Nome em outros idiomas
- Inglês: borage, bee-bread
- Alemão: borretsch, gurkenkraut, borgel, herzblume
- Espanhol: borraja
- Francês: bourrache officinalle
- Italiano: borrana, borràgine
Origem, distribuição
Nativa do Mediterrâneo e norte da África.
Origem
Planta herbácea, ereta, anual, de altura entre 30 a 70 cm. Caule redondo, carnoso, suculento, peludo. Folhas alternas, verdes, híspidas (coberta de pêlos duros e espessos).
Inflorescência corimbo (pedúnculos das flores emergem de diversos pontos da haste até permanecerem mais ou menos no mesmo plano).
Cultivada na Turquia, Irã e Espanha como ornamental e para repelir insetos.
Uso popular e medicinal
Seu uso medicinal data da Idade Média, quando se acreditava que exercia um efeito mágico sobre o corpo e a mente. Utilizado hoje apenas pela medicina popular. A medicina científica somente aconselha o uso externo devido a descoberta de alcaloides tóxicos nas folhas.
Na medicina tradicional é considerada emoliente, depurativa, sudorífica, diurética, laxante e anti-inflamatória. Suas flores são empregadas na forma de infusão como expectorante e contra certas afecções do fígado e coração. Indicada contra tosse, reumatismo. Sabe-se que a borragem estimula as suprarrenais, favorecendo a produção de adrenalina, o hormônio que prepara o corpo para situações de tensão.
As folhas carnosas e ásperas podem ser empregadas como tônico da suprarrenal no caso de stress ou sequelas de terapia com esteroides.
O óleo extraído das sementes pode ser uma alternativa ao óleo de prímula, para transtornos menstruais e reumáticos.
Para aumentar a sudorese, empregam-se as flores. E as folhas para uma ação diurética.
Uma atividade refrescante lhe é atribuída. Uma folha fresca abaixa a temperatura da boca, desta forma é útil em febres.
Cultivada em hortas, esta erva é muito apreciada pois suas folhas são empregadas por séculos em saladas. Pelo fato de possuir potássio, é indicado para pessoas que precisam de uma dieta sem sal. Pode ser usado externamente como compressa em pele irritada ou inflamada.
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Dosagem indicada
Depurativo
Infusão: em 1 litro de água fervente colocar em infusão 20 g de cada uma das seguintes ervas: borragem, agrião, dente-de-leão, fumaria, chicória-silvestre, cerefólio. Coar, adoçar e beber o líquido na dose de 3 a 4 cálices ao dia, a começar pela manhã em jejum.
Vinho depurativo
Colocar um punhado de sumidades floridas frescas de borragem em 1 litro de vinho de boa qualidade, deixar macerar por cerca de uma semana, coar e consumir em calicezinhos antes das refeições.
Gota, furúnculo
Cataplasma: cozinhar um punhado de folhas secas de borragem em pouquíssima água. Quando esta tiver evaporado, estender as folhas sobre uma gaze, espremê-la para fazer sair todo o líquido e aplicar o cataplasma bem quente sobre a parte dolorida.
Reumatismo
Decocção: em 1 litro de água, ferver por meia hora 10 g de folhas secas de borragem, filtrar, adoçar com mel e beber 3 a 4 xícaras ao dia.
Tosse
Decocção: 40 g de folhas em 1 litro de água, ferver por um quarto de hora, coar, adoçar e beber em 2 ou 3 vezes durante o dia.
Infusão: 15 g de folhas e flores de borragem em 1 litro de água. Deixar macerar por 3 quartos de hora. Filtrar, adoçar com mel e beber 1 xícara a cada 2 ou 3 horas. Esta infusão é emoliente, refrescante e benéfica nas tosses secas e persistentes.
Toxicologia
Novas descobertas sobre sua composição química, como alcaloides isopirrolizidínicos, supinina, licopsamina, intermedina, ambilina e thesuinina tornam, segundo alguns estudiosos, esta planta imprópria para consumo.
Segundo determinação do Ministério da Saúde, todas as plantas que contenham estes alcaloides só devem ser usados em aplicações locais, isto é, externamente. A sua ingestão pode levar ao aparecimento tardio de cirrose hepática ou câncer do fígado. A substância encontra-se em maior quantidade nas folhas frescas do que nas secas.
Deve-se tomar cuidado ao fazer preparações com a borragem. Recomenda-se filtrar muito bem para que se eliminem os pelos, visto que engolidos podem causar irritação no estômago.
Culinária
Muito utilizado em saladas, suas folhas são saborosas e conferem sabor fresco às saladas, ligeiramente salgado e parecido com o do pepino, além de melhorar seu aspecto. Tempera-se com endro e cebola.
Suas flores são graciosas, com elas pode-se fazer um bonito confeito. Mergulha-se a flor na clara de ovo e depois no açúcar de confeiteiro e deixa-se secar.
Desde a Antiguidade suas flores são adicionadas ao vinho e podem também entrar na composição de bebidas alcoólicas, dando-lhe um efeito estimulante.
Charles Dickens, autor inglês do século XIX, era apaixonado por este ponche e oferecia a seus amigos americanos a sua receita particular.
Ponche Charles Dickens
- 2 copos (500ml) água
- 1/2 copo (120ml) açúcar
- 2 colheres de sopa (30ml) de raspas de limão
- 1/4 copo (60ml) flores de borragem
- 2 copos (500ml) de sherry - vinho de Xerez
- 1 copo (240ml) brandy - conhaque
- 4 copos (1 litro) cidra de maçã
Despeje a água fervente sobre o açúcar, raspas de limão e borragem. Deixe agir por 10 minutos. Coe e adicione o conhaque, o Xerez e a cidra.
Flores de borragem cristalizadas
- 1 copo (240ml) flores de borragem
- 1/2 colher (chá) 2,5ml água fria
- 1 clara de ovo
- açúcar granulado
Lave as flores de borragem e remova o excesso de umidade com papel toalha. Misture a clara de ovo e água, bata bem. Mergulhe as flores na mistura e então no açúcar. Coloque em papel manteiga para secar. Acondicione não por muito tempo em vasilha muito bem fechada, longe de umidade.
Outros usos
As flores fornecem um corante azul muito bonito. Uma bebida refrescante pode ser feita com borragem no verão. A planta cresce frequentemente em regiões próximas a apiários, pois tem uma quantidade de néctar que as abelhas apreciam muito.
As flores azuis podem ser desidratadas com sílica para depois serem coladas em grinaldas naturais desidratadas.
Referências
- BALMÉ, F. Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2004.
- CHIEJ, R. The Macdonald Encyclopedia of Medicinal Plants. Macdonald, London, 1984.
- Hausbuch der Kräuter. Christian Quatmann.
- BOCKSCH, M. Heilpflanzen. Spektrum der Natur. Buchergild Gutenberg.
- POLETTI, A. Plantas y Flores Medicinales I e II. Editora Parramon, v. I,II, 1980.
- Plantas que Curam. Editora Três.
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
- Geheiminisse und Heilkräfte der Pflanzen. Reader´ Digest.
- KEVILLE, K. The Illustrated Herb Encyclopedia. Barnes & Noble, 1997.
- QUER, P. F. Plantas Medicinales - el diocórides renovado. Editorial Labor, 1993.
- HEMPHILL, J.; HEMPHILL, R. Complete Book of Herbs. Chancellor Press, 1995.
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- VOLAK, J.; STODOLA, J. Plantas Medicinais. Editorial Inquérito, Lisboa, 1990.
- Pahlow, A. M. Das Grosse Buch der Heilpflanzen. Grafe und Unzer.
- The Plant List: Borago officinalis - Acesso em 7 de junho de 2015
GOOGLE IMAGES DE Borago officinalis - Acesso em 7 de junho de 2015