Este post foi escrito a partir de uma mensagem recebida de uma assinante deste Portal, cujo marido está "acometido de úlcera no estômago e hérnia de hiato, arrota muito e seu abdome encontra-se dilatado". Ela procura por um "tratamento natural pois teme os efeitos do omeprazol". Diz que o marido "toma limão após as refeições", mas tem dúvida se isso serve para quem tem ferida no estômago. Toma "chá de folha de abacateiro com gemada" e acredita que essa mistura é mais indicada para vesícula.
Vamos comentar aqui sobre algumas ervas que podem ajudar no caso em questão.
A planta mais indicada para gastrite, esofagite, úlceras estomacais é a nossa espinheira-santa (Maytenus illicifolia) na forma de chá, antes das refeições. Lembrando que o chá deve ser feito e tomado na hora, nunca em quantidade para consumo no decorrer do dia. Esta planta é considerada o "omeprazol vegetal" pois cura úlcera, azia e gastrite e detém o processo canceroso no estômago.
Outra sugestão é a guaçatonga (Casearia sylvestris) na forma de chá e tintura, muito bem recomendada para cicatrização de feridas de pele e úlcera de estômago. Existe relato de pesquisadores que passaram anos estudando a guaçatonga para essa finalidade.
A Curcuma zedoaria é excelente para má digestão, comida gordurosa, excesso de álcool, gastrite e úlcera. Toma-se direto, sem ferver, o pó da raiz misturado em água, ou o chá das folhas.
Para hérnia de hiato, não foi possível encontrar algo eficaz, além de sugerir uma dieta e disciplina quanto aos horários de refeições para evitar o refluxo. Sobre limão, sabe-se que seu suco torna-se alcalino ao contato com o suco gástrico, porém deve ser evitado até a úlcera estabilizar.
Antes de qualquer tratamento recomenda-se rever os hábitos alimentares, fazer um detox, eliminar tudo o que agride o estômago e descobrir a origem da úlcera que pode ser devida a estresse, alimentação inadequada e uso de medicamentos.
Outra erva recomendada é o gervão-azul (Stachytarpheta cayennensis) na forma de infusão de 1 colher de sopa de folhas bem picadas para 200 ml de água quase fervente, 1 xícara 2 vezes ao dia. Sobre "abdome dilatado", normalmente trata-se de obesidade que necessita ser tratada em conjunto com a gastrite e hérnia de hiato. As ervas tratam apenas os sintomas e não a causa. Caso não esteja presente a obesidade e o abdome esteja realmente dilatado por outro motivo, por exemplo ascite, recomenda-se acompanhamento médico.
Além da já citada espinheira-santa, indica-se também o suco de couve-manteiga com limão em jejum por 30 dias, para cicatrizar a gastrite.
Para tratar das causas da gastrite completar o tratamento com as essências florais de Minas. São indicadas a artemísia, arnica-campestre, calêndula-silvestre, foeniculum e limpidus, todos na pontuação 2 gts para vd de 30 ml a 20% de conservante do tipo brand. Manipular em farmácia. As bactérias da gastrite Helicobacter e Campylobacter são sensiveis ao tratamento fitoterápico com espinheira-santa, melão-de-são-caetano, hortelã, tansagem e camomila. Fazer chá das 5 ervas juntas por 30 dias. Beber 1 litro de chá em pequenos goles durante o dia. Esse tratamento é muito eficaz para o corpo e a mente.
Cabe finalmente destacar que a espinheira-santa está relacionada na Farmacopeia Brasileira como antidispéptico, antiácido e protetor da mucosa gástrica. Preparar por infusão as folhas secas (3 g) e água q.s.p. 150 mL. Acima de 12 anos tomar 150 mL do infuso logo após o preparo, 3 a 4 vezes ao dia. Essa fórmula não deve ser utilizada por gestantes e lactantes.
Colaboração
- Ana Lucia T. Lima Mota, Bióloga (São Paulo, SP)
- Darcy Marques Monte, Engenheira Agrônoma, Terapêuta Floral (Guaratinguetá, SP)
- Dilvo Bigliazzi Junior, Médico (Canavieiras, BA)
- Lídia Cunha Nogueira, Fitoterapeuta (São Paulo, SP)