Planta da Farmacopeia Brasileira |
Origem, distribuição
Árvore nativa do cerrado podendo ser encontrada em vários estados do Brasil, desde o Amapá até o Paraná.
Uso popular e medicinal
As cascas de barbatimão têm grande poder adstringente.
Externamente, reduzidas a pó, empregam-se no tratamento de úlceras. Em banhos e injeções atua contra a leucorreia, catarro uretral e vaginal.
Internamente utiliza-se seu decocto nas afecções escorbúticas, blenorragia, diarreia, hemorragia, hemoptises e leucorreia.
Dosagem indicada
Creme cicatrizante. Componentes: extrato glicólico de barbatimão (10 mL); óleo de girassol (5 mL); creme base q.s.p. (100g). Orientações para o preparo. Transferir uma quantidade necessária de cascas pulverizadas de Stryphnodendron adstringens para frasco de vidro âmbar e de boca larga. À parte, em uma proveta, preparar a solução de propilenoglicol e água. Adicionar a solução ao frasco contendo as cascas pulverizadas. Deixar em maceração por 8 dias com agitação diária. Filtrar, fazendo passar sobre o extrato que está sendo filtrado a quantidade de solução (propilenoglicol e água) necessária para completar o volume inicial. Acondicionar em pote plástico não transparente. Armazenar em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Utilize espátula para retirar o produto do pote. Modo de usar: uso externo. Após higienização, aplicar na área afetada até 3 vezes ao dia [9].
Pele oleosa. Coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água. Ferva por 5 minutos. Espere esfriar, coe e acrescente o suco de meio limão e 1 colher (chá) de mel. À noite, aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão, deixando agir por 20 minutos. Após lave com água morna.
Hemorragias uterinas. Coloque 1 xícara ( chá ) de casca picada, 1 xícara (chá) da raiz de algodoeiro e 1 xícara (chá ) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido. Não obtendo melhora procure orientação médica.
Inflamação da garganta, corrimento vaginal, diarreia, hemorragia. Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá ) de álcool de cereais a 50%. Deixe em maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia.
Feridas ulceradas. Coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de confrei em 1/2 litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida, com um chumaço de algodão, 2 vezes ao dia.
Corrimento vaginal. Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1/2 litro de água fervente. Espere amornar, coe e acrescente 1 colher (sopa) de vinagre branco ou suco de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3 vezes ao dia, até que o sintoma desapareça.
Contraindicações
Não foram encontradas referências sobre efeitos tóxicos.
"Barbatimão" deriva do termo indígena "Iba Timo" que significa árvore que aperta. É uma planta utilizada na indústria de curtumes e outrora muito procurada por prostitutas, daí o nome casca da virgindade, que até hoje lhe é aplicada. A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha que, quando precipitada convenientemente, produz tinta de escrever. No passado foi muito utilizada pela indústria. |
Referências
- CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1991.
- CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. E. Plantas que Ajudam o Homem - Guia Prático para a época atual. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 1991.
- SANTOS, C. A. M.; TORRES, K. R.; LEONART, R. Plantas Medicinais - Herbarium, Flora et Scientia. Editora Ícone, São Paulo, 2a ed., 1988. (Coleção Brasil Agrícola)
- ALMEIDA, E. R. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. Editora Hemus, São Paulo (SP), 1993.
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
- Plantas que Curam. Editora Três.
- PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed., 1997.
- LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Instituto Plantarum, Nova Odessa (SP), v.2, 1998.
- Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed., 2011.
- The Plant List: Stryphnodendron adstringens - Acesso em 7 de junho de 2015
GOOGLE IMAGES de Stryphnodendron adstringens - Acesso em 7 de junho de 2015