Nome em outros idiomas
- Inglês: tobacco
- Alemão: tabak
- Italiano: tabacco
Origem, distribuição
N. tabacum é nativa da América Tropical e Subtropical, é comercialmente cultivada em todo o mundo. Outras variedades são cultivadas como plantas ornamentais ou crescem como erva daninha.
Descrição
Nicotiana tabacum L. é planta anual robusta de 2,5 m de altura, pouco ramificada, com folhas grandes e verdes e flores brancas. Todas as partes são pegajosas, coberta de pêlos que exalam uma secreção amarela contendo nicotina.
Há mais de 60 espécies (N. rustica, N. petunoides, etc.), entretanto somente a Nicotiana tabacum tem interesse, pois é a única que sintetiza o alcaloide nicotina nas raízes, que se acumula nas folhas na concentração de 2 a 4%. A nicotina estimula a síntese da dopamina no cérebro, que provoca a sensação de prazer e bem estar.
Além da nicotina, encontra-se no tabaco um número muito grande de outras substâncias, algumas muito tóxicas como por exemplo terebentina, formol, amônia e naftalina.
As formas de uso comum são fumar ou inalar através de cigarro, charuto, cachimbo, rapé e mascar o assim chamado "tabaco de mascar."
Uso popular e medicinal
Em seu trabalho de mestrado Os significados do tabagismo construídos na dinâmica social [1], o autor destaca o tabaco como um remédio para "todas as doenças". Relembra o contato dos colonizadores portugueses com os indígenas brasileiros, com quem aprenderam a pulverizar o pó sobre feridas (poder cicatrizante) e a fumar para diminuir o tédio das viagens marítimas.
A espécie foi levada a Portugal, plantada nos jardins da Infanta D. Maria e devido as suas propriedades medicinais passou a ser chamada de "erva santa" ou "erva das Índias", capaz de curar dores de cabeça, males do estômago, úlceras cancerosas, gengivites e fístulas, sendo até cultivada pela Farmácia Real em Lisboa.
Em pouco tempo surgiu uma literatura médica empenhada em provar que a erva podia curar nevralgias, dores de dente, pústulas (infecção que forma bolha de pus), enxaqueca, gota, febre intermitente e até "expulsar demônios". Acreditavam que os germes da sífilis poderiam se espalhar pelo ar e provavelmentae o fumo poderia também curar os sintomas dessa doença.
Na França o tabaco prosperou por influência da rainha Catarina de Médici. Esta tinha como embaixador em Portugal Jean Nicot, que propagou seu uso como remédio para gargarejo, inalações e limpeza dos dentes. Sua importância foi tal que o nome científico do tabaco passou a ser Nicotiana tabacum. Por ironia, o principal alcalóide do tabaco, a nicotina, é também a substância que suja os dedos e dentes quando se fuma.
No Sri Lanka o tabaco foi introduzido como remédio para beribéri.
Por muitos anos o tabaco foi considerado um "remédio infalível", talvez por isso tenha se difundido para o mundo todo. A partir do século XVII o tabaco começou a receber críticas e em meados do século XX descobertas científicas comprovaram que a erva provoca câncer.
Cultura do fumo (fumicultura)
O setor fumageiro tem grande importância social pois gera renda para um grande número de pessoas, além de ser uma cultura que viabiliza a pequena propriedade, tendo boa rentabilidade por hectare.
Dados de 2014 apontam que aproximadamente 183 mil famílias vivem da cultura do fumo no Brasil. Nosso país é o 2º maior produtor, atrás apenas da China, e o 1º exportador.
A propagação é por sementes, fazendo-se o plantio em bandejas. A semeadura em estufas pode ser feita em junho e julho e a germinação ocorre entre 7 a 10 dias. O transplante das mudas se faz com 10 a 15 cm de altura.
A retirada das folhas e flores é feita em torno de 70 a 90 dias após o transplante. A planta de fumo produz de 20 a 23 folhas que, depois de seca, equivale em média de 80 a 110 gramas por planta.
Após o corte, a planta revigora-se, nasce um novo caule e dependendo da saúde, suporta até 5 cortes. As flores são removidas manualmente (mais de 50 por pé), no processo chamado desbotoamento, para dirigir a força vital às folhas.
Referências
- SOUZA, D. L. B. Os significados do tabagismo construídos na dinâmica social. UFRGN, Natal (RN), 2006.
- FAVARIM, J. L. Tecnologia da produção de fumo. ESALQ/USP, Piracicaba.
- Escola Paulista de Medicina (UNIFESP): Tabaco - Acesso em 3 de janeiro de 2016
- Wikipedia: Nicotiana tabacum - Acesso em 3 de janeiro de 2016
- Charutos: Como se faz um charuto - Acesso em 3 de janeiro de 2016
- Globo Rural (2014): Produção de tabaco no Brasil - Acesso em 3 de janeiro de 2016
- Imagem: Wikimedia Commons (Author: Magnus Manske) - Acesso em 3 de janeiro de 2016
- The Plant List: Nicotiana tabacum - Acesso em 3 de janeiro de 2016
GOOGLE IMAGES de Nicotiana tabacum - Acesso em 3 de janeiro de 2016