Os efeitos analgésicos do abacaxi são conhecidos há séculos pelos indígenas nas Américas.
Usada para a redução de dor e cicatrização de ferimentos, conta-se que exemplares da fruta foram levados para a Europa pelos primeiros navegadores europeus que chegaram ao continente americano.
Muito tempo depois, verificou-se que a bromelina agia não apenas contra a dor mas também tinha atividade anti-inflamatória e atuava na quebra de proteínas. Isso permitiu o desenvolvimento de diversos produtos a partir do abacaxi pelas indústrias farmacêutica e alimentícia.
Sabe-se agora que há relação dos efeitos analgésicos do abacaxi com seu papel na interface do intestino. Investigações feitas em camundongos pela equipe da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostraram que a bromelina age na mucosa do intestino delgado liberando encefalina, que é absorvida e promove ação analgésica. “A encefalina gerada no intestino atua principalmente na periferia do organismo, onde pode ter propriedades anti-inflamatórias”, disse um dos responsáveis pela pesquisa.
A matéria foi publicado pela Agência Fapesp (12 de junho de 2019)