tem um sabor único, viciante e pungente. São usadas em "pupusas", um alimento à base de milho [2].
Valor nutricional das folhas por 100 g [4]
Umidade | Extrato etéreo | Fibra crua | Nitrogênio | Cinzas | Cálcio | Fósforo | Ferro | Caroteno | Tiamina | Riboflavina | Niacina | Ácido Ascórbico |
88,2 g | 0,09 mg | 1,6 g | 0,486 g | 1,27 g | 73,8 mg | 51,1 mg | 1,18 mg | 0,169 mg | 0,752 mg | 0,115 mg | 2,426 mg | 13,3 mg |
Referências
- Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2011): Conservação e enraizamento in vitro de infalível - Mandevilla velutina - uma planta medicinal do Cerrado - Acesso em 30 de outubro de 2016
- LinkedIn SlideShare (2009): Loroco - Fernaldia pandurata - Acesso em 30 de outubro de 2016
- Centro Nacional de Tecnología Agropecuaria y Forestal (2002): Cultivo de loroco - Acesso em 30 de outubro de 2016
- Economic Botany (1990). Loroco, Fernaldia pandurata: a popular edible flower of Central America - Acesso em 30 de outubro de 2016
- Imagem: LinkedIn SlideShare (2009)
- The Plant List: Fernaldia pandurata - Acesso em 30 de outubro de 2016
GOOGLE IMAGES de Fernaldia pandurata - Acesso em 30 de outubro de 2016