Macaé, rubim

Nome científico: 
Leonurus sibiricus L.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Lamium sibiricum (L.) Cordem.
Partes usadas: 
Folha, flor.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Alcaloides mono, sesqui e diterpenos, furanolactonas. Os extratos polares apresentam majoritariamente rutina, derivados e flavonas metoxiladas.
Propriedade terapêutica: 
Estomáquica, febrífugo, antirreumática, eupéptica.
Indicação terapêutica: 
Vômito, gastrenterite, bronquite, coqueluche.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: honeyweed, siberian motherwort
  • Espanhol: marahuanilla, marijuanilla

Origem, distribuição
Originária da Malásia, a planta veio para a América e aparentemente é utilizada como substituta da Cannabis sativa na região de Chiapas (México),  onde é conhecida como "marahuanilla" ou "maconha pequena". Neste país, produtos comerciais são vendidos como cigarro.

Descrição
Leonurus sibiricus L. é planta herbácea ereta, de 30-100 cm de altura. O caule possui seção quadrangular e filotaxia oposta cruzada, folhas simples, profundamente divididas, membranáceas, discolores e pecioladas.

Simples de crescer, são também ornamentais, apresentam uma atraente folhagem composta de flores roxas. Embora seja rica em alcaloides, ela não contém THC e deve seus efeitos alucinógenos a um composto ainda não identificado.

Esclarecimento
THC (Delta 9 tetrahidrocannabinol) é o alcaloide presente na Cannabis responsável por quase todos os efeitos característicos do uso dessa erva.

É conhecida como rubim ou macaé no Sul e Sudeste do Brasil. A planta é considerada invasora em lavouras agrícolas, presente em áreas abandonadas, com crescimento espontâneo em quase todo o território brasileiro.

Uso popular e medicinal
As propriedades medicinais de L. sibiricus estão presentes em diferentes órgãos tais como folhas, que combatem reumatismo crônico e possuem atividade antibacteriana, evitando dermatites e outros problemas dermatológicos.

Na medicina chinesa, as sementes são consideradas afrodisíacas e a planta seca é prescrita como tonificante e usada em disfunções menstruais. As folhas e flores combatem vômitos e diarreias, além de serem eficientes contra resfriado, bronquite e coqueluche. Utilizada também na forma de chás nos casos de sangramento pósparto, menstruação excessiva, edema, abscessos e problemas renais.

A planta inteira, frequentemente fresca e na forma de infusos, é utilizada na medicina tradicional de diferentes populações também como diurética, hipotensora e reguladora da circulação. Estudos científicos comprovaram os efeitos uterotônicos de decoctos in vitro, depressores do sistema nervoso central em roedores e inseticidas de extratos obtidos de folhas.

Atenção. Leonurus sibiricus é normalmente confundida com outra espécie Leonurus cardiaca ("motherwort" em inglês, "agripalma" em português e espanhol), uma herbácea perene empregada como antiespasmódica, hipotensora, emenagoga e no tratamento de afecções cardíacas. Veja imagens de ambas as espécies no final desta página.

 Dosagem e preparo

Infusão. 20 g de folhas ou flores secas em 1/2 litro de água, tomar 3 vezes ao dia. 

Antirreumático (uso externo). Friccionar as folhas sobre as partes afetadas. 

Xarope. Colocar um punhado das folhas e flores picadas em 1 xícara de cafezinho de água fervente, abafar, coar, adicionar 2 xícaras (café) de açúcar, homogeneizar. Para adultos fornecer uma colher (sopa) 3 vezes por dia. Crianças podem tomar uma colher (chá) 3 vezes ao dia.

Articulações inflamadas (tintura, uso interno). Misturar 2 xícaras (café) de álcool de cereais e 1 xícara (café) de água a um punhado da erva picada, deixar em maceração por 7 dias, agitar sempre, coar, armazenar em vidro escuro. Tomar 1 colher (chá) diluída em água.

Outros usos
Insetífugo (afugenta insetos).

  Colaboração

  • Sérgio Antonio Barraca, estudante de graduação da USP/ESALQ, Piracicaba (SP), 1999.

  Referências

  1. BARRACA, S. A. Cultivo de Horta Medicinal - Acesso em 4 de janeiro de 2015
  2. Premiere Landscap Inc: Leonurus sibiricus - Acesso em 4 de janeiro de 2015
  3. Acta Farmacéutica Bonaerense (2005): Morfoanatomia foliar e caulinar de Leonurus sibiricus - Acesso em 4 de janeiro de 2015
  4. Universidade Estadual Paulista (Botucatu, 2006): Composição química e atividade alelopática de extratos foliares de Leonurus sibiricus - Acesso em 4 de janeiro de 2015
  5. The Plant List: Leonurus sibiricus - Acesso em 4 de janeiro de 2015

GOOGLE IMAGES de Leonurus sibiricus - Acesso em 4 de janeiro de 2015

GOOGLE IMAGES de Leonurus cardiaca - Acesso em 4 de janeiro de 2015