Cedro-do-atlas

Nome científico: 
Cedrus atlantica (Endl.) Manetti ex Carrière
Família: 
Pinaceae
Sinonímia científica: 
Pinus atlantica, Abies atlantica
Partes usadas: 
Madeira, óleo essencial.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Sesquiterpenos hidrocarbonetos e oxigenados: α-Cedreno, β-Cadinene, γ-Cadinene, β-Himachelene, α-Turmerone, β-Turmerone, Ar-Turmerone.
Propriedade terapêutica: 
Relaxante, antisséptica, anti-inflamatória, expectorante, antifúngica.
Indicação terapêutica: 
Redução de estresse e ansiedade, tratamento de acne, eczema, psoríase, micose, cuidados com a pele e cabelo, coceira, caspa, alívio de tensão muscular, bronquite, tosse.

Origem, distribuição

A região de origem é o norte da África (Marrocos e Argélia), onde distribui-se naturalmente na cadeia de montanhas do Atlas. Biomas de ocorrência natural: florestas de montanha que crescem em regiões de clima mediterrâneo, em altitudes de 1.300–2.200 m.

Status no Brasil: considerada exótica, não é naturalizada nem invasora, não ocorre naturalmente em nenhum bioma brasileiro, pode ser cultivada em áreas de altitude, como na Serra da Mantiqueira.

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: Atlas cedar, Atlantic cedar

  • Espanhol: Cedro del Atlas, Cedro atlántico

  • Francês: Cèdre de l’Atlas, Cèdre de l’Atlantique

Em todas esses idiomas, a referência principal é Atlas, cadeia de montanhas no Marrocos e Argélia, onde a espécie é nativa.

Descrição

Cedro-do-atlas é uma árvore perene e imponente, que pode chegar a até 40 metros de altura. Quando jovem, sua copa tem formato de cone ou pirâmide, mas com o tempo se abre e ganha aspecto arredondado, com ramos que se espalham na horizontal. O tronco é reto, coberto por uma casca que começa lisa e cinzenta, mas que fica rugosa e cheia de fissuras à medida que a árvore envelhece.

Suas folhas são em forma de agulha, medindo de 0,8 a 3 cm. Elas podem aparecer em pequenos grupos ou sozinhas ao longo dos ramos, variando entre o verde-escuro e o azulado, com um formato triangular ou quadrado quando vistas de perto.

O cedro-do-atlas produz, na mesma árvore, cones masculinos e femininos. Os masculinos, menores e alongados, surgem na parte de baixo da copa e liberam pólen antes de cair. Já os femininos, maiores e arredondados, aparecem nos ramos superiores, com coloração verde ou azulada.

As pinhas dessa espécie crescem eretas, medindo de 5 a 8 cm. Quando amadurecem, se desfazem naturalmente e liberam sementes com pequenas asas, que ajudam na dispersão pelo vento.

Muito valorizado como árvore ornamental, o cedro-do-atlas é bastante cultivado em parques e jardins da Europa. Uma das variedades mais conhecidas é a glauca, famosa por suas belas folhas azuladas.

Uso popular e medicinal

Cedro-do-atlas apresenta diversas propriedades terapêuticas que beneficiam a saúde e o bem-estar. O óleo essencial desta árvore tem efeito relaxante, ajudando a reduzir estresse e ansiedade, além de promover uma sensação geral de equilíbrio. Suas propriedades antissépticas e anti-inflamatórias o tornam útil no tratamento de problemas de pele, como acne, eczema e psoríase, ajudando a acalmar irritações e favorecer a cicatrização.

Na cosmética, o óleo é aplicado em produtos para cuidados com a pele e cabelo, fortalecendo os fios, prevenindo a queda e estimulando o crescimento capilar, além de tratar coceira e caspa. Seu aroma amadeirado é valorizado na indústria de perfumes, funcionando como nota de base em fragrâncias unissex, conferindo profundidade, sofisticação e durabilidade às fragrâncias.

Na aromaterapia, o cedro-do-atlas é utilizado em difusores, inaladores e massagens terapêuticas, promovendo relaxamento, aliviando a tensão muscular e reduzindo sintomas de estresse. Na medicina tradicional, seu óleo é empregado no tratamento de problemas respiratórios, como bronquite e tosse, devido às suas propriedades expectorantes e anti-inflamatórias, além de apoiar a saúde da pele e acelerar a recuperação de pequenas lesões.

Um estudo realizado na floresta de Taza (Marrocos), analisou a madeira do Cedrus atlantica visando identificar os compostos obtidos por destilação e avaliou sua ação contra fungos causadores de micoses. Os pesquisadores testaram a atividade antidermatófita in vitro contra as três espécies de dermatófitos mais comuns no país — principais responsáveis por infecções na pele, no cabelo e nas unhas.

A análise revelou que os compostos presentes pertencem ao grupo dos sesquiterpenos hidrocarbonetos e sesquiterpenos oxigenados. Nove substâncias principais foram identificadas: α-Cedreno, β-Cadinene, γ-Cadinene, β-Himachelene, α-Turmerone, β-Turmerone, Ar-Turmerone, α-Atlantone e Himachalol.

Segundo os autores, esses resultados reforçam o potencial terapêutico do Cedrus atlantica, apontando-o como uma fonte promissora de agentes antifúngicos naturais, especialmente para o tratamento de micoses superficiais provocadas por dermatófitos.

 Colaboração

  • Matheus Rios Rosa, graduando em Engenharia Agronômica (USP/ESALQ, 2025).
  • Sara Teixeira Simões, graduanda em Engenharia Agronômica (USP/ESALQ, 2025).

 Referências

  1. Masmoudi S, Aiboud A, Chaoui L, Milouk FZ, Moussaif A, El Hessni A, Mesfioui A. Phytochemical composition of cedar tar of the atlas and it's in vitro antifungal activity against Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes and Microsporum canis. Pak J Pharm Sci. 2024 Mar;37(2):257-263. PMID: 38767092 - Acesso em 29 de agosto de 2025
  2. Aromoterapia Online: Cedro-do-atlas - Acesso em 29 de agosto de 2025
  3. Câmara Municipal de Santa Maria da Feira (Portugal): Cedro-do-atlas - Acesso em 29 de agosto de 2025
  4. World Flora Online: Cedrus atlantica - Acesso em 29 de agosto de 2025
  5. Image (no changes were made): Dr Mary Gillham Archive Project, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

GOOGLE IMAGES de Cedrus atlantica