Bardana

Nome científico: 
Arctium lappa L.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Lappa major Gaert, Arctium majus Bernh, Lappa tormentosa Lam
Partes usadas: 
Raiz e folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleo essencial (0,2%), polifenóis, inulina (40-50%), mucilagens, lapatina, taninos, princípio antibiótico, ácido clorogênico, vitamina (A,B), fuquinona, glicosídeos, resina, minerais.
Propriedade terapêutica: 
Depurativa, diurética, colerética, laxativa, diaforética, antisséptica, estomáquica, antidiabética, insuficiência hepática, dermatose, antibiótico externo (para bactérias gram-positivas).
Indicação terapêutica: 
Purificador do sangue, afeção reumática, torção, hemorroidas, enfermidade da pele, acne, eczema, prurido, seborreia, herpes, vesícula inflamada, cálculo biliar, hepatite, cirrose.

Planta da Farmacopeia Brasileira
Bardana tem uso científico comprovado como antidispéptico, diurético e anti-inflamatório.

Nome em outros idiomas

  • Alemão: grosse klette
  • Espanhol: lampazo mayor
  • Francês: grande bardane
  • Inglês: great burdock, clot bur, beggars buttons
  • Italiano: bardana

Origem, distribuição
Europeia, sendo muito comum no Japão, Portugal, França, Itália. Na América do Sul nasce espontaneamente até a Argentina e está bem aclimatada no Brasil.

Descrição

Planta herbácea de caule robusto, alto, podendo atingir 2 m de altura, de cor verde ou roxa.

Folhas alternas, grandes, cordiformes, com pecíolos longos e pubescentes na parte inferior. A flor tem cor que varia do rosa ao roxo. 

O termo "Arctium" vem do grego Arktos, um urso. A planta possui flores que soltam falsos espinhos que aderem à roupa e ao pêlo dos animais.

Uso popular e medicinal
Conhecida desde a antiguidade na medicina caseira, nunca foi contestada ao longo dos séculos.

As raízes e as folhas tenras podem ser utilizadas como alimento, podendo a raiz também ser consumida crua. Na Europa as folhas e brotos novos são consumidos como verdura e no Japão é cultivada uma variedade para produção de raízes comestíveis.

No Brasil tem um crescimento vigoroso, sendo considerada uma espécie daninha em pomares e terrenos baldios no sul do Brasil. Antigamente era utilizada em mistura com outras ervas para clarear a pele. Hoje a bardana tem aplicações como depurativo e cicatrizante.

O decocto de suas raízes é eficaz como purificador do sangue, em doenças reumáticas, afecções reumáticas, afecções renais e distúrbios digestivos. Externamente, prepara-se com elas uma pomada para eczema e uma loção para evitar a queda de cabelo.

Um cataplasma das folhas frescas alivia as dores provocadas por picadas de insetos, torções e hemorroidas e a infusão serve para limpar feridas e inflamações cutâneas.

O extrato das sementes e infusões ou decocções são especialmente indicados para a cura de enfermidades crônicas da pele.

As folhas esmagadas e aplicadas diretamente sobre a epiderme tem uma ação bactericida e antimicótica que a torna um remédio eficaz contra inúmeras doenças de pele como dermatoses úmidas e purulentas, acnes, eczemas, pruridos, tinha, seborreia da face ou do couro cabeludo e herpes simples.

O óleo de bardana é considerado um estimulante capilar.

Na medicina chinesa empregam-se as sementes para aliviar os males do "ar e do calor".

 Dosagem indicada

Antidispéptico, diurético e anti-inflamatório. Componentes: raízes secas (2,5 g); água q.s.p. (150 mL). Preparar por decocção considerando a proporção indicada na fórmula. Advertências: Doses excessivas podem interferir na terapia com hipoglicemiantes. Deve ser evitado o uso durante a gravidez e lactação. Modo de uso: interno. Acima de 12 anos, tomar 150 mL do decocto, logo após o preparo, duas a três vezes ao dia [16].

Depurativo (furunculose), diurético (eliminador de ácido úrico), colerético (aumenta o fluxo biliar), laxativoColoque 1 colher (sopa) de raiz fatiada em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Mantenha em maceração por 10 minutos e coe. Coma a raiz cozida e tome 1 xícara (chá) 3 vezes ao dia, fora das principais refeições.

Depurativo 2 (infusão). Em um recipiente misturar as seguintes ervas previamente picadas:

  • 60g de raiz de bardana
  • 25g de raiz de alcaçuz
  • 50 g de dente de leão
  • 40g de gramínea (Agropyrum repens)
  • 20g de chicória

Verter uma colher desta mistura em uma xícara de água fervente. Beber pela manhã em jejum sem adoçar.

Dermatoses úmidas e purulentas, acne, eczema, pruridos, seborreia da face ou do couro cabeludo. Coloque 2 colheres (sopa) de folhas frescas fatiadas em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Coe e acrescente 1 colher (chá) de mel e 3 gotas de própolis. Faça aplicações no local afetado, na forma de compressas, 2 vezes ao dia.

Furunculose. Coloque 6 colheres (sopa) de raiz fatiada em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 8 dias e coe. Tome 1 cálice antes das principais refeições. Juntamente com a cura depurativa, pode-se seguir uma cura externa. Em uma xícara de água ferver uma colherada de raiz de bardana triturada. Quando a água tiver evaporada, estender o cataplasma sobre a região afetada. Obtém-se alívio imediato à dor e desaparece também a inflamação.

Depurativo, diurético, antidiabética. Coloque 2 colheres (sopa) de raiz picada em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por 10 dias e coe. Tome de 10 a 15 gotas ou 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia, antes das principais refeições.

Diurético 2 (infusão). Colocar em três xícaras de água fervente, 30g de raízes de bardana, deixando em infusão por 30 minutos. Coar o líquido e bebê-lo em duas vezes durante o dia.

Insuficiência hepática (vesícula inflamada, cálculo biliar, hepatite viral e cirrose). Coloque 1 colher (sobremesa) de raiz fatiada e 1 colher (sobremesa) de folha de alcachofra fatiada em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos, espere amornar e coe. Tome 1 xícara (chá), 3 vezes ao dia, sendo uma de manhã, em jejum, e as demais meia hora antes das principais refeições.

Úlceras e chagas. Cataplasma 1. Aplicar sobre o local afetado um cataplasma feito com uma folha fresca de bardana esmagada, depois de lavada e enxuta. Cataplasma 2. As folhas depois de picadas e passadas na clara de ovo servem como um cataplasma que acelera a cura e cicatrização.

Queda de cabelo. Contra a queda dos cabelos é muito eficaz a decocção obtida com 10g de raiz de bardana cortada em pedaços bem pequenos, cozidas em pouca água. Quando a raiz estiver suficientemente amolecida, deve ser esmagada para ser reduzida a uma papinha, com a qual se fricciona o couro cabeludo 1 vez ao dia.

Hemorroidas. Cataplasma. Cozinhar em uma panelinha um punhado de folhas frescas lavadas e enxutas, com pouco de leite. Quando o leite estiver totalmente evaporado, colocar as folhas cozidas em uma gaze limpa e aplicar o cataplasma sobre a região afetada.

Artrite. Cataplasma. Contra as dores agudas das articulações atingidas pela artrite, obtém-se alívio através dos cataplasmas feitos com folhas frescas, esmagadas, aplicadas sobre a região afetada com uma gaze.
 Culinária
Os talos das flores devem se colhidos antes que as flores se abram, e comidos refogados ou crus temperados com vinagre e óleo. Pode também ser utilizada refogando-se folhas e brotos tenros com espinafre. Apenas lembre que estes talos são laxativos. As raízes são altamente nutritivas e estimulantes do sistema nervoso.

Os japoneses apreciam muito consumir "gobô", nome que dão à bardana. Eles coletam raízes jovens, aproximadamente com 60 cm, e ralando-as, as usam refogadas em sopas ou consomem cruas. São preparadas também como batatas.

Molho de bardana

  • 1/2 copo de raiz de bardana finamente picada
  • 1 copo de vinagre de maçã
  • 1/2 copo de iogurte

Deixe as raízes de bardana no vinagre por cerca de 5 minutos. Processe então e adicione o iogurte. Sirva com batatas ou legumes.

 Referências

  1. VOLAK, J.; STODOLA, J. Plantas Medicinais. Editorial Inquérito, Lisboa, 1990.
  2. BOCKSCH, M. Heilpflanzen. Spektrum der Natur. Buchergild Gutenberg.
  3. CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. E. Plantas que Ajudam o Homem - Guia Prático para a época atual. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 1991.
  4. CHIEJ, R. The Macdonald Encyclopedia of Medicinal Plants. Macdonald, London, 1984.
  5. GRAU, JUNG, MÜNKER. Plantas medicinales.
  6. BALMÉ, F. Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2004.
  7. POLETTI, A. Plantas y Flores Medicinales I. Editora Parramon, 1980.
  8. Geheimnisse und Heilkräfte der Pflanzen. Reader´s Digest.
  9. PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed., 1997.
  10. QUER, P. F. Plantas Medicinales - el diocórides renovado. Editorial Labor, 1993.
  11. KEVILLE, K. The Illustrated Herb Encyclopedia. Barnes & Noble, 1997.
  12. ODY, P. The Herb Society - Las Plantas Medicinales. Javier Vergara, Buenos Aires, 1993.
  13. Plantas que curam. Editora Três
  14. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
  15. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011.
  16. The Plant List: Arctium lappa L. - Acesso em 10 de maio de 2015

​GOOGLE IMAGES de Arctium lappa - Acesso em 10 de maio de 2015