Nome em outros idiomas
- Inglês: african oil palm, guinea oil palm, oil palm
- Alemão: afrikanische ölpalme
- Francês: corojo de Guinea, corossier, crocro, crocro guinée, palmier à huile
Origem, distribuição
Nativa do continente africano, ocorre atualmente na forma selvagem e semisselvagem sendo cultivada na África, Sudeste da Ásia e América (Central e Sul) [2].
Descrição
A palmeira atinge geralmente 15 m de altura, tem estipe ereto, fino e anelado quando a planta se torna mais velha, devido às cicatrizes deixadas pelas folhas antigas. Tem folhas com até 1 m de comprimento e a base recoberta de espinhos.
As flores têm coloração creme-amarelada, são reunidas em inflorescência do tipo cacho. O fruto é uma baga oval, de coloração amarela ou alaranjada, aglomerados em cachos. A polpa é amarela, envolve a semente (amêndoa) muito oleaginosa. Frutifica durante todo o ano. Propaga-se por semente [5].
A cultura tem como característica a produção de dois tipos de óleo: o óleo de palma ou azeite de dendê (extraído do mesocarpo) e o óleo de palmiste (extraído do endosperma) [2].
Uso popular e medicinal
O dendê é muito usado na medicina tradicional africana. Preparações feitas do palmito servem para tratar gonorreia, menorragia e dor abdominal perinatal. É considerado laxante, anti-emético e diurético. A seiva da folha serve em preparações para tratar afecções da pele e as raízes como analgésico.
O óleo da polpa é emoliente, usado como um excipiente para pomadas à base de plantas. É indicado para tratar supurações, abcessos nos tecidos próximos às unhas de mãos, pés e inchaços das pernas causados por erisipela e filária.
O óleo é usado como um linimento para tumores de comportamento indolente. Relatado como anódino, antídoto, afrodisíaco, diurético e vulnerário, o óleo de palma é um remédio popular para câncer, dores de cabeça e reumatismo. Rico em caroteno, pode ser usado em substituição ao óleo de fígado de bacalhau para corrigir a deficiência de vitamina A. A seiva é importante fonte de vitaminas do complexo B na dieta humana na África Ocidental. Nesta região os frutos cozidos e macerados são usados para preparar uma sopa nutritiva, servida após a remoção das sementes, fibras e parte do óleo [1,6,7].
Folhas e frutos são usados externamente como emoliente e anti-reumático. Usa-se o azeite levemente aquecido ou sob forma de emplastro.
Na Colômbia os frutos são utilizados como vermífugo e tenífugo. Externamente o azeite é usado nas dermatoses persistentes. Estudos realizados na Guiné-Bissau indicaram que os frutos do dendê apresentam atividade repelente a mosquitos. Na medicina tradicional em Ghana (África) há estudos da atividade antimalária.
Em centros de pesquisa da Nigéria e Austrália estudam-se a atividade antioxidante dos extratos e óleo dos frutos. O óleo é considerado alimento favorável para a recuperação de anêmicos. Uma das propriedades medicinais confirmadas é a ação gastroprotetora dos frutos [3].
Composição de alimentos por 100 g de parte comestível (azeite) [4]
- Energia (884 kcal; 3699 kJ)
- Lipídeos (100 g)
- Ácidos graxos saturados (43,1 g), monoinsaturados (40,1 g) e poli-insaturados (16,6 g)
- Ácidos graxos de cadeia curta: láurico (0,28 g), mirístico (0,79 g), palmítico (36,77 g), esteárico (4,61 g), araquídico (0,35 g), behênico (0,10 g), lignocérico (0,08 g)
Culinária
O azeite de dendê é utilizado em quase todos os pratos da culinária afro-brasileira: acarajé, abará, efó, xinxim, vatapá, caruru, amalá, farofas (padés), ipeté, omolocum, camarão à baiana.
Outros usos
No litoral sul da Bahia, as sobras do azeite extraído dos frutos são utilizados para o fabrico artesanal de sabão em barra. Com as palhas das palmeiras desfiadas preparam-se os “mariôs” (espécie de franja), colocados nas portas e janelas dos terreiros com o propósito de criar uma proteção mágica contra malefícios [3].
No Brasil o óleo de palma encontra aplicação industrial em siderurgia, laminação de chapas de aço, banho de estanhagem, nas indústrias de tintas e vernizes, fábricas de sabões, sabonetes, detergentes, velas, produtos farmacêuticos e cosméticos, produtos de confeitaria e biocombustível [2].
Referências
- Useful Tropical Plants (2016): Elaeis guineensis - Acesso em 28 de agosto de 2016
- EMBRAPA Amazônia Ocidental (2012): Recursos genéticos de palma de óleo (E. guineensis) e caiaué (E. oleifera) - Acesso em 28 de agosto de 2016
- ALMEIDA, M. Z. Plantas Medicinais. Editora Universidade Federal da Bahia, Salvador (BA), 2011.
- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 4a ed. 2011.
- SILVA, S.; TASSARA, H. Frutas Brasil. Empresa das Artes, São Paulo (SP), 2005.
- Purdue University (Center for New Crops & Plants Products): Elaeis guineensis - Acesso em 28 de agosto de 2016
- Plant Resources of Tropical Africa (PROTA4U): Elaeis guineensis - Acesso em 28 de agosto de 2016
- Imagem: Wikimedia Commons (Author: Marco Schmidt) - Acesso em 28 de agosto de 2016
- The Plant List: Elaeis guineensis - Acesso em 28 de agosto de 2016
GOOGLE IMAGES de Elaeis guineensis - Acesso em 28 de agosto de 2016