Nome em outros idiomas
- Inglês: castor bean, castor seed
- Espanhol: ricino, higuerilla, higuereta e tártago.
Origem, distribuição
Acredita-se que o centro de origem seja a Etiópia devido a apresentar alta diversidade. No Brasil está presente de forma espontânea em diversas regiões, como se fosse planta nativa.
Descrição [1,2,3]
Planta rústica, heliófila (necessita de total exposição solar), tolerante a seca. Raíz pivotante e secundária bem desenvolvida.
Hábito arbustivo, altura de 2,5 m podendo chegar a 12 m, com elevada gama de colorações de caule, folhas e racemos (cachos).
Folha grande (entre 15 e 30 cm de largura), formato de palma com 5 a 11 lóbulos serrados. O fruto possue espinhos. Sementes têm alta variabilidade na cor, forma e tamanho.
A inflorescência é composta de ráquis (ou raque). O órgão reprodutor masculino concentra-se na parte inferior e o feminino na parte superior.
Planta cultivada para a obtenção do óleo das sementes (ou óleo de rícino), de coloração incolor a amarelo-ouro, espesso, oleoso, inodoro, insolúvel em água mas solúvel em solventes orgânicos, apresenta amplo emprego industrial e dermatológico e uma potente toxina, a ricina.
Uso popular e medicinal
O óleo serve como purgativo e unguento para as moléstias das articulações, inflamações em geral, dor de ouvido e assaduras [1].
O óleo e a semente têm sido usados como remédio popular para verruga, tumor frio, induração do órgão abdominal e glândula mamária, "whitlows" (abscesso no tecido mole perto de uma unha), calo etc.
O óleo de mamona é catártico (acelera a defecação), consiste principalmente de ácido ricinoleico e pequenas quantidades de ácidos di-hidroxiesteárico, linoleico, oleico e esteárico. O ácido ricinoleico tem servido em geleias contraceptivas. A ricina age como um coagulante sanguíneo. O óleo é usado externamente para dermatite e doenças oculares.
As sementes produzem 45-50% de um óleo fixo, contêm os alcaloides ricinina e toxalbumina de ricina e são considerados purgativos, contrairritantes em picada de escorpião e veneno de peixe. Folhas aplicadas na cabeça aliviam dores de cabeça e como cataplasma servem para furúnculo.
Em 100 g de folha tem-se umidade zero, 24,8 g de proteína, 5,4 g de gordura, 57,4 g de carboidrato total, 10,3 g de fibra, 12,4 g de cinza, 2,670 mg de cálcio e 460 mg de fósforo. A semente contém 5,1 a 5,6% de umidade, 12,0 a 16,0 % de proteína, 45,0 a 50,6% de óleo, 3,1 a 7,0 NFE, 23,1 a 27,2% de CF e 2,0-2,2% de cinzas. As sementes são ricas em fósforo, 90% na forma fítica.
A matéria insaponificável contém b-sitosterol. O bagaço de sementes esmagadas contém 9,0% de umidade, 6,5% de óleo, 20,5% de proteína, 49,0% de carboidratos totais e 15,0% de cinzas.
As sementes contêm uma poderosa lipase empregada para a hidrólise comercial de gorduras, amilase, invertase, maltase, endotripsina, ácido glicólico, oxidase, ribonuclease e um zimogênio lipossolúvel. Sementes germinadas contêm catalase, peroxidase e redutase [4].
O ácido ricinoleico apresenta propriedades antibacteriana, analgésica e anti-inflamatória. Compressas com óleo de rícino servem para reduzir inflamações e melhorar a assimilação intestinal. Trata com eficácia acne, furúnculo, verruga, pele seca e dermatite.
Ajuda a suavizar a pele seca e irritada. É rapidamente absorvido, estimulando a produção de colágeno, o que reduz rugas e estrias. Tem propriedades emolientes e umectantes que auxiliam na hidratação, elasticidade e maciez da pele. O óleo de mamona tem a capacidade de penetrar na pele como nenhum outro, sendo excelente para eliminar bactérias que provocam ou agravam a acne.
É efetivo no tratamento da micose devido a comprovada ação antifúngica. Ideal para relaxamento do corpo e curar inflamações como artrite. Ajuda no fortalecimento do couro cabeludo e no crescimento dos cabelos, pois combate infecções e o desenvolvimento de bactérias e fungos que podem impedir o crescimento capilar [5].
Para a saúde e beleza saiba como usar o óleo de rícino em Harmonie Aromaterapia [6].
O óleo é bem recomendado em comunidades tradicionais. Veja a seguir depoimento de conhecida quilombola, raizeira e parteira:
Outros usos [1]
O óleo tem ampla aplicação industrial: tinta, vernizes, cosméticos, lubrificantes para aviões e naves espaciais, vidros à prova de bala, nylon, cabos de fibra óptica, lentes de contato, impermeabilizantes de superfície, plásticos, aditivos lubrificantes, biopolímeros.
A haste fornece celulose para a fabricação de papel e é matéria-prima para a produção de tecidos grosseiros.
Quando desintoxicada, um subproduto torta serve para ração animal devido ao alto teor de proteína. Misturada às folhagens, aumenta a secreção láctea do gado.
Por apresentar grande quantidade de nitrogênio, é usada como adubação verde na restauração de terras esgotadas. A proteína tóxica ricina diminui a população de nematoides do solo.
Dedicado a Vivielen `Osto (São Paulo, SP)
Referências
- Instituto Agronômico de Campinas (IAC, 2014): caracterização química e agromorfológica de genótipos de mamona - Acesso em 28 de julho de 2019
- Fonseca, Nayanna & Soto-Blanco, Benito. (2014). Toxicidade da ricina presente nas sementes de mamona [Toxicity of ricin present in castor bean seeds]. Revista Cultural e Científica da Universidade Estadual de Londrina. 35. 1415-1424. 10.5433/1679-0359.2014v35n3p1415 - Acesso em 28 de julho de 2019
- Agência EMBRAPA de Informação Tecnológica: Mamona - Acesso em 28 de julho de 2019
- Purdue University (Center for New Crops & Plants Products, 1998): Ricinus communis - Acesso em 28 de julho de 2019
- Beleza do Campo (Lazlo): Óleo de rícino - mamona - Acesso em 28 de julho de 2019
- Harmonie Aromaterapia: Óleo de Rícino 12 motivos para tê-lo na necessarie - Acesso em 28 de julho de 2019
- Image: CalPhotos - Regents of the University of California, Berkeley. Courtesy of Louis-M. Landry, B.Sc. (Biology) from the University of Victoria, British-Columbia. Accessed on July 28, 2019
- The Plant List: Ricinus communis - Acesso em 28 de julho de 2019
GOOGLE IMAGES de Ricinus communis - Acesso em 28 de julho de 2019