Origem, distribuição
América do Sul, Sul e Nordeste do Brasil. Distribui-se da Bahia ao Rio Grande do Sul em ecossistema de floresta ombrófila densa.
Descrição [2,3]
Espécie arbórea, perenifólia, dióica, pioneira, atinge até 15 m altura com diâmetro de até 25 cm. Apresenta raízes adventícias.
O tronco é ereto, oco, cilíndrico e fistuloso. Tipo de folha digitada, margem do limbo inteira, filotaxia alterna. As folhas novas têm coloração avermelhada.
Flores unissexuais, estaminadas. Os frutos variam de elipsoides a ovais. Floresce na primavera e frutifica no verão.
É polinizada pelo vento e abelhas. A dispersão de sementes é feita por grande número de animais.
O nome "embaúba" origina-se do termo tupi "ãba'ib" cujo significado é "árvore oca".
Uso popular e medicinal
Em um estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina sobre autoecologia de C. glaziovii, a autora aponta suas propriedades como diurética, tônica, anti-hemorrágica, adstringente, emenagoga, antidisentérica, antiasmática, antitussígena, antigonorreica, vermífuga, antileucorreica, sendo indicada contra amenorreia, dismenorreia, coqueluche, afecções respiratórias, cardiopulmonar, cardiorrenal, taquicardia, bronquite, anuria (falta de urina na bexiga ou a incapacidade de evacuação da urina), tuberculose, hemoptise (expectoração de sangue pela tosse), curativo de feridas e dispneia.
Ela ressalta que no tratamento fitoterápico são usados casca, raízes, folhas, brotos e flores; e que as propriedades hipotensoras de extratos das folhas de C. glaziovii foram aprovadas pela antiga CEME (Central de Medicamentos) [2].
Outro estudo realizado na Universidade Federal do Espírito Santo sobre os potenciais efeitos tóxico, citotóxico, clastogênico e aneugênico do extrato bruto hidroalcoólico de folhas de C. glaziovii aponta a presença de taninos, flavonoides, fenóis, antraquinonas, cumarinas, catequinas, proteínas, açúcares redutores, depsídeos/depsidonas e triterpenos.
Estudos farmacológicos de outros pesquisadores no Brasil indicam que o extrato aquoso apresentou efeito broncodilatador, anti-hipertensivo e antidepressivo provavelmente atribuídos aos compostos majoritários catequinas, procianidinas e flavonoides presentes no extrato. Estes dois últimos compostos também são os responsáveis por comprovar a ação anti-hipertensiva desse vegetal em estudo desenvolvido com animais e humanos [1].
Outros usos [2]
Muito leve, a madeira serve para artefatos, utilidades domésticas, flutuadores, jangadas, salto de calçados, brinquedos, lápis, palito de fósforo, aeromodelismo, forros, pólvora e pasta celulósica. Devido a aspereza, as folhas são empregadas no polimento de madeira e a casca, dotada de fibras muito resistentes, na confecção de cordas rústicas.
Referências
- Revista Brasileira de Farmacognosia (2009): Avaliação do efeito mutagênico do extrato hidroalcoólico bruto por meio de bioensaios in vivo e prospecção fitoquímica de C. glaziovii - Acesso em 10 de julho de 2016
- Universidade Federal de Santa Catarina (2004): Aspectos da autoecologia de C. glaziovii, fundamentos para o manejo e conservação de populações naturais da espécie - Acesso em 10 de julho de 2016
- Laboratório de Manejo Florestal: Cecropia glaziovii - Acesso em 10 de julho de 2016
- Imagem: Flora Digital (Autora: Juliana Gonçalves) - Acesso em 10 de julho de 2016
- The Plant List: Cecropia glaziovii - Acesso em 10 de julho de 2016
GOOGLE IMAGES de Cecropia glaziovii - Acesso em 10 de julho de 2016