Juazeiro

Nome científico: 
Ziziphus joazeiro Mart.
Família: 
Rhamnaceae
Sinonímia científica: 
Ziziphus guaranitica Malme
Partes usadas: 
Casca, folha, fruto.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Saponina, mucilagem, vitamina C.
Propriedade terapêutica: 
Estomáquica, expectorante
Indicação terapêutica: 
Febre intermitente, contusão, ferimento, tuberculose pulmonar, bronquite, úlcera gástrica.

Origem, distribuição

Espécie endêmica da caatinga, bioma exclusivo do território brasileiro.

Descrição

Bela árvore de porte variável, dependendo do meio em que se desenvolve. Nos solos rasos, secos, é pouco mais do que arbusto esgalhado desde a base do tronco. Nas caatingas de terra argilosa apresenta-se como árvore de porte mediano ou mais, muito espinhenta. Consagrada como planta arbórea típica dos sertões do Polígono das Secas. 

Folhas alternas, simples, curtamente pecioladas, coriáceas, verde-luzidias, serreadas na base. Inflorescências axilares em cimos de flores pequenas amarelo-esverdeadas que parecem estrelinhas dessas cores.

Fruto drupa, globosa, medindo 1,5 cm, achatada, amarelada, dotada de orla no pedúnculo, de casca áspera e tenaz, branca interiormente. Polpa mucilaginosa, doce, comestível, envolvendo um caroço grande e duro. 

Conserva-se sempre verde razão pela qual, além de refúgio ameno contra a canícula (calor do cão, quentura) que sua fronde oferece, sua ramagem propicia forragem verde para o gado.

Uso popular e medicinal

Juazeiro goza de virtudes na terapêutica sertaneja com propriedades semelhantes a da jujuba. Cascas amargas são úteis nas febres intermitentes, contusões, ferimentos e tuberculose pulmonar. O fruto maduro contém 480 UI de vitamina C e o chá das folhas é estomacal. A entrecasca, convenientemente reduzida a raspas, tem apreciável teor de saponina, razão pela qual substitui o sabão comum e os dentifrícios [2,3].

Cita-se também seu uso como expectorante, no tratamento de bronquites e de úlceras gástricas, na fabricação de cosméticos, xampus anticaspa e creme dental, na alimentação de animais principalmente nos períodos de seca além de apresentar importância ecológica.

As flores são importante fonte alimentar para abelhas da tribo Meliponini, as quais são utilizadas na meliponicultura (criação racional de abelhas sem ferrão), sendo atividade alternativa de renda para produtores de algumas áreas da caatinga. O seu uso em xampus se deve a presença de saponinas em várias partes da planta [1].

 Referências

  1. Acta Botanica Brasilica (2009): Alelopatia em extratos de frutos de juazeiro Ziziphus joazeiro - Acesso em 2 de fevereiro de 2020
  2. BRAGA, R. Plantas do Nordeste - Especialmente do Ceará. 2.ed. Fortaleza, Imprensa Oficial, 1960. 540p.
  3. PENNA, M. Dicionário Brasileiro de Plantas Medicinais. 3.ed. Rio de Janeiro, Kosmos, 1946. 409p.
  4. Imagem: Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - Acesso em 2 de fevereiro de 2020
  5. The Plant List: Ziziphus joazeiro - Acesso em 2 de fevereiro de 2020 

GOOGLE IMAGES de Ziziphus joazeiro - Acesso em 2 de fevereiro de 2020