Nome em outros idiomas
- Inglês: sapodilla tree
Origem, distribuição [3]
Originária das regiões quentes e úmidas da América Tropical que vão do Sul do México às Américas Central e do Sul (Venezuela e Colômbia). O centro de diversidade corresponde ao meso-americano. Acredita-se que o verdadeiro centro de origem seja a região do Yucatán, norte de Belize e nordeste da Guatemala.
Descrição [3]
O sapotizeiro é uma árvore de porte elevado, podendo atingir até 20 m de altura. Apresenta exsudação de látex branco em todas as suas partes.
O tronco é normalmente curto e de cor cinza-claro a marrom-escuro, com diâmetro de 1,25 a 3,50 m, apresentando muitas fissuras. A madeira é densa e dura. Os ramos são fortes e numerosos e a copa é muito frondosa.
Folhas simples, alternas, coriáceas, inteiras, elíptico-ovaladas ou elíptico-lanceoladas, agrupadas principalmente nas extremidades dos ramos novos. Quando novas apresentam pequenos pêlos.
A inflorescência é fasciculada com flores pequenas, axilares, hermafroditas.
O fruto (sapoti) é uma baga de tamanho variado (45 a 200 g em média, 4 a 10 cm de diâmetro), formato cônico, ovalado ou arredondado. A casca é muito fina, rugosa, de coloração castanho-amarelada ou marrom-escura, tendo a superfície coberta por uma descamação que forma um pó e que larga facilmente ao se esfregar as mãos no fruto. Quando ainda verde é duro, com muito látex e muito adstringente devido ao tanino. A polpa é suculenta, de coloração marrom-escura, avermelhada ou amarelada. O sabor doce e agradável é atribuído a uma substância gelatinosa presente na polpa. Quando não está maduro esse material, juntamente com os grânulos, grudam nos dentes e dão a sensação de "goma de mascar com areia fina". O fruto é comumente consumido in natura ou na elaboração de polpa congelada, geleias, sorvetes e compotas. Por muitos anos esta planta foi importante matéria-prima para fabricação de chiclete com o látex do tronco. Atualmente o sapotizeiro é cultivado principalmente para consumo in natura. |
Uso popular e medicinal
Várias partes desta planta são utilizadas na medicina popular no tratamento de inflamações, dores, febres, tosse, diarreia, disenteria etc.
Um estudo com base em microscopia leve em cortes transversais de caule, pecíolo, lâmina de folha e fruta, cortes paradérmicos de lâmina de folha e testes histoquímicos mostrou evidências da presença de compostos fenólicos, taninos, triterpenos, esteroides, compostos lipofílicos, amido, lignina e cristais de oxalato de cálcio [1].
Outro estudo avaliou o perfil de compostos fenólicos e o potencial antioxidante da polpa do fruto frente a diferentes mecanismos de ação. Segundo a autora, a polpa é importante fonte de compostos que exercem função antioxidante sendo a catequina, a procianidina e a hesperidina os três compostos majoritários. Todos exercem funções benéficas à saúde, auxiliando no combate às doenças crônicas não transmissíveis. Assim apresenta ótimo potencial para
contribuir na saúde devido a alta capacidade de sequestrar os radicais livres [2].
Composição química do fruto [2]
Teor de água de 72,75%, 0,1 mg/100 g de acidez, 2,24 mg/100 g de ácido ascórbico, pH 5,43, 0,99% de atividade de água, 0,38% de cinzas, 13,67 grau Brix (escala utilizada na indústria de alimentos para medir a quantidade aproximada de açúcares em sucos de fruta e outros produtos), 5,14% de glicose (açúcares totais), 3,95% glicose (açúcares redutores) e 1,55% de sacarose (não redutores).
Resultados obtidos nas polpas de sapoti apresentaram uma alta atividade de água (0,99), sólidos solúveis e ratio (em média 20,13 e 148,33) respectivamente, indicando que são frutos doces, com baixa acidez titulável (0,14 g/100 g de ácido cítrico) e pH de 6,05.
Em relação ao perfil de ácidos orgânicos do sapoti foram encontrados os ácidos ascórbico, cítrico, tartárico, málico, succínico, fórmico e acético.
A polpa de sapoti contém cálcio, fósforo, ferro, vitaminas A, C, B1, B2, B3 e B5.
Dedicado a Silvana Lima de Aquino Shaw, Nutricionista (Rio de Contas, BA)
Referências
- Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences (2019): Pharmacobotanical study of Manilkara zapota - Acesso em 21 de março de 2021
- Repositório Institucional da UFPA (2018): Avaliação do potencial antioxidante do sapoti - Acesso em 21 de março de 2021
- Revista Brasileira de Fruticultura (2014): O sapotizeiro no Brasil - Acesso em 21 de março de 2021
- Imagens: Silvana Lima de Aquino Shaw
- The Plant List: Manilkara zapota - Acesso em 21 de março de 2021
GOOGLE IMAGES de Manilkara zapota - Acesso em 21 de março de 2021