Alfarroba

Nome científico: 
Ceratonia siliqua L.
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Não há segundo o sistema de classificação APG III.
Partes usadas: 
Vagem
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Açúcar (sacarose, glucose, frutose, manose), fibra (celulose e hemicelulose), gordura, proteína, elevado teor de cálcio e fósforo, taninos, compostos fenólicos, ácidos graxos.
Propriedade terapêutica: 
Antidiarreico
Indicação terapêutica: 
Utilizado como substituto do chocolate, seja por causa da cafeína ou do açúcar.

Nome em outros idiomas [4]

  • Inglês: carob bean, carob tree
  • Francês: caroubier
  • Alemão: johannisbrotbaum, karubenbaum
  • Italiano: carrubo
  • Espanhol: algarrobo, garrover

Origem, distribuição
Nativa da costa do Mediterrâneo.

Descrição
A alfarroba (do árabe al karrub, a vagem) é o fruto da alfarrobeira, usado na forma de chá numa composição com erva-mate e menta. É uma vagem comestível, semelhante ao feijão, de cor marrom escuro e sabor adocicado, mede em torno de 10 a 20 cm de comprimento e demora em torno de um ano para amadurecer. Dentro dessa vagem encontram-se de 10 a 16 sementes. 

Curiosidade
As sementes foram usadas na Antiguidade para avaliar o peso das jóias (principalmente diamantes), em razão do seu pouco peso e uniformidade, de onde vem as palavras "karat" e "kilat" (quilates). A unidade "quilate" era o peso de uma semente de alfarroba [4].

Consta que as sementes foram usadas no antigo Egito para a preparação de múmias. Vestígios das vagens foram encontrados em túmulos.

Os romanos mastigavam as suas vagens ainda verdes, as quais eram muito apreciadas pelo seu sabor adocicado.

Uso popular e medicinal [2,3]
Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ligada à semente, de onde é extraída a goma constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.

Mas a semente representa apenas 10% da vagem e o que resta - a polpa - tem sido essencialmente utilizada na alimentação animal. Devido ao sabor e características químicas e dietéticas, pode ser bem aproveitada em preparações culinárias.

A farinha de alfarroba é a fração obtida pela trituração e posterior torrefação da polpa da vagem. Contém em média 48 - 56% de açúcar (essencialmente sacarose, glucose, frutose e manose), 18% de fibra (celulose e hemicelulose),  0,2 - 0,6% de gordura, 4,5% de proteína e elevado teor de cálcio (352 mg/100 g) e de fósforo. Por outro lado, as características particulares dos seus taninos (compostos polifenólicos) fazem com que a farinha de alfarroba seja muitas vezes utilizada como antidiarreico, principalmente em crianças.

Atualmente as sementes são utilizadas na indústria de alimentos na produção de gomas e espessantes. O pó, utilizado para substituir o cacau, é derivado da polpa da vagem que é torrada e moída. Esse pó possui expressiva diferença em relação ao cacau no conteúdo de açúcar e de gordura. Enquanto o cacau possui até 23% de gordura e 5% de açúcar, a alfarroba possui 0,7% de gordura e um alto teor de açúcares naturais (sacarose, glucose e frutose) em torno de 38 a 45%. 

Um trabalho científico analisou os principais componentes, ácidos graxos e compostos fenólicos da alfarroba [2]. Concluiu que a polpa tem um elevado teor de açúcares e taninos e baixos teores de proteína e gordura. Em pó contém altos níveis de carboidratos (75,92%), proteínas (6,34%) e baixo nível de gordura (1,99%). O teor de fibra bruta é 7,30%. As fibras solúveis exercem um papel preventivo contra doenças cardíacas e diminuição do colesterol sérico (o colesterol presente na corrente sanguínea). É rica em ferro, cálcio, sódio, potássio, fósforo e vitaminas E, D, C, niacina, ácido fólico e B6.

A alfarroba em pó consiste de 11 compostos fenólicos, cujos maiores valores são pirogalol, catecol, clorogênico e protocatecuico, enquanto cumarina, cinâmico, ferúlico, ácido gálico e vanílico registram os menores valores desses compostos.

Óleo de alfarroba em pó consiste de 17 ácidos graxos sendo os principais: oleico (40,45%), linoleico (23,19%), palmítico (11,01% ) e esteárico (3,08%).

 Culinária
Utilizada por quem não pode ou não quer comer chocolate, seja por causa da cafeína ou por causa do açúcar, tem aparência idêntica e sabor bem mais suave.

Bolo de alfarroba [1]

Ingredientes

  • 1 xícara de farinha de trigo integral peneirada
  • 2 colheres (sopa) de farinha de alfarroba
  • 1 colher (sobremesa) de fermento
  • 1 colher (café) de baunilha
  • 4 ovos
  • 1 xícara de óleo de girassol
  • 1 xícara de frutose
  • 1/2 xícara de leite magro
  • 1 xícara de nozes picadas

Preparação

  • Misture as gemas, o óleo, a frutose e o leite
  • À parte junte a farinha de trigo, a farinha de alfarroba e o fermento
  • Misture com os primeiros ingredientes
  • Acrescente a baunilha e as nozes picadas
  • Por último acrescente as claras batidas em castelo
  • Leve ao forno médio (200º) cerca de 30 minutos

 Colaboração

  • Tarsila Sangiorgi Rosenfeld, Comunicóloga, São Paulo (SP). Junho, 2007. 

 Referências

  1. Net menu - Acesso em 29/3/2015
  2. Scientific & Academic Publishing: Assessment of Proximate Chemical Composition, Nutritional Status, Fatty Acid Composition and Phenolic Compounds of Carob (Ceratonia Siliqua L.) - Acesso em 29/3/2015
  3. Carob House: Alfarroba - Acesso em 29/3/2015
  4. The Jammu and Kashmir Medicinal Plants Introduction Centre: Ceratonia siliqua - Acesso em 29/3/2015
  5. Imagem: Wikimedia Commons (Author: Julio Reis) - Acesso em 29/3/2015
  6. The Plant List - Acesso em 29/3/2015hor

GOOGLE IMAGES de Ceratonia siliqua L. - Acesso em 29/3/2015