Planta da Farmacopeia Brasileira |
Nome em outros idiomas
- Alemão: grosse klette
- Espanhol: lampazo mayor
- Francês: grande bardane
- Inglês: great burdock, clot bur, beggars buttons
- Italiano: bardana
Origem, distribuição
Europeia, sendo muito comum no Japão, Portugal, França, Itália. Na América do Sul nasce espontaneamente até a Argentina e está bem aclimatada no Brasil.
Descrição
Planta herbácea de caule robusto, alto, podendo atingir 2 m de altura, de cor verde ou roxa.
Folhas alternas, grandes, cordiformes, com pecíolos longos e pubescentes na parte inferior. A flor tem cor que varia do rosa ao roxo.
O termo "Arctium" vem do grego Arktos, um urso. A planta possui flores que soltam falsos espinhos que aderem à roupa e ao pêlo dos animais. |
Uso popular e medicinal
Conhecida desde a antiguidade na medicina caseira, nunca foi contestada ao longo dos séculos.
As raízes e as folhas tenras podem ser utilizadas como alimento, podendo a raiz também ser consumida crua. Na Europa as folhas e brotos novos são consumidos como verdura e no Japão é cultivada uma variedade para produção de raízes comestíveis.
No Brasil tem um crescimento vigoroso, sendo considerada uma espécie daninha em pomares e terrenos baldios no sul do Brasil. Antigamente era utilizada em mistura com outras ervas para clarear a pele. Hoje a bardana tem aplicações como depurativo e cicatrizante.
O decocto de suas raízes é eficaz como purificador do sangue, em doenças reumáticas, afecções reumáticas, afecções renais e distúrbios digestivos. Externamente, prepara-se com elas uma pomada para eczema e uma loção para evitar a queda de cabelo.
Um cataplasma das folhas frescas alivia as dores provocadas por picadas de insetos, torções e hemorroidas e a infusão serve para limpar feridas e inflamações cutâneas.
O extrato das sementes e infusões ou decocções são especialmente indicados para a cura de enfermidades crônicas da pele.
As folhas esmagadas e aplicadas diretamente sobre a epiderme tem uma ação bactericida e antimicótica que a torna um remédio eficaz contra inúmeras doenças de pele como dermatoses úmidas e purulentas, acnes, eczemas, pruridos, tinha, seborreia da face ou do couro cabeludo e herpes simples.
O óleo de bardana é considerado um estimulante capilar.
Na medicina chinesa empregam-se as sementes para aliviar os males do "ar e do calor".
Dosagem indicada
Antidispéptico, diurético e anti-inflamatório. Componentes: raízes secas (2,5 g); água q.s.p. (150 mL). Preparar por decocção considerando a proporção indicada na fórmula. Advertências: Doses excessivas podem interferir na terapia com hipoglicemiantes. Deve ser evitado o uso durante a gravidez e lactação. Modo de uso: interno. Acima de 12 anos, tomar 150 mL do decocto, logo após o preparo, duas a três vezes ao dia [16].
Depurativo (furunculose), diurético (eliminador de ácido úrico), colerético (aumenta o fluxo biliar), laxativo. Coloque 1 colher (sopa) de raiz fatiada em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Mantenha em maceração por 10 minutos e coe. Coma a raiz cozida e tome 1 xícara (chá) 3 vezes ao dia, fora das principais refeições.
Depurativo 2 (infusão). Em um recipiente misturar as seguintes ervas previamente picadas:
- 60g de raiz de bardana
- 25g de raiz de alcaçuz
- 50 g de dente de leão
- 40g de gramínea (Agropyrum repens)
- 20g de chicória
Verter uma colher desta mistura em uma xícara de água fervente. Beber pela manhã em jejum sem adoçar.
Dermatoses úmidas e purulentas, acne, eczema, pruridos, seborreia da face ou do couro cabeludo. Coloque 2 colheres (sopa) de folhas frescas fatiadas em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Coe e acrescente 1 colher (chá) de mel e 3 gotas de própolis. Faça aplicações no local afetado, na forma de compressas, 2 vezes ao dia.
Furunculose. Coloque 6 colheres (sopa) de raiz fatiada em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 8 dias e coe. Tome 1 cálice antes das principais refeições. Juntamente com a cura depurativa, pode-se seguir uma cura externa. Em uma xícara de água ferver uma colherada de raiz de bardana triturada. Quando a água tiver evaporada, estender o cataplasma sobre a região afetada. Obtém-se alívio imediato à dor e desaparece também a inflamação.
Depurativo, diurético, antidiabética. Coloque 2 colheres (sopa) de raiz picada em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por 10 dias e coe. Tome de 10 a 15 gotas ou 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia, antes das principais refeições.
Diurético 2 (infusão). Colocar em três xícaras de água fervente, 30g de raízes de bardana, deixando em infusão por 30 minutos. Coar o líquido e bebê-lo em duas vezes durante o dia.
Insuficiência hepática (vesícula inflamada, cálculo biliar, hepatite viral e cirrose). Coloque 1 colher (sobremesa) de raiz fatiada e 1 colher (sobremesa) de folha de alcachofra fatiada em 1 xícara (chá) de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos, espere amornar e coe. Tome 1 xícara (chá), 3 vezes ao dia, sendo uma de manhã, em jejum, e as demais meia hora antes das principais refeições.
Úlceras e chagas. Cataplasma 1. Aplicar sobre o local afetado um cataplasma feito com uma folha fresca de bardana esmagada, depois de lavada e enxuta. Cataplasma 2. As folhas depois de picadas e passadas na clara de ovo servem como um cataplasma que acelera a cura e cicatrização.
Queda de cabelo. Contra a queda dos cabelos é muito eficaz a decocção obtida com 10g de raiz de bardana cortada em pedaços bem pequenos, cozidas em pouca água. Quando a raiz estiver suficientemente amolecida, deve ser esmagada para ser reduzida a uma papinha, com a qual se fricciona o couro cabeludo 1 vez ao dia.
Hemorroidas. Cataplasma. Cozinhar em uma panelinha um punhado de folhas frescas lavadas e enxutas, com pouco de leite. Quando o leite estiver totalmente evaporado, colocar as folhas cozidas em uma gaze limpa e aplicar o cataplasma sobre a região afetada.
Artrite. Cataplasma. Contra as dores agudas das articulações atingidas pela artrite, obtém-se alívio através dos cataplasmas feitos com folhas frescas, esmagadas, aplicadas sobre a região afetada com uma gaze.
Culinária
Os talos das flores devem se colhidos antes que as flores se abram, e comidos refogados ou crus temperados com vinagre e óleo. Pode também ser utilizada refogando-se folhas e brotos tenros com espinafre. Apenas lembre que estes talos são laxativos. As raízes são altamente nutritivas e estimulantes do sistema nervoso.
Os japoneses apreciam muito consumir "gobô", nome que dão à bardana. Eles coletam raízes jovens, aproximadamente com 60 cm, e ralando-as, as usam refogadas em sopas ou consomem cruas. São preparadas também como batatas.
Molho de bardana
- 1/2 copo de raiz de bardana finamente picada
- 1 copo de vinagre de maçã
- 1/2 copo de iogurte
Deixe as raízes de bardana no vinagre por cerca de 5 minutos. Processe então e adicione o iogurte. Sirva com batatas ou legumes.
Referências
- VOLAK, J.; STODOLA, J. Plantas Medicinais. Editorial Inquérito, Lisboa, 1990.
- BOCKSCH, M. Heilpflanzen. Spektrum der Natur. Buchergild Gutenberg.
- CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. E. Plantas que Ajudam o Homem - Guia Prático para a época atual. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 1991.
- CHIEJ, R. The Macdonald Encyclopedia of Medicinal Plants. Macdonald, London, 1984.
- GRAU, JUNG, MÜNKER. Plantas medicinales.
- BALMÉ, F. Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2004.
- POLETTI, A. Plantas y Flores Medicinales I. Editora Parramon, 1980.
- Geheimnisse und Heilkräfte der Pflanzen. Reader´s Digest.
- PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed., 1997.
- QUER, P. F. Plantas Medicinales - el diocórides renovado. Editorial Labor, 1993.
- KEVILLE, K. The Illustrated Herb Encyclopedia. Barnes & Noble, 1997.
- ODY, P. The Herb Society - Las Plantas Medicinales. Javier Vergara, Buenos Aires, 1993.
- Plantas que curam. Editora Três
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
- Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011.
- The Plant List: Arctium lappa L. - Acesso em 10 de maio de 2015
GOOGLE IMAGES de Arctium lappa - Acesso em 10 de maio de 2015