Bacupari

Nome científico: 
Garcinia brasiliensis Mart.
Família: 
Clusiaceae
Sinonímia científica: 
Rheedia gardneriana Planch. & Triana
Partes usadas: 
Casca, fruta, semente, folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
O extrato da casca da raiz contém reediaxantona, uma benzofenona polimenilada, outros constituintes menores e 3 novas xantonas preniladas.
Propriedade terapêutica: 
Antianafilática, antimicrobiana, antiespasmódica, anti-inflamatória, antioxidante, antiproteolítica, antiproliferativa, leishmanicida.
Indicação terapêutica: 
Tumores, inflamações do trato urinário, artrite, alivio de dores, prevenção de doenças crônicas.

 Esta espécie é considerada planta alimentícia não convencional.

Descrição [3,4]
Árvore de copa piramidal, muito atraente, de folhas perenes, com uma coroa densa e arredondada. O tronco pode crescer 4 a 13 metros em altura por 20 a 30 cm de diâmetro.

Folha simples, opostas, inflorescência em fascículos axilares com flores brancas. Fruto globoso do tipo baga, com polpa fina e muscilaginosa contendo 1-3 sementes. É altamente valorizada pela fruta comestível, que é recolhida na natureza e consumida localmente. Costuma-se cultivar em jardins domésticos.

A madeira é grão irregular, grosseira, pesada, moderadamente suscetível a podridão. É adequada apenas para a construção rural e serve também para fornecer energia.

Uso popular e medicinal
Na medicina popular suas folhas são utilizadas no tratamento de tumores, inflamações do trato urinário, artrite e para aliviar dores. Investigações farmacológicas de G. brasiliensis e seus compostos isolados de extratos mostraram atividades antianafiláticas, antimicrobiana, antiespasmódica, anti-inflamatória, antioxidante, antiproteolítica, antiproliferativa  e leishmanicida.

Esta espécie tem grande potencial terapêutico para tornar-se um medicamento fitoterápico, conforme estudo morfoanatômico e histoquímico de suas folhas e pecíolo. No estudo foram destacados os seguintes aspectos relevantes: folha hipoestomática, dorsiventral com estômatos paracíticos, inclusões inorgânicas de cristais na forma de drusas e diversos canais secretores de compostos lipídios, tanto na folha como no pecíolo. Constatou-se que compostos fenólicos e grãos de amidos estão dispersos ao longo de toda lâmina foliar e pecíolo, que podem significar subsídios para a análise farmacognóstica no controle de qualidade da droga vegetal [5].

As sementes contêm 8 a 9% de óleo (em peso), que é usado em cataplasmas em feridas, ventanas, tumores e, externamente, em um fígado alargado. A infusão da polpa tem ação narcótica semelhante ao da nicotina. O extrato da casca da raiz contém reediaxantona e uma benzofenona polimenilada, outros constituintes menores e 3 novas xantonas preniladas [3].

Pesquisadores da USP/ESALQ em parceria com a FOP/UNICAMP e Universidade de La Frontera (Chile) constataram que espécies nativas da Mata Atlântica dentre as quais encontra-se o bacupari, têm alto poder anti-inflamatório e antioxidante demonstrados in vivo, por isso eles recomendam o consumo frequente dessas frutas.

 

A prevenção de doenças crônicas, por exemplo diabetes, estresse oxidativo e osteoporose, é constantemente associada ao consumo de alimentos ricos em atividade antioxidante de metabólitos secundários dos vegetais, principalmente os fenólicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo regular de frutas como elemento altamente benéfico para se evitar essas doenças [1,2].

 Culinária [4]
O fruto pode ser aproveitado na forma de doce de corte, frisante, geleia e sorvete. Segue uma receita de sorvete fermentado (similar ao sorvete de uísque).

  • Lave e descasque os frutos. Coloque uma camada dentro de um pote e cubra com açúcar cristal;  repita com outra camada de fruto e de açúcar.
  • Tampe e deixe na geladeira por 15 dias.
  • Coe em peneira esmagando os caroços. Engarrafe em garrafa PET comprimida na região central. Deixe fermentar à temperatura ambiente.
  • Bata com iogurte natural e gelatina sem sabor diluída ou emulsificante (opcional) e congele.

 Referências

  1. Agência FAPESP (2017): Frutas pouco conhecidas têm alto poder anti-inflamatório e antioxidante - Acesso em 19 de novembro de 2017
  2. Jornal da Unicamp (2017): Estudos atestam potencial bioativo de frutas nativas - Acesso em 19 de novembro de 2017
  3. Useful Tropical Plants (2017): Garcinia brasiliensis - Acesso em 19 de novembro de 2017
  4. KINUPP, V. F; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionias no Brasil. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa (SP), 2014.
  5. Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2013): Estudo farmacobotânico das folhas de Garcinia brasiliensis - Acesso em 19 de novembro de 2017
  6. Image: Wikimedia Commons (Author: Carolqk) - Acesso em 19 de novembro de 2017
  7. The Plant List: Garcinia brasiliensis - Acesso em 19 de novembro de 2017

GOOGE IMAGES de Garcinia brasiliensis - Acesso em 19 de novembro de 2017