Nome em outros idiomas
- Inglês: vanilla
- Francês: vanille
Origem, distribuição
Nativa em Belize, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua. Introduzida no Brasil e em vários países do mundo.
Descrição
Vanilla planifolia é uma orquídea conhecida popularmente no Brasil como “baunilha” (ou "aroma de vanilina" em outros países), devido ao aroma produzido pelos frutos.
Planta herbácea e perene, vegeta inicialmente como arbusto rastejante e em seguida como trepadeira, sendo as únicas orquídeas que possuem esse hábito.
Caule cilíndrico, glabro, verde, carnudo e nodoso, atinge de 1,5 a 30 m. As folhas são curtopecioladas, suculentas, medindo de 15 a 25 cm de comprimento por 3 a 4 cm de largura.
Flores pedunculadas, grandes, de coloração amarelada e com uma linha saliente no centro do labelo, reunidas em cachos com 3 a 5 flores, que surgem na axila das folhas [2].
As flores têm leve perfume, sem nenhum elemento de sabor ou aroma de baunilha. Quando polinizados, os ovários incham e se desenvolvem em frutas chamadas "vagens", semelhantes ao feijão-verde. Os frutos contêm milhares de pequenas sementes pretas.
Os frutos curados ("vagens") são a fonte de um dos aromas mais populares do mundo e valiosa mercadoria. O primeiro uso documentado de baunilha foi em uma bebida feita de grãos de cacau (Theobroma cacao) pelos astecas (México).
Os frutos maduros e verdes não têm sabor quando colhidos. O aroma e o sabor da baunilha são liberados quando a fruta é seca e curada por cozimento a vapor e fermentação. As vagens de melhor qualidade tornam-se castanhas escuras e acumulam uma camada de glucose e vanilina na superfície durante a fermentação [1].
Métodos de extração da vanilina, análise deste componente por TLC e HPLC-PDA em material vegetal e tintura de V. planifolia, foto das sementes etc. estão disponíveis nas referências [3,4,7].
Um estudo sobre escarificação de sementes de Vanilla planifolia constatou ser este um processo factível para aumentar a produção comercial desta espécie de orquídea [5].
Uso popular e medicinal
As sementes minúsculas, frutas inteiras, pó ou extrato de frutas servem como agente aromatizante em alimentos particularmente em confeitaria e doces, às vezes para reduzir a quantidade de açúcar necessária para adoçar os alimentos. Também está entre os ingredientes mais importantes da perfumaria.
A baunilha é usada medicinalmente como afrodisíaco, estimulante e para o alívio de febres e queixas gástricas, embora não haja evidências científicas de sua eficácia nesses casos. Pesquisas mostraram que a vanilina, a principal molécula de sabor da baunilha, tem atividades antimicrobiana e antioxidante [1].
Vanilla planifolia possui diversos constituintes químicos podendo ser destacados ácido acético, ácido vanilil etílico, carboidratos, álcool etílico, ceras, cinamato, eugenol, fermentos, furfurol, lipídeos, mucilagem, resinas, taninos e vanilina.
Tais substâncias conferem à espécie as propriedades medicinais antiespasmódica, antisséptica, aromatizante, ligeiramente colerética, digestiva, emenagoga, estimulante e afrodisíaca. São indicadas no tratamento de afecções uterinas e nervosas, diarreias, disquinesias hepatobiliares, dispepsias hiposecretoras, espasmos, esterilidade, falta de energia, febres adinâmicas, flatulência, impotência, melancolia histérica, reumatismo crônico.
Em homeopatia, os frutos são utilizados sozinhos ou em mistura com outras ervas em afecções nervosas e uterinas, convulsões, metrite (infecção do útero por bactérias) e hipocondria [2].
Tradicionalmente as vagens são usadas como afrodisíaco, carminativo, emenagogo e estimulante. Acredita-se que reduzem ou curam febres, espasmos e cáries. Extratos de baunilha (especialmente tinturas de acordo com as farmacopeias) são usados como agente aromatizante em preparações farmacêuticas na forma de xarope [6].
Contraindicações, efeitos colaterais
As substâncias presentes na V. planifolia também possuem contraindicações e não devem ser ministradas a lactantes, menores de 6 anos, pacientes com alergias respiratórias, gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome de intestino irritado, colite ulcerosa, enfermidade de Crohn, hepatopatias, epilepsia, Parkinson e outras enfermidades neurológicas, hipersensibilidade ao óleo essencial de vanila, ao óleo de canela e ao óleo do bálsamo de Peru, gerando frequentemente reações cruzadas.
Como efeito colateral, enfatiza-se que o óleo essencial puro pode ser neurotóxico e produzir dermatite de contato [2].
A baunilha pode causar reações alérgicas quando aplicada topicamente ou internamente. O vanilismo é uma condição às vezes vivida por trabalhadores que lidam com baunilha, cujos sintomas são dor de cabeça, dermatite e insônia [1].
Dedicado a Érica Braga Avolio (Brasília, DF)
Referências
- KewScience: Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil (Boletim CAOB, 2005): Apontamentos sobre Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- Drug Analytical Research (2018): Analysis of vanillin by TLC and HPLC-PDA in herbal material and tincture from Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- UFU (2017): Simulação da extração sólido-líquido de vanilina de favas de Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- Acta Botanica Brasilica (2012): Efeitos da escarificação química e da concentração de nitrogênio sobre a germinação e o desenvolvimento in vitro de Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- Plants for a Future: Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
- Programa de Educação Tutorial (PET - MEC, 2018): Breve histórico das rotas sintéticas para a vanilina - o aroma da baunilha - Acesso em 16 de maio de 2021
- Image: Creative Commons Attribution 2.0 Generic license (Author: Malcolm Manners) - Acesso em 16 de maio de 2021
- The Plant List: Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021
GOOGLE IMAGES de Vanilla planifolia - Acesso em 16 de maio de 2021