Nome em outros idiomas
- Inglês: eclipta, false daisy, white eclipta, white heads, swamp daisy
- Espanhol: yerba de tago.
Origem, distribuição [2]
Distribuição pantropical. Região biogeográfica: Amazonia, Planície Caribenha, Valle del Cauca, Valle del Magdalena (Colômbia).
Descrição [1]
Espécie herbácea anual, desenvolve-se em todo o Brasil vegetando em áreas olerícolas e fruticultura. Pode hospedar nematoides como Meloidogyne incognita (uma lagarta parasita) e ácaros Brevipalpus.
Apresenta caule ereto ou pouco decumbente, cilíndrico, coloração avermelhada e recoberto por indumento de pelos brancos. Folhas simples, desprovidas de pecíolos, opostas cruzadas, limbo ovado-lanceolado, margens levemente onduladas ou serradas.
Inflorescência axilar e terminal constituída por 2 a 3 capítulos longo-pedunculados, avermelhados e com pilosidade branca. Flores do centro do capítulo são hermafroditas e as da margem femininas. Fruto do tipo aquênio. Propaga-se por meio de sementes e formação de raízes adventícias.
Uso popular e medicinal
Promove vitalidade, saúde e circulação, estimula o crescimento do cabelo. Indicada em doenças respiratórias e inflamação dos olhos e em outras partes do corpo.
A planta toda é indicada para asma. O suco é tônico em medicamentos para tosse, dores de cabeça, hepatite e inflamação das articulações. Na forma de cataplasma serve para doenças da pele, feridas e tintura preta de cabelo. Misturado ao mel, o suco é dado às crianças para tosses e resfriados. O pó da folha serve para tratar dores de cabeça, calvície frontal, furúnculos, cistos e doenças venéreas. Fervidos com açúcar mascavo e adicionado à água, são reduzidos a um terço do volume inicial e tomados para regular os períodos menstruais.
Uma mistura de folhas em pó e suco de Vitex trifolia promove a cicatrização de queimaduras, previne a formação de novas cicatrizes e elimina as antigas. Adicionadas ao leite, são consumidas diariamente para melhorar a visão, firmar dentes moles e dizem "permitir que as pessoas mudas ganhem voz e que os surdos ouçam". Misturadas ao leite materno, são administradas para vermes intestinais, diarreia, varíola, varicela e sarampo. Uma mistura de folhas com sementes de gergelim preto pulverizadas serve como um tônico para proteger contra doenças, promover a longevidade e escurecer os cabelos. As folhas esmagadas juntamente com as de Acalypha indica e Gardenia resinifera são aplicadas na cabeça de crianças para aliviar a congestão [2].
Utilizada na medicina popular como hepatoprotetora, em picadas de serpentes e externamente em machucados e doenças de pele.
Seu uso na tradicional medicina chinesa abrange efeitos adstringente, emética, depurativa, febrífuga, tônica. O suco da planta juntamente com óleo aromático é usado no tratamento de problemas catarrais e icterícia. Na Índia o suco de suas folhas tem sido usado para tratamento de vitiligo, pé de atleta, micoses e algumas doenças crônicas de pele.
Uso unânime da Eclipta prostrata inclui tratamento de hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço) e edema. Externamente são usadas em machucados, principalmente em rebanhos. No Brasil existe pouco relato do seu emprego através do costume popular. No litoral norte do Estado de São Paulo é indicada no campo veterinário em casos de picadas de serpentes em animais de pequeno ou grande porte. No nordeste brasileiro ela é usada para tratamento respiratório.
Um estudo demonstrou a atividade anti-inflamatória do extrato bruto hidroalcoolico das partes aéreas da planta através de modelos experimentais in vivo, indicando a presença do isoflavonoide wedelolactone. A autora conclui que o extrato possui compostos capazes de inibir ou inativar toxinas presentes no veneno da Bothrops moojeni (jararaca) reduzindo significativamente o processo inflamatório, podendo servir como tratamento ou coadjuvante nos acidentes ofídicos causados por esta espécie de serpente. Outros constituintes químicos apontados no estudo são demetilwedelolactona (isoflavonoide), sitosterol e estigmasterol (esteroides), cumarinas, flavonoides e taninos [3].
Dedicado a Marcos Guião, São Gonçalo do Rio das Pedras (MG)
Referências
- FMC Agricultural Products (2011): Manual de Identificação de Plantas Infestantes - Acesso em 18 de abril de 2021
- Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF): Eclipta prostrata - Acesso em 18 de abril de 2021
- Universidade do Vale do Paraíba (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, 2006): Efeito do extrato hidroalcoólico da Eclipta prostrata em modelo de inflamação in vitro - Acesso em 18 de abril de 2021induzida pelo veneno da serpente Bothrops moojeni - Acesso em 18 de abril de 2021
- Imagem: Flora Digital (Autor: Daniel Grasel) - Acesso em 18 de abril de 2021
- The Plant List: Eclipta prostrata - Acesso em 18 de abril de 2021
GOOGLE IMAGES de Eclipta prostrata - Acesso em 18 de abril de 2021