Origem, distribuição
Espécie endêmica da Chapada Diamantina (Bahia, Brasil).
Descrição [1]
Plantas da família Leguminosae são caracterizadas como erva anual ou perene, ereta, prostrada, crescimento escandente, sistema radicular bem desenvolvido, com
predominância da raiz principal sobre suas ramificações.
Esta espécie apresenta porte subarbóreo, atinge altura média de 4m. Folhas tetrafolioladas, inflorescência paniculada terminal e axilar, sendo a terminal composta por dois racemos que saem aproximadamente do mesmo ponto. Cada racemo lateral da panícula é acompanhado de uma folha.
Uso popular e medicinal
As partes aéreas apresentam um aroma pungente, são usadas na região da Chapada Diamantina para controle de infestação por pulga e no tratamento de hemorroidas, dor nas articulações e sinusite.
Um estudo fitoquímico das folhas e galhos relata o isolamento de 7 isoflavonas (uma inédita: 2’,4’,5’-trimetoxi-7-O-β-D-glicopiranosil), 2 rotenonas, uma mistura contendo os triterpenos lupeol e β-amirina, uma mistura contendo esteroides estigmasterol e sitosterol, o aminoácido prolina e o ciclitol 3-O-metilchiroinositol.
Das partes aéreas foi obtido o óleo essencial contendo 11 constituintes, sendo 9 monoterpenos e 2 sesquiterpenos. O constituinte majoritário do óleo essencial foi identificado como o monoterpeno tujenona. O estudo atesta que substâncias isoladas do extrato hexânico são as responsáveis pela atividade fungitóxica deste extrato [1].
Outro trabalho [2] relata a composição dos óleos voláteis obtidos das partes aéreas de cinco espécimes e do óleo volátil obtido dos frutos de um espécime de P. bahiana, os quais foram coletados em diferentes regiões da Chapada Diamantina. Nos óleos voláteis foram identificados 29 componentes, sendo os principais a umbelulona em concentrações entre 55,0% e 75,3%; e sabineno em concentrações entre 10,3% e 25,2%.
O óleo das partes aéreas de uma espécime e o óleo dos frutos de outro espécime foram avaliados quanto às propriedades antimicrobianas contra bactérias, leveduras e fungos filamentosos. Os óleos exibiram atividade contra:
- Escherichia coli - causa infecção no corpo humano
- Salmonella choleraesuis - bactéria causadora de salmonelose, desenvolve um quadro de infecção gastrointestinal
- Proteus mirabilis - causa cistite e intoxicação por alimento
- Staphylococcus aureus - pode provocar infecção simples como espinha e furúnculo, e graves como pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia etc.
- Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)
- Candida albicans - causa candidíase atingindo os órgãos genitais gerando coceira, ardência, dor ao urinar, vermelhidão, dor durante as relações sexuais e corrimento branco e espesso
- Cryptococcus neoformans - levedura encapsulada oportunista, causa pneumonia ou meningoencefalite em imunodeprimidos
- Cladosporium herbarum - agente causal da verrugose da ervilha, maracujá e soja.
- Microsporum canis - fungo que pode causar tinea capitis (infecção do couro cabeludo, sobrancelhas e cílios) em humanos e dermatofitoses em animais de estimação
- Trichophyton rubrum - fungo que coloniza a superfície da pele humana, é a causa mais frequente de pé de atleta, onicomicose e dermatofitose nas mãos, virilha e corpo.
Dedicado a Vivielen Dall Osto (São Paulo, SP).
Referências
- Universidade Federal da Bahia (2002): Estudo fitoquímico biomonitorado da espécie Poiretia bahiana - Acesso em 12 de dezembro de 2021
- Journal of the Brazilian Chemical Society (2009): Composition and antimicrobial activity of essential oils from Poiretia bahiana - Acesso em 12 de dezembro de 2021
- Imagem: Floricéa Magalhães Araújo
- The Plant List: Poiretia bahiana - Acesso em 12 de dezembro de 2021
GOOGLE IMAGES de Poiretia bahiana
