Curriola

Nome científico: 
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Família: 
Sapotaceae
Sinonímia científica: 
Paralabatia parviflora (Benth. ex Miq.) Aubrév.
Partes usadas: 
Raiz, folha, casca.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Componentes concentram-se na casca: compostos fenólicos, taninos, antraquinonas livres, cumarinas, esteroides, triterpenos, saponinas, glicosídeos cardiotônicos e alcaloides.
Propriedade terapêutica: 
Vermífuga, anti-inflamatório, antinociceptivo, citotóxico, antimicrobiano, antifúngico, antioxidante, fotoprotetora.
Indicação terapêutica: 
Hiperlipidemia, obesidade, disenteria, dor e inflamação.

Origem, distribuição
Planta do bioma Cerrado brasileiro, ocorre no centro sul do país e região Amazônica, principalmente na floresta latifoliada semidecídua.

Descrição [1,2]
Espécie arbórea, atinge cerca de 10 m de altura, possue látex geralmente branco em todas as suas partes. Tem crescimento moderado, adapta-se a lugares abertos, por isso é indicada para plantio em áreas de preservação permanente.

A espécie apresenta caducifolia no final da seca, brotação na transição da seca para o período chuvoso, floração na seca e maturação dos frutos na época chuvosa. A flor é tubular, pequena, esverdeada, autoesteril, morfologicamente ginomonóica e funcionalmente monóica. É visitada por pequenos insetos (borboleta, mariposa, abelha). Fruto comestível.

Produz anualmente pequena quantidade de sementes amplamente disseminadas por morcegos.

Uso popular e medicinal [3]
Diversos autores relatam o uso da curriola na medicina popular do cerrado mato-grossense no tratamento de hiperlipidemia e obesidade. A raiz é empregada contra verminose, disenteria, dor e inflamação. Apresenta potencial anti-inflamatório e antinociceptivo, citotóxico, antimicrobiano, antifúngico, antioxidante e fotoprotetor.

Diferentes classes de metabólitos secundários estão presentes na folha de espécies da família Sapotaceae. São citados flavonoides e triterpenos.

Flavonoides são apontados como marcadores quimiotaxonômicos (miricitrina, veja quadro) para o gênero Pouteria, com maior frequência nas folhas.

Triterpenos são encontrados em todas as partes. 

Esta planta apresenta atividade alelopática. Alelopatia é a capacidade de interferir, positiva ou negativamente, no desenvolvimento de outras plantas que crescem ao seu redor. Plantas com essa atividade são alternativas interessantes no controle de plantas daninhas, feito normalmente com agentes contaminantes (herbicidas).

Também são citados a presença de alcaloides, benzenoides e fenilpropanoides. Em espécies do Cerrado brasileiro, tem-se a ocorrência de hidrocarbonetos de cadeia longa, álcoois, ácidos e ésteres.

Sobre alelopatia, recomenda-se a leitura do trabalho sobre extratos das folhas de curriola. Os autores concluem que há efeito inibidor na germinação de sementes de alface (Lactuca sativa).

 Dedicado a Sandra Raymer.

 Referências

  1. Atlas Ambiental da Bacia do Rio Corumbataí: Pouteria ramiflora - Acesso em 5 de julho de 2015
  2. Brazilian Journal of Botany: Sistema sexual e biologia floral de Pouteria ramiflora e P. torta - Acesso em 5 de julho de 2015
  3. Horticultura Brasileira: Análise fitoquímica e potencial alelopático das cascas de Pouteria ramiflora na germinação de alface
  4. Imagem: Frutos atrativos do cerrado - Acesso em 5 de julho de 2015
  5. The Plant List: Pouteria ramiflora - Acesso em 5 de julho de 2015

GOOGLE IMAGES de Pouteria ramiflora - Acesso em 5 de julho de 2015