Melaleuca

Nome científico: 
Melaleuca alternifolia (Maiden & Betche) Cheel
Família: 
Myrtaceae
Sinonímia científica: 
Melaleuca linariifolia var. alternifolia Maiden & Betche
Partes usadas: 
Óleo essencial obtido por destilação a vapor da folhagem e terminação dos ramos.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
O óleo essencial contém monoterpenos (terpineol-4 está presente em 30-40% e exerce a principal atividade antimicrobiana), sesquiterpenos e outros compostos aromáticos.
Propriedade terapêutica: 
Antimicrobiana, antisséptica, antifúngica, antibacteriana, antivirótica.
Indicação terapêutica: 
Problema respiratório, dor de garganta, tosse, asma, bronquite, varicela, gripe, sarampo, herpes, verruga, doença de pele (acne, bolha, queimadura, ferida), constipação.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: tea tree, narrow-leaved paperbark
  • Espanhol: árbol del té
  • Italiano: melaleuca essenza
  • Alemão: teebaumöl
  • Francês: arbre à thé

Origem, distribuição
As espécies de melaleuca são nativas das costas nordeste da Austrália. Povos indígenas dessa região usavam a planta desde épocas remotas, inalando o óleo das folhas esmagadas para tratar a tosse e constipação. Na forma de infusão, as folhas eram usadas para dores de garganta e doenças de pele. Neste país se concentra os principais produtores dessa espécie, que dominam oenas mercado e as tecnologias de produção.

Descrição
Melaleuca alternifolia é um arbusto perene, cresce até uma altura de 6 m.

Folhas simples, coriáceas, agudas-lanceoladas (algumas em formato de foice), 1 a 2,5 cm de comprimento com glândulas de óleo. Florece em junho. As flores são hermafroditas (têm ambos os órgãos masculino e feminino) e são polinizadas por insetos.

Uso popular e medicinal
O óleo de melaleuca foi usado durante a II Guerra Mundial como agente antimicrobiano e repelente de insetos. Comercializado como óleo concentrado ou diluído, é indicado para problemas de pele (feridas, bolhas, manchas) e uso odontológico

Na cavidade bucal é indicado para úlceras da mucosa oral, gengivite e tratamento endodôntico. Devido à ação bactericida, há evidências científicas de que o óleo é útil na manutenção química da higiene e prevenção de doenças bucais como alternativa ao flúor e clorexidina. O óleo pode ainda ser considerado uma opção para o tratamento de doenças periodontais. Ao contrário da clorexidina, ele não mancha os dentes e a ação antimicrobiana é somada ao efeito anti-inflamatório. 

O óleo essencial é considerado um dos mais importantes antissépticos naturais. Outras propriedades citadas são: antifúngica, antiviral, diaforética (tem ação sudorífica, restabelece a circulação, dispersa febre e frio, elimina toxinas da superfície do corpo) e expectorante (elimina secreções internas). 

Estimula o sistema imunológico e é eficaz contra uma gama de infecções bacterianas. Internamente é utilizado no tratamento de doenças crônicas e algumas infecções agudas como cistite, febre glandular e síndroma de fadiga crônica. 

Externamente é usado no tratamento de aftas, infecções vaginais, acne, pé de atleta, verrugas, picadas de insetos, feridas e lêndeas. É aplicado puro em verrugas e lêndeas, em outros usos deve ser diluído em óleo carreador (quadro ao lado). Óleo vegetal ou carreador são hidratantes, contém nutrientes e são usados para diluir os óleos essenciais. Os principais são os óleos de amêndoa, semente de uva, girassol, caroço de damasco e cenoura.

 Dosagem indicada [2]
Tratamento de feridas superficiais e picadas de insetosPreparações líquidas contendo 0,5% a 10% de óleo essencial, aplicar 1 a 3 vezes por dia nas áreas afetadas. 

Tratamento de pequenos furúnculos e acne leve. Preparações líquidas com 10% de óleo essencial, aplicar sobre as áreas afetadas 1 a 3 vezes ao dia ou 0,7 a 1 ml de óleo essencial agitado em 100 ml de água morna, aplicar como curativo nas áreas afetadas da pele.

Alívio de coceira e irritação nos casos de pé-de-atleta. Preparações líquidas com 10% de óleo essencial, aplicar sobre as áreas afetadas 1 a 3 vezes por dia.

Tratamento sintomático da inflamação da mucosa oral. 0,17 a 0,33 ml de óleo essencial misturado em 100 ml de água para enxaguamento ou gargarejo várias vezes ao dia.

Esses tratamentos são indicados a jovens, adultos e idosos. Não é recomendado para crianças com menos de 12 anos de idade.

 Cuidado
O óleo puro não deve ser ingerido pois pode causar depressão do sistema nervoso central, ataxia (sintoma que afeta os movimentos musculares de dedos, mãos, braços e outros membros), sonolência, estomatite, vômito, diarreia e irritação gastrointestinal.

Viabilidade econômica
Há um estudo sobre a viabilidade econômica do cultivo e extração do óleo essencial de Melaleuca alternifolia. Foi realizado um levantamento dos rendimentos e custos da cultura das atividades de produção de mudas, implantação, manutenção, colheita, transporte e extração do óleo essencial, bem como as receitas, utilizando-se alguns indicadores econômicos. Para mais informações consulte a referência
[6].

 Colaboração 

  • Ana Lúcia T. L. Mota, Bióloga (São Paulo, SP), 2014.

 Referências

  1. MONTEIRO, M. H. D. A. et. alli. Óleos essenciais terapêuticos obtidos de espécies de Melaleuca L. Revista FITOS, Rio de Janeiro, v.8 n.1, 2013.
  2. European Medicines Agency (2013): Community herbal monograph on Melaleuca alternifolia and other species of melaleuca
  3. Plants for a Future - Melaleuca alternifolia - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  4. Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2011). Emprego do óleo de Melaleuca alternifolia na odontologia: perspectivas quanto à utilização como antimicrobiano alternativo às doenças infecciosas de origem bucal - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  5. Clinical Microbiology Reviews (2006). Melaleuca alternifolia (Tea Tree) Oil: a review of antimicrobial and other medicinal properties - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  6. Revista Árvore (2005): Análise econômica do cultivo e extração do óleo essencial de Melaleuca alternifolia - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  7. Royal Botanics Garden (KEW): Melaleuca alternifolia - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  8. Image: Wikimedia Commons (Author: Tangopaso) - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  9. The Plant List: Melaleuca alternifolia - Acesso em 8 de janeiro de 2017

GOOGLE IMAGES de Melaleuca alternifolia - Acesso em 8 de janeiro de 2017