Planta da Farmacopeia Brasileira Anis tem uso científico comprovado como antidispéptico (problemas digestivos) e antiespasmódico (contração de músculo). |
Nome em outros idiomas
- Alemão: anis
- Espanhol: anis
- Frances: anis cultive
- Inglês: anise
- Italiano: anice
Origem, distribuição
Originária do Oriente Médio, o anis vem sendo cultivado no Egito, na Ásia menor e nas ilhas gregas há mais de mil anos. Quando o Império Romano absorveu a cultura grega, também passou a cultivá-lo, estendendo-o às costas do Mediterrâneo, França e Inglaterra.
Uso popular e medicinal
As sementes de anis facilitam a digestão e são muito apropriadas para crianças que sofrem de diarreia. Adoçada com mel, sua infusão alivia a flatulência e asma. Se a este mesmo chá for acrescentado funcho, obter-se-á um ótimo remédio para os catarros bronquiais.
Utilizado junto ao açúcar na forma de xarope, é um excelente expectorante. Mascar sementes de anis ajuda a conciliar o sono, e tomá-las com água faz desaparecer o soluço.
É um excelente antiespasmódico que estimula a ação das glândulas endócrinas, assim como das mamárias. Por conterem até 20% de proteínas, quando secas e destiladas, estas sementes são indicadas para mulheres que amamentam, na medida em que estimulam a produção de leite.
O azeite que delas se extrai serve para matar piolhos, quando friccionado no couro cabeludo, e para acalmar as cólicas, em fricções no ventre.
As sementes do anis possuem excelentes qualidades antissépticas, sendo o óleo de anis muito utilizado em pastas de dentes e repelentes de insetos.
A essência de anis serve também para aromatizar vários medicamentos, inclusive como corretivo de sabor em infusões onde se misturam ervas. Também é usado para compor incensos.
Os principais constituintes são óleo essencial (anetol, isoanetol e anisaldeído, metilchavicol, derivados dos dimetílicos de estiboestrol), óleo fixo, proteínas, colina, açúcares, cumarinas, ácidos orgânicos, flavonoides, esteróis.
Semente de anis é ingrediente base na preparação de licores "Anisette" como Pernod e Anise. Na medicina popular é tido como afrodisíaco.
Dosagem indicada
Dentes (elixir dentifrício). Colocar em um recipiente, que se possa fechar bem, os seguintes ingredientes: 30 g de anis em pó, 8 g de cravo em pó, 8 g de canela em pó, 1 g de essência de hortelã, 850 mL de aguardente puríssima. Deixar macerar todos os ingredientes na aguardente por cerca de dez dias. Filtrar o líquido e conservar em um vidro com a tampa esmerilhada. Para refrescar a boca, desinfetá-la, purificar o hálito, clarear os dentes e tonificar as gengivas, fazer bochechos com algumas gotas do elixir em um cálice de água morna.
Digestão difícil, acidez do estômago. Carvão digestivo: colocar 50 g de sementes de anis em pó, em um recipiente com 50 g de carvão de tília em pó e 50 g de açúcar. Misturar os ingredientes e tomar uma colherinha desta mistura após cada refeição.
Excitação nervosa, insônia e cãibra. Tintura de anis: macerar, por dez dias, 13 g de sementes de anis em 50 g de álcool a 70º. Filtrar e conservar o líquido em um vidrinho com tampa em conta-gotas. Tomar 10 gotas logo após as refeições, ou a cada vez que se manifestem os distúrbios. Se o estômago estiver vazio, tomar as gotas diluídas em um uma bebida quente: camomila, tília, chá, etc. Não tomar nunca mais de 50 gotas de tintura ao dia.
Intestino (meteorismo). Infusão: 30 g de sementes de anis em um litro de água quente. Filtrar quando o líquido estiver morno e tomar uma xícara, após cada refeição. Usar neste caso também a tintura de anis (ver excitação nervosa) utilizando as mesmas doses.
Afecções intestinais (gases e cólicas); desinfetante intestinal; dores de cabeça (origem digestiva); gastrite (origem nervosa); cólicas infantis. Em 1 xícara (chá), coloque 1 colher (sobremesa) de fruto-semente e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara (chá), 3 vezes ao dia.
Enjôos e vômitos na gravidez; aumentar o leite materno; enxaquecas de origem digestiva. Coloque 3 colheres (sopa) de fruto-semente em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 10 dias e coe. Tome 1 cálice antes das principais refeições.
Afecções intestinais (gases e cólicas); desinfetante intestinal; enxaquecas (origem digestiva), gastrite (origem nervosa); purificador de hálito (halitose). Coloque 1 colher (sobremesa) de fruto-semente e 1 colher (sopa) de folha de guaçatonga picada, em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 60%. Deixe em maceração por 5 dias e coe. Tome 1 colher (café) diluído em um pouco de água, 3 vezes ao dia, sendo uma de manhã em jejum, e as demais antes das principais refeições.
Antidispéptico, antiespasmódico. Componentes: frutos secos (1,5 g); água q.s.p. (150 mL). A droga vegetal deve ser amassada imediatamente antes do uso. Preparar por infusão. Uso interno: acima de 12 anos, tomar 150 mL do infuso, 10 a 15 minutos após o preparo, 3 vezes ao dia. Em caso de reações alérgicas, suspender o uso imediatamente [16].
Contraindicações, efeitos colaterais
O uso do fruto-semente desde que dentro das doses recomendadas, não tem contraindicação. Entretanto o uso exagerado do óleo essencial pode provocar efeitos tóxicos. Contraindicado em caso de alergia ao anis e anetol.
Ocasionalmente podem ocorrer reações alérgicas na pele, trato pulmonar e gastrointestinal.
Culinária
As sementes, por conterem óleo essencial, são excelentes para preparo de alimentos, temperar peixes, aves e também ser utilizadas em cremes, sopas e molhos. Bolos doces, biscoitos também podem levar o toque doce desta erva, que tem muita afinidade com frutas frescas, especialmente figos. As folhas já possuem aroma mais delicado. Pode-se consumí-las frescas na forma de salada, com vegetais ou queijos em creme.
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Aromaterapia
Aromaterapeutas utilizam a essência do anis para relaxamento e reduzir a insônia.
Referências
- KEVILLE, K. The Illustrated Herb Encyclopedia. Barnes & Noble, 1997.
- THOMSON, W. A. R. Guia Práctica Ilustrada de las Plantas Medicinales. Editora Hemus, Barcelona, 1981.
- QUATMANN, C. Hausbuch der Kräuter.
- GREM, J.; JUNG, M. Plantas Medicinales - bayas, verduras silvestres. Editora Blume, 1998. (Colección Guias de Naturaleza)
- PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed., 1997.
- BALMÉ, F. Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2004.
- VOLAK, J.; STODOLA, J. Plantas Medicinais. Editorial Inquérito, Lisboa, 1990.
- Plantas que curam. Editora Três
- Heilpflanzen und ihre Drogen. Mosaik Verlag
- GARLAND, S. The Complete Book of Herbs & Spices. Readers Digest, 1993.
- SIMON & SCHUSTER´S. Herbs & Spices.
- HEMPHILL, J.; HEMPHILL, R. Complete Book of Herbs. Chancellor Press, 1995.
- Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. ANVISA, 1ª ed., p. 51, 2011.
- The Plant List: Pimpinella anisum - Acesso em 5 de abril de 2015
GOOGLE IMAGES de Pimpinella anisum - Acesso em 5 de abril de 2015