Mangostão

Nome científico: 
Garcinia × mangostana L.
Família: 
Clusiaceae
Sinonímia científica: 
Mangostana garcinia Gaertn.
Partes usadas: 
Casca do fruto, casca do caule, folhas jovens.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Mangostina, tanino, crisantemina, xantonas, garcinonas (A, B, C D), gartanina, 3-isomangostina.
Propriedade terapêutica: 
Antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatório, antioxidante, antitumoral, antialérgica, antiviral.
Indicação terapêutica: 
Diarreia, disenteria, infecções do trato geniturinário, feridas, inflamação crônica do intestino, regular o fluxo menstrual, acne, eczema, doenças da pele.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: mangoustan, dodol, king's fruit, mangosteen, purple mangosteen
  • Francês: mangostier, mangoustanier, mangouste
  • Espanhol: mangostán, mangostín 

Origem, distribuição
Acredita-se que seja originária das Ilhas de Sonda e Molucas (sudeste asiático) e que tenha sido inicialmente domesticada na Tailândia ou Myanmar, onde é muito cultivada, além da Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas. Cultivada também no Brasil, Honduras, Panamá e EUA (Hawai).

No Brasil os principais estados produtores são Pará, Bahia, Espírito Santo e São Paulo.

Descrição [1]
A árvore atinge geralmente 10 m de altura, tem copa cônica, folhas grandes, rígidas, de coloração verde-escura e brilhante. As flores são grandes de cor vermelho-escura. O fruto é esférico, de cor vermelha a castanho-escura, manchado de amarelo.

A polpa é mole, suculenta, de sabor delicado e muito característico que envolve as sementes oleaginosas. A frutificação ocorre no verão. Propaga-se por semente e enxertia.

Uso popular e medicinal
Mangostão é uma das mais apreciadas frutas tropicais, notadamente nos países do trópico asiático. É consumida principalmente fresca. A polpa equivale a um terço do fruto. Na composição por 100 g de porção comestível tem-se: água (79,2 g), proteína (0,5 g), nada de gordura, hidratos de carbono (19,8 g), fibra (0,3 g), cálcio (11 mg), fósforo (17 mg), ferro (0,9 mg), vitamina A (14 IU), vitamina C (66 mg). O valor energético é de 340 kJ / 100 g. A casca é rica em pectina e contém um tanino catequina, resina e um corante preto [3].

Na medicina tradicional as partes utilizadas são a casca do fruto, a casca do caule e as folhas jovens. O produto medicinal natural ocorre na casca dos frutos secos, de cor marrom-avermelhada, superfície exterior lisa, interior côncavo-lobada, fendas fibrosas, inodoro e sabor adstringente.

Os principais constituintes são a mangostina, substância amarga, cristalina, amarela, obtida da goma do fruto; e 5,5% de tanino. A casca do fruto contém crisantemina (glucósido flavônico derivado de uma antocianina, a cianidina), xantonas, garcinonas (A, B, C D), gartanina, 3-isomangostina, colanona e normangostostina. O fruto fresco contém 10,8% de sacarose, 1% de dextrose e 1,2% kerrelose. As sementes contêm vitamina C. 

Na Índia e Madagascar, cascas e folhas jovens são usadas contra diarreia, disenteria, infecções do trato geniturinário e feridas.

Na Indonésia, a decocção da casca do fruto seco serve como agente antidiarreico e a decocção da casca é usada basicamente como loção.

Nas Filipinas, a casca do fruto seca é usada como anticólica e antidiarreica. A decocção é preparada fervendo-se o pó ou partes secas do mesocarpo (6 colheres de sopa se fresco, 4 colheres de sopa se seca) em 2 copos de água durante 15 minutos. Para uma ação anticólica, tomam 1/2 copo de decocção a cada 6 horas. Para uma ação antidiarreica, tomam 1/4 de copo do decocção a cada 2 ou 3 horas.

As folhas e casca induzem as contrações dos tecidos, prendem a secreção de líquido das feridas e reduzem a temperatura do corpo. O pericarpo é cura conhecida para inflamação crônica dos intestinos. A decocção da raiz regula o fluxo menstrual. Uma infusão das folhas com bananas verdes e uma pequena dose de benjoim é aplicado sobre a ferida da circuncisão.

Na Tailândia, cascas de frutos secos são usadas como antidiarreica. Tomam a decocção da casca do fruta ou a preparação da casca esfregada com água. Para disenteria, costumam manter em suspensão, em 1/2 copo de água, 4 g torradas da casca do fruto. Tomam a suspensão a cada 2 horas [2].

Estudos experimentais têm demonstrado que extratos de G. mangostana têm atividades antioxidante, antitumoral, antialérgica, anti-inflamatória, antibacteriano e antiviral. Foi demonstrada a atividade antimicrobiana do extrato do pericarpo contra ampla variedade de microorganismos. As xantonas presentes na casca do fruto, no fruto todo, na casca do caule e nas folhas de mangostão possuem notáveis atividades benéficas. São usadas para preparar medicamentos adstringentes contra disenteria e enterite. A casca do fruto, que contém resina, é usada em diarreia e disenteria.

Estudos científicos têm confirmado que o extrato de mangostão tem excelente aplicação na cosmética devido aos efeitos antibacteriana, antifúngica e anti-inflamatório na pele, sendo eficaz contra acne, eczema e outras doenças da pele. As fortes propriedades antioxidante e adstringente do fruto combatem os radicais livres no organismo e mantêm a pele saudável e brilhante [5].

Relatam-se ainda outras indicações desta espécie: diabetes, tensão arterial elevada, refluxo ácido, fibromialgia, psoríase e até mesmo algumas formas de inibição do crescimento de células de câncer [4].

Outros usos
A casca do fruto é usada para curtir couro e tingir de preto.

 Referências

  1. SILVA, S.; TASSARA, H. Frutas Brasil. Empresa das Artes, São Paulo (SP), 2005.
  2. EcoPort (Ecology and Portal): Garcinia mangostana - Acesso em 8 de novembro de 2015
  3. Plant Resources of South-East Asia (PROSEA): Garcinia mangostana - Acesso em 8 de novembro de 2015
  4. TopTropical: Garcinia mangostana - Acesso em 8 de novembro de 2015
  5. Konark Herbal and Health Care: Mangosteen - Acesso em 8 de novembro de 2015
  6. Image: Wikimedia Commons (Author: Michael Hermann)  - Acesso em 8 de novembro de 2015
  7. The Plant List: Garcinia x mangostana - Acesso em 8 de novembro de 2015

GOOGLE IMAGES de Garcinia x mangostana - Acesso em 8 de novembro de 2015