Louro, loureiro

Nome científico: 
Laurus nobilis L.
Família: 
Lauraceae
Sinonímia científica: 
Não há segundo a classificação APG III.
Partes usadas: 
Folha, fruto, semente. Industrialmente o óleo de louro é extraído dos frutos, podendo ser utilizado como tempero.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Folha: óleo essencial contendo principalmente cineol, eugenol, acetileugenol, metileugenol, α e β-pineno, felandreno, linalol, geraniol e terpineol. Frutos secos: 0,6-10% de óleo essencial.
Propriedade terapêutica: 
Analgésica, antinevrálgico, antisséptica, antiespasmódica, aperiente, adstringente, carminativa, colagoga, diurética, emenagoga, febrífuga, hepatoestimulante, inseticida, estimulante geral.
Indicação terapêutica: 
Estimula a micção, reumatismo, contusão, bronquite, mancha e cicatriz da pele, regulariza o fluxo menstrual, agiliza o parto, aumenta ação da insulina, vertigem, tonifica o couro cabeludo.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: aurel, bay laurel, sweet bay, bay tree (Reino Unido), true laurel, Grecian laurel, laurel tree.
  • Italiano: alloro, romolino, lauro
  • Francês: laurier
  • Alemão: lorbeer

Origem, distribuição
Provavelmente Ásia Menor. Atualmente o loureiro cresce em todo o Mediterrâneo. A Turquia é um dos principais países exportadores [2].

Descrição 
Árvore europeia vigorosa, perene, cuja folha na perfumaria é doce e picante, similar à canela. Pode atingir 9 m de altura, suas folhas são compridas, lanciformes, duras e acetinadas. As flores são pequenas, amarelas desbotadas e as bagas são pretas.

Usada pelos egípcios e romanos que o associavam à sabedoria, proteção e paz. Apolo, o deus da cura, era ligado ao pé de louro. A palavra latina laudis, sua derivante, significa louvar, por isso entregavam coroa de louros aos vencedores.

Uso popular e medicinal 
Estimula o fluxo urinário e alivia a dor reumática e dores em geral. É usado em contusões, onde aumenta a circulação sanguínea e em bronquites; tira manchas e cicatrizes da pele. Regulariza o fluxo menstrual, é tônico do sistema reprodutor e agiliza o parto. Extrato de folhas de louro aumenta em até 3 vezes a ação da insulina.

Pode ajudar a diminuir as vertigens por abrandar infecções otológicas (do ouvido). Tem fama de tonificar o couro cabeludo e o cabelo, estimulando o crescimento deste e eliminando caspa.

O óleo essencial é produzido em escala comercial no Marrocos e Espanha e pode irritar mucosas, além de ter um leve efeito narcótico.

Dentre os componentes estão geraniol, linaol, terpinol (álcool), cineol (cetona antibacteriana contra Vibrio parahaemolyticus), eugenol (fenol), felandreno, sabineno, canfeno, fenil-hidrazina, costunolida, laurenobiolida, catequinas, launobina, boldina, reticulina, neolitsina, nandergina, iodomestina, protoantocianidinas, piperidina e o terpeno pineno, que lhes conferem as seguintes propriedades analgésica, antinevrálgica, antisséptica, antiespasmódica, aperiente, adstringente, carminativa, colagoga, diurética, emenagoga, febrífuga, hepatoestimulante através da indução das enzimas microssomiais, inseticida, estimulante geral, tônico estomacal e geral, sudorífera, facilitador do parto e até quimioterápico [1].

O óleo essencial das folhas (0,8 a 3%) contém principalmente 1,8 cineol (50%). São também encontrados o eugenol, acetileugenol, metileugenol, α e β-pineno, felandreno, linalool, geraniol e terpineol. Os frutos secos contêm 0,6-10% de óleo essencial, dependendo da origem e condições de armazenamento. Como as folhas, o aroma é principalmente devido ao terpenos (cineol, terpineol, a- e β-pineno, citral), mas também o ácido cinâmico e o seu éster de metilo são relatados. Do fruto do louro pode ser extraído um óleo verde semi-sólido (ponto de fusão a cerca de 30° C) contendo percentuais de óleo essencial (os componentes principais são duas lactonas sesquiterpênicas dehidrocostus e costunolida), mas é composta principalmente de óleo fixo (triglicerídeos de ácidos láurico, miristico e oleico) [2].

O óleo (fixo) extraído das sementes de louro serve para entorses, contusões. Já o óleo essencial (volátil) extraído das folhas é narcótico, antibacteriano e fungicida. A infusão das folhas é estimulante do apetite e age como emenagoga [3]. Plantas com essa propriedade são recomendadas em "terapias emenagogas", ou seja, ajudam a liberar o fluxo menstrual quando a menstruação não vem (e a mulher não está grávida) [4].

 Culinária
Frescas ou secas, as picantes folhas de louro são comumente usadas como condimento para sopas e guisados. São ingredientes essenciais da mistura de ervas conhecida como "Bouquet Garni". O fruto seco é usado como um aromatizante. As folhas secas são usadas em um chá de ervas. O óleo essencial obtido das folhas é usado como um aromatizante de alimentos, com rendimento variando de 1 a 3% de óleo [3].

Outros usos 
O óleo é empregado na aromaterapia para excitar as emoções (infusão de 4g de folhas/bagas, 8 g de laranja-azeda em 200 mL de água) [1].

 Colaboração

  • Luis Carlos Leme Franco (memória), médico e professor de Fitoterapia (Curitiba, PR). Memória.

 Referências

  1. FRANCO, L.C.L.; LEITE, R. C. Fitoterapia para a mulher. Corpomente, Curitiba, 375p. 2004. O livro, com 375 páginas, abrange assuntos como amamentação, miomas, leucorréia, esterilidade, distúrbios menstruais, climatério, frigidez, mostrando as plantas que atuam nestas patologias.
  2. Gernot Katzer's Spice Pages: Laurel (Laurus nobilis L.) - Acesso em 30 de novembro de 2014
  3. Plants for a Future: Laurus nobilis - Acesso em 30 de novembro de 2014
  4. Wikipedia: Emenagogo - Acesso em 30 de novembro de 2014
  5. Imagem: Wikimedia Commons (Authors: Júlio ReisH. Zell) Acesso em 30 de novembro de 2014
  6. The Plant List: Laurus nobilis - Acesso em 30 de novembro de 2014

GOOGLE IMAGES de Laurus nobilis - Acesso em 30 de novembro de 2014