Nome em outros idiomas
- Inglês: shrubby false buttonweed
Descrição [1]
Espécie herbácea perene, desenvolve-se em todas as regiões do Brasil. Vegeta em áreas antropizadas, a exemplo daquelas ocupadas com olericultura e fruticultura.
Apresenta caule amplamente ramificado na base, quadrático nas partes jovens, revestido por indumento de pelos brancos, com nós e entrenós bem definidos.
Folhas simples, desprovidas de pecíolos, dispostas em forma de verticílios ao longo dos nós. Limbo linear-lanceolado com uma nervura bem acentuada. Inflorescência axilar e terminal em glomérulos globosos que circundam o caule ao longo dos nós, constituídos por flores de coloração branca.
Flores sésseis, fruto do tipo cápsula. Propaga-se por meio de sementes.
Uso popular e medicinal
Vassourinha-de-botão é uma espécie amplamente utilizada na medicina tradicional do Brasil como anti-inflamatório, antipirético e analgésico.
A raiz é utilizada como vomitiva, contra diarreia de crianças, expectorante em catarro, fleumagoga (elimina líquido que acumula no pulmão), problemas da barriga, cólica menstrual, disenteria, desarranjo e como abortiva [5].
Nas raízes da planta foi identificada a propriedade expectorante. Na composição química destaca-se a presença dos alcalóides borrerina e barrerina e dos iridoides dafilosideo, asperulosideo e do ácido asperulosídico. Estudos farmacológicos com os alcalóides desta planta revelaram a ocorrência de ação antimicrobiana. Em sua parte aérea foi detectado óleo essencial contendo os sesquiterpenos guianeno, cariofileno e cadineno que inibem o crescimento de bactérias gram-positivas e gram-negativas [2].
Na África extratos das folhas são usadas para tratar doenças de pele (hanseníase), furúnculos, úlceras e feridas causadas por gonorreia (blenorragia). Preparam uma loção para aliviar coceiras de pele. Outras preparações são usadas internamente para tratar a diarreia, como um diurético para esquistossomose e como abortivo. Foi demonstrado que um óleo essencial extraído das folhas inibe as bactérias Escherichia coli (que habita o intestino humano) e Staphylococcus aureus (forma colonia na pele) [3].
Na busca por novos compostos de importância taxonômica, um trabalho recente (2014) avaliou o perfil fitoquímico de compostos fenólicos deste vegetal. O material foi extraído das folhas com água destilada e purificado por meio de vários métodos cromatográficos. A análise identificou três compostos, sendo o principal quercetina-3-o-rutinoside (rutina), seguido de kaempferol 3-o-rutinoside e ácido clorogênico. Os autores concluem que esses compostos estão presentes como marcadores químicos das espécies deste gênero e família, informação essa muito importante por aumentar os recursos para a classificação taxonômica das espécies [4].
Colaboração
- Antônio dos Santos, Gestor do Centro de Estudos Amazônicos (Manaus, AM), 2015.
Referências
- MOREIRA, H. J. C; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de Identificação de Plantas Infestantes. FMC Agricultural Products, São Paulo (SP). 2011.
- Tesaurus de Plantas Medicinales (2007): Spermacoce verticillata - Acesso em 9 de agosto de 2015
- Global Invasive Species Database (2009): Spermacoce verticillata - Acesso em 9 de agosto de 2015
- Journal of Pharmacy and Pharmacognosy Research (2014): Phenolic compounds of Spermacoce verticillata - Acesso em 9 de agosto de 2015
- Flora de Santa Catarina: Borreria verticillata (poaia-rosário) - Acesso em 9 de agosto de 2015
- Imagem: FMC Agricultural Products
- The Plant List: Spermacoce verticillata - Acesso em 9 de agosto de 2015
GOOGLE IMAGES de Spermacoce verticillata - Acesso em 9 de agosto de 2015