Nome em outros idiomas
- Inglês: tonco bean, tonquin bean
- Francês: fèves de tonka
- Alemão: tonkabohne
- Espanhol: haba tonka, cumaruna
Origem, distribuição
Norte da América do Sul (Guiana, região do Orinoco). Os principais produtores hoje são Venezuela e Nigéria. No Brasil ocorre na Região Norte, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Descrição [1]
Espécie arbórea, perene, pode atingir 40 m de altura, de rápido crescimento, boa formação estrutural e alto valor econômico. Tronco reto, cilíndrico, copa frondosa. A casca tem superfície áspera e mede até 3 cm de espessura.
As folhas são compostas, imparipinadas e alternas, medindo de 15 cm a 20 cm de comprimento, forma ovada-lanceolada, margem inteira, ápice acuminado e base redonda.
As inflorescências apresentam panículas terminais ferrugíneo-pubescentes, com flores perfumadas. O fruto legume (vagem) é uma drupa, ovulado, fibroso, esponjoso, superfície pubescente, contendo uma única semente.
As flores são hermafroditas, aromáticas e pequenas.
Uso popular e medicinal [1,2,3,4]
As sementes produzem o óleo, cumarina, que tem fragrância agradável semelhante à baunilha. Já foi muito usado na indústria como substituto de baunilha para aromatizar chocolates, bebidas, fumo e perfumes.
As sementes são usadas como diaforético (ou sudorífero, faz suar intensamente). A partir do cozimento dos frutos e das sementes obtém-se um tipo de remédio ou fortificante com propriedades anestésicas, que auxilia no tratamento de problemas respiratórios e cardíacos além de combater vermes, inclusive amebíase (diarreia com perda de sangue). Com a casca prepara-se um xarope para tosse, gripe e problemas pulmonares.
O óleo da amêndoa pode ser usado diretamente em úlcera bucal, otite (dor de ouvido) e em problemas do couro cabeludo. Atualmente esse óleo é usado na formulação de veneno para matar ratos (como warfarino), por sua capacidade de inibir a coagulação do sangue.
Trabalhos de laboratório realizados no Brasil com animais evidenciam que extratos de sementes têm ações colagogo, colerético, antiespasmódico, hipoglicemiante, antidiabético, antiespermatogênese e anti-inflamatório. Foram observadas lesões no fígado e toxicidade em ratos, com dosagens acima de 350 mg/kg de peso corporal.
Cuidado
O óleo tem propriedades cancerígenas, por isso não tem sido recomendado. Atualmente seu uso principal, como já acima citado, é na composição de veneno contra ratos.
Outros usos
As castanhas (sementes) são comestíveis.
Tribos peruanas usam as sementes dessa espécie na confecção de colares [5].
O óleo essencial aromático de cor amarelo-claro contido nas sementes, tem grande demanda internacional na indústria de perfumaria e de cosméticos.
O maior valor comercial do cumaru-do-amazonas está na madeira que é muito pesada, dura ao corte, de textura fina e média, de resistência mecânica elevada e muito resistente ao ataque de cupins, fungos, insetos e brocas marinhas. Quando usado como dormentes em solos bem drenados, sua durabilidade varia de 10 a 22 anos [1].
Tem importância econômica na alimentação animal, produção de corantes, óleos e inseticidas. Indicada para enriquecimento de solos, como planta ornamental e principalmente para produção de madeiras nobres e valiosas usadas na marcenaria, entalhadura e construções em geral [3].
Colaboração
- Itacildo Pacheco, João Pessoa (PB), 2015.
Referências
- EMBRAPA Florestas: Cumaru-ferro - Acesso em 5/4/2015
- RAINTREE Tropical Plant Database: Cumaru (Dipteryx odorata) - Acesso em 5/4/2015
- Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA): Morfofisiologia de graviola, cumaru e copaíba - Acesso em 5/4/2015
- The Gernot-Katzer´s Spice Pages: Tonka bean - Acesso em 5/4/2015
- Botanical Beads of the World: Dipteryx odorata - Acesso em 5/4/2015
- Imagem: Neotropical Plants Image Database (KEW): © Denise Sasaki / Projeto Flora Cristalino) - Acesso em 5/4/2015
- The Plant List: Dipteryx odorata - Acesso em 5/4/2015
GOOGLE IMAGES de Dipteryx odorata - Acesso em 5/4/2015