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Caju, cajueiro [1]

Enviado por Sergio Sigrist em seg, 08/10/2012 - 10:45am
Nome científico: 
Anacardium occidentale L.
Família: 
Anacardiaceae
Sinonímia popular: 
Acaju, acajaíba, oacaju, anacardo, acaju-açú, acajuba, acajuíba, cacaju, acaju-pakoba, acaju-piranga, caju-banana, caju-da-praia, caju-de-casa, caju-manso, caju-manteiga.
Sinonímia científica: 
Acajuba occidentalis (L.) Gaertn.
Partes usadas: 
Castanha, pseudofruto, óleo e oleorresina da casca da castanha, goma, entrecasca, sumo da folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Esteroides, flavonoides, catequinas, fenóis, gomas, resinas, material corante, saponinas, taninos, vitamina C, açúcares, carotenoides, ácidos orgânicos, proteínas, fibras etc..
Propriedade terapêutica: 
Antidiabética, adstringente, antidiarreica, depurativa, tônica, antiasmática, antisséptica, anti-inflamatória, vitaminizante, depurativa, expectorante, vermífuga, diurética, eupéptica.
Indicação terapêutica: 
Diabetes, infecção da garganta, diarreia, disenteria, colesterol, triglicerídeos, emagrecimento, frieira, cansaço, eczema, reumatismo, avitaminose, feridas, úlceras, verrugas.
tags: 
Diabetes [2]
Ferida [3]
Dor de garganta - amigdalite - faringite - laringite [4]
Diarreia [5]
Disenteria [6]
Colesterol [7]
Cansaço - fadiga - astenia [8]
Eczema [9]
Reumatismo - artrite - artrose - dor articular [10]
Avitaminose [11]
Úlcera [12]
Calo - verruga [13]
Emagrecimento [14]
Doença da pele - dermatose - dermatofitose [15]

Nome em outros idiomas

  • Alemão: acajou, kajubaum
  • Francês: acajou à pomme, anacardier
  • Inglês: cashew-nut tree
  • Espanhol: caoba
  • Italiano: cagiù

Origem, distribuição
América do Sul.

Descrição
Árvore de porte baixo para elevado (10 a 15 m de altura), tronco tortuoso e copa rastejante. Folhas alternas, pecioladas, simples, glabras. Flores pequenas, pálidas, hermafroditas. 

O cajueiro fornece dois produtos de valor industrial: a castanha (o fruto verdadeiro) e o pedúnculo intumescido.

Ao que conhecemos como fruto não é fruto e sim seu pseudofruto ou pedúnculo (ou fruto acessório), suculento, carnoso, perfumado e muito saboroso, com a cor variando entre o amarelo e o vermelho, contendo a castanha-de-caju, o verdadeiro fruto comestível e muito apreciado depois de torrado.

A casca da castanha é alveolada e possui óleo cáustico e viscoso. O cajueiro é utilizado como alimento in natura ou na preparação de doces caseiros, sucos e sorvetes. 

Uso popular e medicinal
O suco do pseudofruto, puro e adoçado (a cajuada), é um tônico refrigerante saudável. Clarificado e cozido produz a popular cajuína, bebida de cor âmbar, destanificada, refrescante e de excelente sabor. O suco é diurético e excitante. Do sumo ainda se obtém vinho, vinagre, aguardente e licor.

Apenas uma pequena parte da sua grande safra, infelizmente, é utilizada pela indústria pelo processamento do caju. A goma purificada é usada pela indústria farmacêutica como agregante em comprimidos no lugar da goma-arábica produzida na África.

A castanha contém uma oleorresina cáustica conhecida como LCC (líquido da castanha-de-caju), cuja composição é principalmente de ácido anacárdico, cardol (11,31%) e seus derivados. Dentro da castanha encontra-se a amêndoa oleaginosa, comestível, conhecida e comercializada como castanha-de-caju.

O LCC causa forte irritação na pele, deixando cicatrizes quase indeléveis que jovens usam para fazer um tipo primitivo de tatuagem. É espesso, de cor escura, indicado para verrugas, calos, edemas, manchas na pele e tecidos de neoformação.

O uso em estado fresco da castanha pode provocar lesões na pele, pois é terrivelmente cáustico. Quando as sementes são torradas perdem esta propriedade, tornando-se comestíveis, sendo um alimento saboroso, excitante e usado nos regimes de emagrecimento. São valorizadas pela sabedoria popular como fortificante da memória.

Na medicina caseira são usadas preparações de uso oral feitas com a entrecasca, a goma e o LCC .

A casca do cajueiro ativa o metabolismo dos açúcares, principalmente das pessoas que têm o açúcar aumentado no sangue e na urina. Nas regiões de mata brasileira as cascas são usadas para hemorroidas. Fazem o chá com a casca, adicionando broto de goiaba, raspa de amor-crescido e cajá.

Para uso externo fazem o cozimento da entrecasca e usam em bochechos e gargarejos como antisséptico e anti-inflamatório nos casos de feridas, úlcera da boca, afecções da garganta e lavagem de feridas malignas.

O broto de caju é utilizado para combater dores no estômago e problemas digestivos e deve ser fervido com broto de goiaba, embora sua eficácia e segurança ainda não tenham sido comprovadas cientificamente.

O sumo das folhas novas é utilizado para combater aftas. Sua raiz é purgativa.

Os índios ticunas da Amazônia usam o suco do pseudofruto como preventivo contra gripes.

Princípios ativos
Folha e casca do caule: esteroides, flavonides, catequinas, fenóis, taninos, gomas, resinas, material corante, saponinas. Pseudofruto: taninos, vitamina C (210 mg para 100 g de fruto), açúcares, carotenoides, ácidos orgânicos, proteínas, fibras, água.

Casca do fruto: ácido anacárdico, anacardol, cardol, taninos, flavonoides, ácido gálico, ácido siríngico, galocatequina.

Tegumento (a película que envolve a amêndoa): beta-sitosterol, epicatequina (substância com forte ação anti-inflamatória).

Amêndoa (semente): óleo fixo de alta qualidade (45%), proteínas, minerais, esteroides, triterpenoides, tocoferóis

Dosagem indicada
Diabetes
Coloque 1 colher (chá) do pó da casca do caule do caju vermelho em 1 xícara (chá) de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe em uma peneira. Tome 1 xícara (chá) 2 vezes ao dia.

Feridas, infecção da garganta
Coloque 1 colher (sopa) do pó da casca do caule em 1 copo de água em fervura. Desligue o fogo, deixe em repouso por 24 horas e coe em uma peneira. Use para fazer bochechos, gargarejos ou para lavar feridas infeccionadas.

Diarreia, disenteria
Coloque 3 colheres (sopa) de folhas novas e frescas, cortadas em pedaços bem pequenos em 1/2 litro de água em fervura. Deixe ferver por 10 minutos e coe. Tome 1 copo toda vez que evacuar. No caso de crianças deve ser dada metade da dose.

Baixar o colesterol e triglicerídeos do sangue
Consumir em pequenas doses (5 a 6 amêndoas) diárias.

Suplemento nutritivo (regime de emagrecimento)
A semente torrada pode ser consumida 1 hora antes das principais refeições em pequenas quantidades.

Alimento nutritivo
Ingerir o pseudofruto ao natural, como sobremesa ou entre as refeições e em sucos.

Frieira, cansaço dos pés
Coloque 1 colher (chá) de casca do caule em 1 litro de água em fervura. Deixe ferver por 15 minutos e coe em uma peneira. Despeje em uma bacia e acrescente mais 2 litros de água quente. Mergulhe o local afetado (pés ou mãos), por 10 a 15 minutos. Repetir a aplicação até a melhora.

Diabetes, eczema, reumatismo, avitaminose C
Comer os pseudofrutos ao natural, ou sob forma de suco, 1 copo de 3 a 5 vezes ao dia.

Feridas e úlceras
Chá por decocção das folhas, banhar os locais afetados 3 vezes ao dia.

Verrugas, calosidades
Uso externo sob a forma de óleo, aplicado diariamente.

 Culinária

Refresco de Caju
Ingredientes

  • 10 cajus
  • 1 litro de água gelada
  • açúcar a gosto

Retirar as castanhas, furar bastante com um garfo e espremê-los. Colocar numa vasilha o caldo, a água gelada e o açúcar. Mexer bem.

Vinho de caju

Ingredientes

  • 4 litros de caldo de caju
  • 1 litro de aguardente
  • 1/2 kg de açúcar refinado

Preparo: colocar 4 litros de caldo de caju tirado da fruta e colocar em maceração durante 9 dias em vasilha louçada. Passado os 9 dias, misturar o litro de aguardente e o açúcar. Após 3 dias, coar, colocar em garrafão e guardar durante 4 meses.

Servir gelado após 4 meses.

Ingredientes do crocante
  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • 1/2 xícara (chá) de castanha de caju picada
  • 1 pacote de biscoito tipo maisena picado grosso (200g)

Ingredientes do creme

  • 6 ovos (claras e gemas separadas)
  • 4 colheres (sopa) açúcar
  • 12 colheres (sopa) de chocolate em pó
  • 4 colheres (sopa) de licor de cacau
  • 1 1/2 (chá) de creme de leite fresco
  • chocolate em pó para polvilhar

Pavê crocante

Crocante: misture numa panela pequena o açúcar e a manteiga e leve ao fogo baixo mexendo lentamente até que o açúcar caramelize. Junte a castanha-de-caju picada, mexa mais um pouco e retire do fogo. Despeje a mistura em mármore untado com manteiga e deixe esfriar. Quebre o crocante depois de frio com um martelo de cozinha e junte-o ao biscoito triturado.

Creme: bata as gemas juntamente com o açúcar até formar um creme esbranquiçado. Peneire sobre o creme 10 colheres (sopa) de chocolate em pó, junte o licor de cacau e misture bem. Bata o creme de leite fresco em ponto de chantilly e misture-o ao creme de chocolate. Por último, bata as claras em neve e incorpore-as delicadamente ao creme. Forre o fundo de uma forma refratária retangular média com a metade da mistura de crocante e biscoito. Despeje a metade do creme de chocolate, faça outra camada com o restante da mistura de crocante e biscoito e termine com nova camada de creme de chocolate. Leve à geladeira por 4 horas, ou até que o creme fique bem firme. No momento de servir, polvilhe com chocolate em pó.

Molho de castanha-de-caju ao curry 
Ingredientes

  • 1 colher (sopa) de azeite de oliva
  • 1 cebola pequena picada
  • 1 dente de alho picado
  • 2 colheres (chá) de curry em pó
  • 150 g de queijo cremoso de baixo teor de gordura
  • 45 g de castanha-de-caju torradas
  • sal e pimenta moída na hora

Preparo: em uma panela, aqueça o azeite em fogo moderado, acrescente a cebola e o alho, tampe e cozinhe por 5 minutos. Adicione o curry em pó, mexa e cozinhe por mais 2 a 3 minutos. Retire do fogo. Bata o queijo, a mistura de cebola e as castanhas-de-caju no multiprocessador ou no liquidificador. Passe para uma tigela de servir.

Salada de alface, abacate, castanha-de-caju torradas
Ingredientes

  • 1 pé de alface
  • 1 dente de alho descascado e cortado ao meio
  • 1 colher (sopa) de vinagre de vinho tinto
  • 3 colheres (sopa) de azeite de oliva
  • sal e pimenta moída na hora
  • 1 abacate maduro
  • 2 colheres (sopa) de suco de limão
  • 2 colheres(sopa) de cebolinha fresca picada na hora
  • 124 g de castanha-de-caju torradas

Preparo: Lave e seque as folhas. Esfregue as metades de alho na saladeira e descarte-as. Se quiser um sabor acentuado, amasse-o e coloque na saladeira. Ponha o azeite e uma boa porção de sal e pimenta-do-reino na saladeira. Misture levemente com um garfo. Corte o abacate ao meio, remova a casca e o caroço e corte a polpa em pedaços. Coloque em uma tigela, regue com o suco de limão e tempere com um pouco de sal e pimenta-do-reino. Rasgue as folhas de alface e espalhe-as por cima do molho na saladeira. Acrescente a cebolinha, o abacate e as castanhas. Mexa a salada para as folhas absorverem o molho e sirva imediatamente.

O cajueiro foi usado pelos índios do nordeste do Brasil desde a época pré-colombiana. Na safra ocupavam as praias para beber o mocororó - o suco da fruta fermentado. Faziam e armazenavam a farinha de caju preparada com as amêndoas assadas ao fogo e moídas junto com a polpa da fruta depois de espremida e dessecada ao sol.

Outros usos
O LCC é utilizado na indústria de polímeros para fabricação de móveis e lonas de freios para veículos automotivos. Presta-se ao fabrico de vernizes e impermebilização de madeiras e também para preservar redes e linhas de pesca.

As cascas da castanha, apesar de conterem flavonoides, ácidos (gálico, siríngico) e galocatequina, são usadas como combustível nas fábricas de processamento depois da extração do LCC.

A água de cozimento das cascas é utilizada pelos jangadeiros nordestinos para tingir suas roupas de trabalho no mar.

 Referências

  1. ALMEIDA, E. R. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. Editora Hemus, São Paulo. 1993.
  2. BALMÉ, F. Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo. 2004.
  3. CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. E. Plantas que Ajudam o Homem - Guia Prático para a época atual. Pensamento-Cultrix, São Paulo. 1991.
  4. CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro. 1991.
  5. STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora UNESP, São Paulo, 2a ed. 1989.
  6. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
  7. MARTINS, J. E. C. Plantas medicinais de uso na Amazônia. CEJUP, Belém, 2a ed. 1989.
  8. PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed. 1997.
  9. SILVA, S.; TASSARA, H. Frutas Brasil. Empresa das Artes, São Paulo. 2005.
  10. The Plant List: Anacardium occidentale [16] - Acesso em 23 de agosto de 2015

​GOOGLE IMAGES de Anacardium occidentale [17] - Acesso em 23 de agosto de 2015

 

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