Arruda

Nome científico: 
Ruta graveolens L.
Família: 
Rutaceae
Sinonímia científica: 
Ruta hortensis Mill.
Partes usadas: 
Folhas frescas, flores.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Alcaloides, ácido salicílico livre, álcool metilnonílico, matérias resinosas e pépticas, flavonoides, óleo essencial, pipeno, psoraleno, quercitina, ribalinidina etc..
Propriedade terapêutica: 
Adstringente, analgésica, antiasmática, antiepiléptica, antiespasmódica, anti-helmíntica, anti-hemorrágica, anti-histérica, anti-inflamatória, antinevrálgica, bactericida etc..
Indicação terapêutica: 
Normalização do ciclo menstrual, sarna, piolhos, conjuntivite, leishmaniose. A mais importante virtude: oferece maior resistência aos capilares sanguíneos, evitando hemorragia.

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: rue, common rue, herb-of-grace.
  • Francês: rue odorante, herbe de grâce, péganium
  • Alemão: weinraute

Origem, distribuição
Sua predominância está nos países de clima temperado, embora dizem que é originária da Península Balcânica.

Descrição
A planta é cultivada em todo o mundo como planta ornamental em jardins, principalmente por causa de suas folhas e também, por vezes, por sua tolerância a condições quentes e secas do solo. Também é cultivada como uma erva medicinal, como condimento e, em menor grau, como repelente de insetos e animais indesejados. 

De origem herbácea e com muitos ramos, ela cresce em touceiras e chega a atingir até 60 cm de altura e compõe uma família que abrange em torno de 1600 espécies de arbustos e árvores, além de algumas herbáceas.

A arruda é uma planta de existência longa, que se renova a cada primavera. Suas folhas, de um bonito verde claro, contrastam com o amarelo-ouro de suas flores em ramalhete, dotadas de quatro pétalas, com exceção da flor central que possui cinco pétalas. Os frutos têm a forma de cápsulas arredondadas.

Toda a planta é dotada de um odor característico forte devido a presença de uma essência de sabor picante que, na maioria das vezes, permanece mascarado pelo próprio perfume. Na composição das folhas são encontrados princípios amargos, resina, goma, matérias tânicas e, sobretudo, um glucosídio denominado rutina.

Uso popular e medicinal
Incontestavelmente a arruda é muito conhecida na medicina, seja científica ou popular, da mesma forma como está presente no folclore. Segundo o dito popular, a arruda serve para tirar o mau olhado das pessoas invejosas.

As indicações terapêuticas são: afecção dos rins, alterações menstruais, ansiedade, asma brônquica, bexiga, calvície, cefaléia, ciática, clerose, conjuntivite, derrame cerebral, dermatite, dores de ouvido, dor intestinal, enxaqueca, flebite, fígado, fragilidade dos capilares sanguíneos, gases, gota, hemorróidas, hipocondria, inchaço nas pernas, incontinências de urina, inflamação, inflamação nos olhos, insônia, limpeza de feridas, nevralgia, olhos cansados, onicomicose, otite, ouvido (feridas e zumbido), nevralgias, normalização das funções do ciclo menstrual (menstruação escassa), paralisia, parasitas (piolhos e lêndeas), pneumonia, prisão de ventre, repelente de insetos (pulgas, percevejos, ratos), reumatismo, sarna, varizes, vermes (oxiúros e ascárides).

 Dosagem indicada
Vermífugo. Picar duas folhas e colocá-las em 100ml de álcool de cereais dentro de um vidro de cor âmbar. Depois de 9 dias, tomar 6 gotas da tintura em uma colher de sopa de água a noite antes de dormir, durante 10 dias.

Combate a piolhos. Lavar a cabeça 2 vezes ao dia com o chá morno (20 g para cada litro de água). Enxaguar com xampu ou sabonete.

Parasitas, piolhos e lêndeas. Socar em um pilão 4 folhas de arruda. Juntar com um copo de vinagre branco, uma colherinha de sal marinho e deixar em maceração por três dias. Coar e aplicar o líquido no couro cabeludo com um chumaço de algodão. Deixar agir por duas horas sem se expor ao sol para evitar queimaduras. Lavar os cabelos como de costume e repetir este processo três vezes na semana.

Sarna. Chá das folhas (20 g para 1 litro de água). Tomar 3 xícaras ao dia 1 copo de folhas frescas picadas em 1 litro de álcool. Deixar por uma semana: passar no local afetado pela sarna.

Conjuntivite. Decocção de 2 colheres das de sopa de folhas em 1/2 litro de água por 5 minutos. Uso externo. Coar, esperar amornar e aplicar compressas de algodão várias vezes ao dia sobre os olhos. Macerar as folhas e deixá-las de molho durante 4 horas. Lavar os olhos com água de arruda.

Estresse (esgotamento). Chá das folhas (5 g para 1 litro de água). Tomar 2 xícaras ao dia.

Amenorréia (ausência do fluxo menstrual fora do período de gravidez). Chá das folhas (5 g para 1 litro de água). Tomar 1 xícara ao dia.

Normalizar o ciclo menstrual. Socar em um pilão duas folhas grandes de Arruda e adicionar uma xícara de chá de água. Deixar em maceração por uma noite e coar no dia seguinte. Tomar em jejum durante os oito dias que antecedem a menstruação.

 Contraindicação e cuidados
É necessário ter muito cuidado pois é uma planta TÓXICA. É venenosa e abortiva. Contraindicada para gestantes, lactantes, hemorragias, cólica menstrual e sensibilidade na pele.

Doses elevadas do chá podem causar vertigens, tremores, gastroenterites, convulsões, hemorragia, aborto, hiperemia dos órgãos respiratórios, vômitos, salivações, edema na língua, dores abdominais, náuseas e vômitos, secura na garganta, dores epigástricas, cólicas, arrefecimento da pele, depressão do pulso, contração da pupila e sonolência.

Pode causar fitodermatites através de um mecanismo fototóxico que torna a pele sensível à luz solar. Nas mulheres pode levar a hemorragias graves do útero.


 

Curiosidade
Michelângelo e Leonardo da Vinci afirmaram que, graças aos poderes metafísicos da arruda, tiveram sensíveis melhoras em seus trabalhos de criatividade.

Na Idade Média era muito usada em rituais religiosos como proteção contra feitiçarias. Por este motivo até hoje serve para espantar maus olhados.

 Colaboração
Ana Lúcia Trinquinato Toriani, professora, especialista em Fitoterapia (Jundiaí, SP). 2006

 Referência

  1. TORIANI, A.L.T. Ruta graveolens L. (arruda): O conhecimento e suas particularidades. Faculdades Integradas Espírita. Monografia. Curitiba, 2006.
  2. Gernot Katzer´s Spice Pages: Ruta graveolens - Acesso em 1/3/2015
  3. Wikipedia: Ruta graveolens - Acesso em 1/3/2015
  4. The Plant List: Ruta graveolens - Acesso em 1/3/2015

GOOGLE IMAGES de Ruta graveolens - Acesso em 1/3/2015