Nome em outros idiomas
- Inglês: Japanese persimmon, kaki tree, sharon fruit, fruit of sharon
Origem, distribuição
Centro de origem e principal centro de diversidade são as montanhas da região central da China. Japão é considerado centro secundário. As partir daí espalhou-se para outras regiões de clima temperado e subtropical. Atualmente é cultivado em vários países. No Brasil o caquizeiro é cultivado nas regiões Sul e Sudeste.
Descrição [9]
Planta de folhas caducas, porte arbóreo e copa arredondada, bem ramificada, podendo atingir 12 m de altura. Folhas alternadas, curtopecioladas, pubescentes na parte inferior, glabras e lustrosas na parte superior e formas variadas.
Flores de coloração branco-creme podendo ser masculinas pequenas, femininas maiores e hermafroditas (mais raras, surgem quase sempre associadas às flores masculinas). Caquizeiro é espécie dióica apresentando flores masculinas e femininas em plantas diferentes.
O fruto é uma baga de diferentes formas: globoso, ovoide, achatado etc.
A cor da casca varia de amarelo a vermelho e a da polpa, geralmente amarelada, pode variar em função da presença ou não de sementes. Estas são ovoides, achatadas lateralmente e cor castanha.
O fruto verde é rico em tanino e com a maturação transforma-se em açúcar ou é consumido na respiração. Rico em nutrientes, o fruto maduro não apresenta acidez.
A maioria das variedades frutificam sem polinização, resultando em frutos sem sementes. Quando polinizados os frutos apresentam um número variável de sementes. As sementes podem alterar a cor, o tamanho e o sabor dos frutos em certas variedades, já em outras os frutos apresentam as mesmas características, com ou sem sementes.
Caquis são enquadrados em 3 tipos: sibugaqui (ou taninoso, tânico, adstrigente); amagaqui ou não taninoso; e variável.
Sibugaqui (com ou sem sementes) tem sempre a cor amarela. Amagaqui tem a polpa amarela e é mais conhecido por caqui doce ou duro. O tipo "variável" tem a polpa taninosa e cor amarelada quando sem sementes e não taninosa, parcial ou totalmente, quando apresentam 1 ou mais sementes. Quando essas são numerosas a polpa é escura, enquanto que nos frutos de poucas sementes a tonalidade escura aparece apenas ao redor delas, originando o que popularmente é conhecido por caqui-chocolate (veja abaixo a composição de alimentos).
Variedades |
As principais são Taubaté (taninoso, a mais cultivada no Estado de São Paulo), Rama Forte (tipo variável), Giombo (tipo variável, indicado para produção de caqui-passa quando não tem sementes), Pomelo (IAC 6-22, taninoso), Kaoru (IAC 13-6, tipo variável), Rubi (IAC 8-4, taninoso), Fuyu (originário do Japão, a variedade não adstringente mais cultivada), Jiro (não taninoso), Fuyuhama (IAC 152-7, não taninoso).
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Nota. O gênero Diospyros compreende quase 400 espécies, mas somente 3 espécies são relacionadas ao nome caqui: Diospyros virginiana, nativa da América do Norte; Diospyros lotus descendente da Ásia Central; e Diospyros kaki, o caqui-japonês (mas nativo da China) [1].
Visto que atualmente toda a produção comercial é de D. kaki, esta espécie é o tema deste post.
Uso popular e medicinal [5]
Caqui é um fruto de alta qualidade, muito apreciado pelo mercado consumidor e apresenta uma gama de benefícios à saúde humana como fonte de nutrientes e antioxidantes; indicado para o coração, visão, tem ação anti-inflamatória e redutora do colesterol.
Um fruto (168 g) contém calorias (118), carboidratos (31 g), proteína (1 g), gordura (0,3 g), fibra (6 g), vitamina A (55% de RDI - Reference Daily Intake, Referência de Ingestão Diária), vitamina C (22% da RDI), vitamina E (6% da RDI), vitamina K (5% da RDI), vitamina B6 (piridoxina, 8% da RDI), potássio (8% da RDI), cobre (9% da RDI), manganês (30% da IDI)
Caqui é também uma boa fonte de tiamina (B1), riboflavina (B2), folato, magnésio e fósforo. Como é baixa em caloria e carregada de fibras, torna-se aliada na perda de peso.
Um fruto apenas contém mais de metade da dose recomendada de vitamina A, uma vitamina lipossolúvel crítica para a função imunológica, visão e desenvolvimento fetal.
Além de vitaminas e minerais caqui contém taninos, flavonoides e carotenoides, que causam impacto positivo na saúde humana.
As folhas do caquizeiro são também altas em vitamina C, taninos e fibras e um ingrediente comum em chás terapêuticos.
O caqui contém compostos benéficos com propriedade antioxidante. Antioxidantes ajudam a prevenir ou retardar o dano celular ao neutralizar o estresse oxidativo, um processo desencadeado por moléculas instáveis conhecidas por radicais livres. O estresse oxidativo tem sido associado a doenças cardíacas, diabetes, câncer e condições neurológicas como Alzheimer.
Dietas ricas em flavonoides, encontrados em altas concentrações na pele e polpa do caqui, têm sido associadas a taxas mais baixas de doenças cardíacas, declínio mental relacionado à idade e câncer de pulmão.
O caqui é também rico em antioxidantes carotenoides como o betacaroteno, um pigmento encontrado em muitas frutas e vegetais de cores vivas. Estudos ligaram dietas ricas em betacaroteno a um menor risco de doenças cardíacas, câncer de pulmão, câncer colorretal e doenças metabólicas.
Um estudo com mais de 37.000 pessoas descobriu que quem teve alta ingestão dietética de betacaroteno reduziu significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Caqui pode beneficiar a saúde do coração. Doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo e têm um impacto negativo na vida de milhões de pessoas. Felizmente, a maioria dessas doenças pode ser prevenida através da redução dos fatores de risco, tais como numa deficiência alimentar.
A poderosa combinação de nutrientes do caqui torna-o excelente escolha para melhorar a saúde do coração.
Caqui contém antioxidantes flavonoides incluindo a quercetina e o kaempferol.
Um estudo realizado em mais de 98.000 pessoas constatou que quem teve maior ingestão de flavonoides teve 18% menos mortes por questões relacionadas com o coração, em comparação com as pessoas com a ingestão mais baixa.
As dietas ricas em flavonoides podem apoiar a saúde cardíaca através da redução da pressão arterial, reduzindo o "mau" colesterol LDL e a inflamação.
Além disso, os taninos do caqui não maduros (que dão um amargor na boca), podem baixar a pressão sanguínea.
Muitos estudos com animais mostraram que o ácido tânico e o ácido gálico, ambos encontrados no caqui, são eficazes na redução da tensão arterial elevada, um importante fator de risco de doenças cardíacas.
Condições como doenças cardíacas, artrite, diabetes, câncer e obesidade estão todas ligadas à inflamação crônica. Felizmente a escolha de alimentos ricos em compostos anti-inflamatórios podem ajudar a reduzir a inflamação e a diminuir o risco de doença.
Caqui é excelente fonte de vitamina C, considerado um antioxidante potente. Uma unidade contém 20% da dose diária recomendada. A vitamina C ajuda a proteger as células dos danos causados pelos radicais livres e combate a inflamação no corpo.
Um estudo de oito semanas em 64 pessoas obesas descobriu que o suplemento com 500 mg de vitamina C 2 x ao dia reduz significativamente os níveis de proteína C-reactiva e interleucina-6. A proteína C-reativa e a interleucina-6 são substâncias produzidas pelo organismo em reação à inflamação. Valores altos de proteína C-reativa podem levar uma pessoa a internação para receber antibiótico na veia.
Vários estudos associaram uma maior ingestão de vitamina C a um risco reduzido de condições inflamatórias como doenças cardíacas, cancro da próstata e diabetes.
Caqui também contém carotenoides, flavonoides e vitamina E, todos antioxidantes potentes que combatem a inflamação do corpo.
O colesterol elevado, especialmente o "mau" colesterol LDL, pode aumentar o risco de doenças cardíacas e AVC. Alimentos ricos em fibras solúveis tais como o caqui, podem ajudar a baixar os níveis elevados de colesterol, ajudando o corpo a excretar quantidades excessivas do mesmo.
Um estudo descobriu que adultos que consumiram barras de biscoitos contendo fibra de caqui 3 x dia durante 12 semanas experimentaram uma diminuição significativa do colesterol LDL, em comparação com aqueles que comeram barras que não continham essa fibra.
A fibra é também importante para a circulação intestinal regular e pode ajudar a reduzir os níveis elevados de açúcar no sangue.
Os alimentos ricos em fibras solúveis retardam a digestão dos carboidratos e a absorção de açúcar, o que ajuda a evitar picos de açúcar no sangue.
Um estudo realizado em 117 pessoas com diabetes mostrou que o aumento do consumo de fibra alimentar solúvel levou a melhoria significativa nos níveis de açúcar no sangue.
Além disso, a fibra ajuda a alimentar as bactérias "boas" no seu intestino, o que pode ter um impacto positivo na sua saúde digestiva e geral.
Um caqui fornece 55% da dose recomendada de vitamina A. Esta vitamina apoia o funcionamento das membranas conjuntivas e da córnea. É um componente essencial da rodopsina, proteína responsável por converter a luz nos impulsos elétricos que o cérebro interpreta como visão.
Caqui contém luteína e zeaxantina, que são antioxidantes carotenoides que promovem uma visão saudável. Estas substâncias encontram-se em níveis elevados na retina, uma camada de tecido sensível à luz na parte de trás do olho.
As dietas ricas em luteína e zeaxantina podem reduzir o risco de certas doenças oculares, incluindo a degeneração macular relacionada com a idade (DMRI), que afeta a retina e pode causar perda de visão.
Um estudo realizado em mais de 100.000 pessoas concluiu que aqueles que consumiam as maiores quantidades de luteína e zeaxantina tinham um risco 40% menor de desenvolver DMRI do que aqueles que consumiam quantidades menores.
Composição de alimentos por 100g de parte comestível [8]
Caqui-chocolate cru | |||||
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Principais | Minerais | Vitaminas | |||
Umidade % | 79,7 | Cálcio mg | 18 | Retinol µg | NA |
Energia | 71 kcal; 299 kJ | Magnésio mg | 9 | RE µg | |
Proteína g | 0,4 | Manganês mg | 0,39 | RAE µg | |
Lipídeos g | 0,1 | Fósforo mg | 18 | Tiamina mg | Tr |
Colesterol mg | NA | Ferro mg | 0,1 | Riboflavina mg | Tr |
Carboidrato g | 19,3 | Sódio mg | 2 | Piridoxina mg | 0,03 |
Fibra alimentar g | 6,5 | Potássio mg | 164 | Niacina mg | Tr |
Cinzas g | 0,5 | Cobre mg | Tr | Vitamina C mg | 29,6 |
Zinco mg | 0,2 |
NA: Não Aplicável Tr: Traços
Referências
- Permaculture Research Institute (2020): The essential guide to probably everything you need to know about growing persimmon - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- VeryWell Fit (2020): Persimmon Nutrition Facts and Health Benefits - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- Eating Well (2020): Persimmons: What They Are, Health Benefits and How to Eat Them - Acesso em 24 de janeiro de 2021
-
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014): Fenologia, estudo da biologia floral, fertilidade do pólen e produção em cultivares de caquizeiro (Diospyros kaki e Diospyros virginiana) - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- HealthLine Media (2018): Top 7 Health and Nutrition Benefits of Persimmon - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- Michigan State University (2012): Health benefits of persimmons - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- The Southern Research Station (US Forest Service Research and Development): Common Persimmon - Acesso em 24 de janeiro de 2021
- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 4a ed. 2011.
- Enciclopédia Agrícola Brasileira. Peixoto, Aristeu Mendes (coord.). Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP). 2002.
- Image: Released free of copyrights under Creative Commons CC0.
- The Plant List: Diospyros kaki - Acesso em 24 de janeiro de 2021
GOOGLE IMAGES de Diospyros kaki - Acesso em 24 de janeiro de 2021