Esta espécie é considerada Planta Alimentícia Não Convencional.
Nome em outros idiomas
- Inglês: Mountain apple, malay apple, malay rose apple, pomerae ou maloca, apple.
Origem, distribuição
Origem asiática, especificamente Índia e Malásia. No Brasil é encontrada no Nordeste, áreas quentes do Sudeste e alguns lugares da região Sul. No Paraná o jambo adaptou-se bem no litoral.
Descrição [2]
Trata-se de árvore que pode atingir até 15 metros de altura. Apresenta tronco reto e folhas grandes.
O fruto tem coloração vermelho escuro e polpa branca, exalando fragrância forte de rosas. É suculento e esponjoso, contendo uma semente que tende a aumentar de tamanho conforme crescimento do fruto, ou seja, quanto mais maduro o fruto maior será a sua semente.
Uso popular e medicinal
Várias partes da árvore são usadas na medicina tradicional contra uma gama de doenças. Folhas e casca têm demonstrado atividade antibiótica. A casca é adstringente, a planta é fracamente hipoglicêmica, contém taninos.
A infusão da casca é usada para tratar a tuberculose, infecções na boca, dor de estômago, problemas abdominais, curar feridas na boca de crianças, como purgante e doenças venéreas. As folhas são usadas para tratar olhos vermelhos. A decocção das folhas é indicada para lavar infecções da pele.
Outras condições tratadas com esta planta incluem tosse, urina amarela, falta de apetite; remédio para dores ósseas profundas, diabetes, estômago inchado após o parto, dor de garganta, afta, bronquite e alivio da constipação [1].
Vários estudos atestam a presença de componentes químicos. Do caule foram isolados ácidos elágicos e das flores uma antocianina.
Estudos fitoquímicos das folhas identificaram 4 flavonoides: catequina, mearnsitrina, miricetina e quercetina. Nos frutos foram identificados 133 compostos voláteis diretamente relacionados com o seu aroma. O composto predominante foi o 2-feniletanol e seus esteres.
Uma análise do óleo essencial extraído das folhas frescas relatou a presença de 38 compostos dos quais os monoterpenos foram majoritários (61,1%), representados principalmente por (+)-α-pineno (7,3%), (-)-β-pineno (8,0%), p-cimeno (13,5%) e α-terpineol (7,5%). Os sesquiterpenos compunham 30,8% deste óleo essencial cujo principal componente foi o (-)-β-cariofileno (9,0%) [4].
Informação nutricional
Em 100 g de polpa de jambo pode-se encontrar 90% de água, 0,3g de proteína, 3,9g de carboidratos, 1g de fibras alimentares, carotenoides e traços de vitamina B1 e B2. A polpa fresca é uma fonte rica de fibras solúveis e açúcares redutores. A casca apresenta quantidades elevadas de fibras insolúveis, lipídios e compostos bioativos principalmente antocianinas [2].
A polpa do jambo apresenta características adequadas para o consumo ao natural e industrialização. A casca contém componentes que enriquecem alimentos ou servem como fonte para extração de corante e antioxidante, usados na indústria de alimentos devido ao teor de carboidratos, baixo valor energético, elevada acidez e altas concentrações de ácido ascórbico, antocianinas e fibra alimentar [5].
Culinária [3]
Salada com flores. Colha as flores nos galhos do jambeiro ou estenda uma lona debaixo da árvore para recolher diariamente as flores (estames) que caem. Lave as flores em uma bacia com água e centrifugue. Pode-se guardar em pote fechado por pelo menos 15 dias na geladeira. Adicione as flores na salada com outras verduras e tempere.
Mousse das flores. Colha e lave as flores como indicado na receita anterior. Triture cerca de 400g de flores (estames) com 200g de leite condensado, 200g de creme de leite ou iogurte natural e 5g de gelatina sem sabor diluida. Coloque na geladeira até atingir a consistência desejada. Este creme, com ou sem a gelatina, pode ser congelado para servir como sorvete caseiro. As flores podem ser usadas para sucos, geleias, iogurtes e sorbet.
Doce em calda. Use os frutos maduros, preferencialmente os menores que não possuem sementes. Limpe-os, retire os restos florais e lavc-os. Cozinhe-os com igual quantidade de água e açúcar cristal até dar o ponto desejado, uma calda encorpada. Coloque casca de canela e cravo-da-india a gosto. Pode-se fazer suco, geleia, licor, passas (frutos cristalizados) e sorvete dos frutos. A folhas jovens servem para fazer suco verde.
Dedicado a Nalu Fernandes (Brotas, SP)
Referências
- Useful Tropical Plants: Syzygium malaccense - Acesso em 21 de outubro de 2018
- Visão Acadêmica (Curitiba, 2017): Breve revisão da espécie Syzygium malaccense como fonte de compostos bioativos - Acesso em 21 de outubro de 2018
- KINUPP, V. F; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa (SP), 2014.
- Revista Brasileira de Farmácia (RBF, 2009): Características farmacobotânicas, químicas e biológicas de Syzygium malaccense - Acesso em 21 de outubro de 2018
- Ciência e Tecnologia de Alimentos (Campinas, 2010): Caracterização física e química da casca e polpa de jambo vermelho - Acesso em 21 de outubro de 2018
- Image: Wikimedia Commons (Author: BotBln) - Acesso em 21 de outubro de 2018
- The Plant List: Syzygium malaccense - Acesso em 21 de outubro de 2018
GOOGLE IMAGES de Syzygium malaccense - Acesso em 21 de outubro de 2018