Baru, baruzeiro

Nome científico: 
Dipteryx alata Vogel
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Cumaruna alata (Vogel) Kuntze
Partes usadas: 
Fruto, semente, óleo da semente, casca do tronco.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Lipídios, proteínas, calorias, fibras alimentares, minerais, ácidos graxos (oleico, linoleico), triterpenos pentacíclicos.
Propriedade terapêutica: 
Antirreumático, tônico muscular, antioxidante.
Indicação terapêutica: 
Reumatismos, regular o ciclo menstrual, dor de coluna, anemia.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: baru tree

Origem, distribuição
Nativa do Cerrado brasileiro.

Descrição [2,4]
Denomina-se "baru" o fruto da árvore baruzeiro (ou barueiro). A árvore atinge até 25 m de altura. O tronco chega a ter 70 cm de diâmetro, tem casca suberosa ou escamosa com espessura total de até 15 mm; a externa é áspera e levemente fissurada; a interna esbranquiçada. Folhas glabras, flor em inflorescência terminal até 20 cm de comprimento.

O fruto é uma drupa comestível do qual aproveita-se a polpa, endocarpo e a semente (ou amêndoa), também conhecida como castanha do baru. Pesa em média 25 g sendo 30% polpa, 65% endocarpo lenhoso e 5% semente. 

O fruto é comum na região de Pirenópolis (próximo a Goiânia, GO), onde é popularmente conhecido como "viagra do Cerrado" devido o sabor ser parecido ao do amendoim.

A polpa do baru constitui importante fonte de alimento para pequenos mamíferos, roedores, pássaros, morcego e gado.

Uso popular e medicinal
Esta espécie é valorizada pelas propriedades medicinais e nutricionais. 

Um trabalho caracterizou a semente e o óleo de baru por meio da composição centesimal e de minerais da semente e da composição em ácidos graxos e de tocoferóis do seu óleo, visando a possível utilização para fins alimentícios. Os autores concluiram que as sementes constituem significativa fonte de lipídios, proteínas, calorias, fibras alimentares e minerais, sugerindo sua utilização na alimentação humana e animal.

As sementes são boas fontes de macro e micronutrientes essenciais como potássio, fósforo e manganês. O óleo da semente de baru apresenta teor de α-tocoferol e composição em ácidos graxos semelhantes aos do óleo de amendoim, destacando-se os ácidos oleico e linoleico. O elevado grau de insaturação do óleo da semente de baru favorece seu uso para fins comestíveis ou como matéria-prima para as indústrias farmacêutica e oleoquímica [6].

Na castanha do baru encontra-se uma dosagem muito boa de ferro, zinco, magnésio, cálcio, que são minerais deficientes na população brasileira. "Para a anemia, o ferro do baru é ótimo", observa uma nutricionista em reportagem da Globo [5].

Os extratos e óleos extraídos de diferentes partes do baru apresentam potencial medicinal para uso antirreumático, tônico muscular e regulador do ciclo menstrual. A infusão aquosa da casca do tronco da árvore é utilizada para tratamento de dores de coluna. Acredita-se que os compostos associados aos benefícios desse tratamento sejam os triterpenos pentacíclicos lupeol, lupen-3-ona e betulina. O extrato acetato de etila da amêndoa de baru apresenta elevado potencial antioxidante em diferentes solventes, quando analisado in vitro. Ensaios experimentais verificaram proteção contra o estresse oxidativo da castanha de baru em tecidos de animais estressados com a suplementação oral de ferro, confirmando assim a atividade antioxidante encontrada in vitro [1].

 Culinária
Devido ao forte e marcante sabor, a castanha tem sido empregada em receitas de restaurantes especializados em culinária brasileira, como o badejo com crosta de baru e o licor Baruzetto.

 Referências

  1. Universidade de Brasília (2013): Atividade antioxidante de frutos do Cerrado e identificação de compostos em B. cetosa - Acesso em 19 de junho de 2016
  2. ORTENCIO, W. B. Medicina Popular do Centro-Oeste. Thesaurus Editora de Brasilia (DF), 2a ed. 2012.
  3. Food Research International (2012): Consumption of baru seeds prevents iron-induced oxidative stress in rats - Acesso em 19 de junho de 2016
  4. Instituto Brasileiro de Florestas: Baru - Acesso em 19 de junho de 2016
  5. Globo.com (2009): Descobrindo as frutas do cerrado - Acesso em 19 de junho de 2016
  6. Instituto Adolfo Lutz (2001): Composição química da semente e do óleo de baru nativo do município de Pirenópolis (GO, Brasil) - Acesso em 19 de junho de 2016
  7. Imagem: Wikimedia Commons (Author: Denis A. C. Conrado) - Acesso em 19 de junho de 2016
  8. The Plant List: Dipteryx alata - Acesso em 19 de junho de 2016

GOOGLE IMAGES de Dipteryx alata - Acesso em 19 de junho de 2016