Pau-d'alho

Nome científico: 
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
Família: 
Phytolaccaceae
Sinonímia científica: 
Crateva gorarema Vell.
Partes usadas: 
Folha, casca do caule.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Compostos sulfurados.
Propriedade terapêutica: 
Antimicrobiana.
Indicação terapêutica: 
Tratamento de doenças do sistema linfático, vermes intestinais, gonorreia.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: garlic wood
  • Espanhol: arbol de ajo

Origem, distribuição
Árvore nativa do Brasil, ocorre naturalmente de norte a sul. 

Descrição [1,4]

É árvore de grande porte, frequentemente encontrada em florestas tropicais atlânticas e florestas estacionais semideciduais (ou mata mesófila, vegetação do bioma da Mata Atlântica). Produz madeira de vários usos e tem fragrância característica de alho, por essa razão é vulgarmente conhecida como "pau-d'alho".

Tronco de 70 a 140 cm de diâmetro, revestido por casca acinzentada com ritidoma lenticelado em linhas horizontais. A madeira moderadamente pesada, dura ao corte, grã irregular, textura média e grossa, de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos.

Folhas alternas espiraladas, elípticas a obovadas, coriáceaes, glabras. Flores pouco vistosas, monoclamídeas, dispostas em panículas terminais. Fruto do tipo sâmara de coloração paleácea, não comestível. Floresce durante os meses de fevereiro a abril. Os frutos amadurecem em setembro e outubro.

Uso popular e medicinal 

A decocção da madeira é utilizada no tratamento de doenças do sistema linfático e vermes intestinais. Um óleo essencial obtido da planta é utilizada no tratamento da gonorreia [5].

Um trabalho científico verificou os efeitos do hidrolato de Gallesia integrifolia na brotação e atividade enzimática em videiras cultivar Ives. G. integrifolia contém compostos sulfurados nas folhas e no óleo essencial presente na casca. Foi constatado a ocorrência de 19 compostos de enxofre através da realização de cromatografia sobre um extrato obtido através de extração usando éter etílico e hidrodestilação.

As substâncias ativas são compostos voláteis contendo enxofre e um grupo alilo (CH, CHCH2), especificamente dialil dissulfeto, o grupo sulfito encontrado no alho nas maiores concentrações.

Verificou-se que hidrolato de G. integrifolia atua como indutor de brotação em videiras cultivar Ives, aumentando o número de brotos germinados e o rendimento global.

A redução na atividade de catalase (enzima antioxidante produzida nos organismos vivos) e peroxidase (enzima associada a reações de deterioração oxidativa em frutos) indica que o mecanismo de ação dos compostos de enxofre sobre brotação em videiras é semelhante ao causado por baixas temperaturas ou pela aplicação de cianamida hidrogenada.

Os autores concluem que o hidrolato de pau-d´alho pode ser um método sustentável e economicamente viável na indução de brotação em videiras cultivar Ives, um agente alternativo de libertação de dormência, especialmente para a viticultura orgânica [4].

Composição do óleo essencial

Um trabalho foi realizado para identificar os componentes do óleo essencial extraído das folhas por hidrodestilação. 

Foram observados 36 compostos, dentre eles seis majoritários, como responsáveis por seu aroma e provável atividade biológica: 2,3,5-tritiahexano (1,77 %), 2,4,5,7,9-pentatiadecano (11,94 %), 2,3,4,6-tetratiaheptano (2,61 %), 2,3,4,6,8-pentatianonano (15,92 %), 2,4,5,7-tetratiaoctano (22,28 %), isofitol (5,73 %). O rendimento foi de 0,2%.

Segundo os autores, essas substâncias apresentam reconhecidas atividades antimicrobianas [6].

 Referências

  1. Instituto Brasileiro de Florestas: Pau-d'álho - Acesso em 17 de maio de 2015
  2. Pau-d'alho em outros websites - Acesso em 17 de maio de 2015
  3. Imagem: Globo Terra da Gente (Autora: Giselda Person) - Acesso em 17 de maio de 2015
  4. Acta Physiol Plant: Bud break and enzymatic activity in buds of grapevines cv. Ives treated with Gallesia integrifolia hydrolate - Acesso em 17 de maio de 2015
  5. Useful Tropical Plants: Gallesia integrifolia - Acesso em 17 de maio de 2015
  6. Sociedade Brasileira de Química: Análise dos constituintes químicos do óleo essencial das folhas de Gallesia integrifolia - Acesso em 17 de maio de 2015
  7. The Plant List: Gallesia integrifolia - Acesso em 17 de maio de 2015

GOOGLE IMAGES de Gallesia integrifolia - Acesso em 17 de maio de 2015