Cipó-mil-homens

Nome científico: 
Aristolochia cymbifera Mart.
Família: 
Aristolochiaceae
Sinonímia científica: 
Ambuya labiosa Raf.
Partes usadas: 
Caule e folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Alcaloides, glicosídeos, óleo essencial, taninos, flavonoides, diterpenos, desquiterpenoides.
Propriedade terapêutica: 
Diurética, sedativa, tônica, amarga, calmante dos nervos, estomáquica, antisséptica, diaforética, emenagoga.
Indicação terapêutica: 
Afecção (gástrica, hepática, renal, baço), TPM, asma, febre, dispepsia, diarreia pesada, gota, hidropisia, convulsão, epilepsia, palpitação, flatulência, prurido, eczema.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: birthwort, pipevine, Dutchman's pipe

Origem, distribuição
Nativa do Brasil. É encontrada principalmente das Guianas até os estados de Minas Gerais e São Paulo. Existem no Brasil várias espécies de Aristolochia com características e propriedades semelhantes e também conhecidas pelos mesmos nomes populares. Veja algumas imagens:

Uso popular e medicinal
Amplamente utilizada na medicina tradicional brasileira e de vários países da América do Sul, sendo empregada principalmente para a asma, febres, dispepsias, diarreia pesada, gota, hidropisia, convulsões, epilepsia, palpitações, flatulência, prurido e eczemas.

Em algumas regiões é empregada com bons resultados contra a falta de apetite (anorexia), contra os males do estômago em geral (dispepsia), prisão de ventre, indigestão e dor de estômago.

Externamente é empregada para caspa e orquite (inflamação dos testículos) na forma de banho. É usada também no tratamento da falta de menstruação (amenorreia) e nos casos de clorose (anemia peculiar a mulher devido a deficiência de ferro por excesso de sangramento durante a menstruação).

Segundo Pio Corrêa, o suco das folhas de A. triangularis é reputado anti-helmíntico. Ele afirma que as Aristolochiaceas passam por neutralizar, ou realmente neutralizam, o veneno das cobras, usando-se internamente para este fim o suco das raízes e folhas. As folhas devidamente contusas são simultaneamente aplicadas sobre o local da picada.

Curiosidade
Os sertanejos acreditam que o cheiro dessas espécies basta para narcotisar as cobras e que, consequentemente, quando eles andam com as pernas friccionadas de cipó-mil-homens ao longo do caminho, todas as cobras adormecem.

A superstição os leva a crer que alguns pedaços do caule destas plantas, trazidos à guisa de amuletos ou colocados junto de objetos de uso diário (sob os arreios e os colchões, nos canos das botas, etc.), preservam de desgraças de qualquer natureza.

Princípios ativos. Em um estudo com A. ridicula isolou-se duas biflavonas, quatro chalcona-flavonas pouco comuns e um tetraflavonoide.

 Dosagem indicada
Afecção gástrica, hepática, renal, do baço, tensão pré-menstrual. Vários modos de uso:

  • Coloque 1 colher (sobremesa) do caule seco em 1 xícara (chá) de água em fervura. Desligue o fogo, espere amornar e coe. Tome 1 xícara (chá) , 2 vezes ao dia, de preferência 30 minutos antes das principais refeições.
  • Coloque 2 colheres (sopa) do caule seco em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por 5 dias, agitando de vez em quando e coe. Tome 1 colher (café) diluído em um pouco de água, 2 vezes ao dia.
  • Coloque 3 colheres (sopa) do caule seco em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 8 dias e coe. Tome 1 cálice, de preferência 15 minutos antes das principais refeições.

Reumatismo, ferida, úlcera, micose, sarna

  • Coloque 2 colheres (sopa) de folhas secas picadas em 1 copo de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos e coe. Aplique no local afetado, com um chumaço de algodão, 2 vezes ao dia.

 Contraindicação
O seu uso interno, nas doses recomendadas, não tem contraindicação, mas não devem ser ultrapassadas. Segundo Pio Corrêa este cipó chega a ser abortivo. Um simples decocto pode produzir o que ele chama de "embriaguez aristolochica", que tem consequências sérias, inclusive perturbações cerebrais.

 Referências

  1. PANIZZA, S. Plantas que curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed. 1997.
  2. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
  3. CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro. 1991.
  4. The Plant List: Aristolochia cymbifera​​ - Acesso em 31 de outubro de 2015

GOOGLE IMAGES de Aristolochia cymbifera - Acesso em 31 de outubro de 2015